segunda-feira, 24 de julho de 2017

Graça, coragem de viver - Hebreus 4:16

 A Graça é a manifestação do amor de Deus, favor absoluto. Se acredita que a vida só acontece pela Graça, não há medo. Pois Deus se declara apaixonado por nós, ao longo de nossa história, e ainda nos autoriza a perguntar quem será contra nós, se Ele nos ama?
Desse modo, os medos se vão e em relação a tudo - seja o medo de viver ou o medo de morrer, medo do presente (catástrofes) ou do futuro (cenas apocalípticas), medo dos anjos ou demônios, dos poderes humanos ou invisíveis, medo do abismo ou alturas impensáveis, medo de qualquer criatura maligna, e até medo do juízo. 

Em razão da Graça, Paulo pergunta: "Quem nos separará do amor de Cristo? (Rm 8.35); Quem nos condenará?" (Rm 8.34). E nem mesmo Nero ou Calígula, contemporâneos de Paulo, puderam amedrontá-lo. Ora, durante muito tempo não tive medo, pois acreditei que mesmo quando um exército se acampasse contra mim, meu coração não teria medo (Sl 27.3). Mas só quando os exércitos se acamparam verdadeiramente contra mim, meu coração tremeu e foi-se minha esperança. É verdade. Até o dia que admiti, que mesmo os Salmos que tanto li e cria, e eram esperança para mim em tempos de dificuldade, eu não vivia estes Salmos, pois não passei pelas situações sobre-humanas daqueles que os escreveram. 

Conheci a Graça de Deus em meio a desprezo, medos, sarcasmo, acusações, ironias e zombarias. Conheci a Graça, ao estar sozinho, eu e o mundo, sem mãe nem pai aos 24 anos. E também na falta deles. Trabalho e faculdade, sempre em meio a acusações e perversidade. Aprendi, na vida prática, que a Graça (sim, com letra maiúscula!) é melhor e maior que a vida. Alguns anos depois, em 2006, procurei me satisfazer com o amor de Deus, mesmo com a descoberta do desamor de alguns.
Ao perder meu pai em 27/12/2012 e minha mãe em 25/07/2014, acabei com o poder da morte sobre mim, e encontrei o poder da vida. Um imenso desejo de viver, de passar pela tristeza sem ficar triste, me empurrou para frente. 

A Graça, como conheci, me leva ao céu e aos vales, aos desertos e às montanhas, à fartura e à escassez, à saúde e às enfermidades, aos ganhos e perdas, mas fui conduzido em todas estas situações, em triunfo - porque ainda estou aqui contando isso. Aprendi o verdadeiro sentido de "Posso todas as coisas naquEle que me fortalece" (Fp 4.13) - Tudo o que? O que me faltar, não o excesso. 
Na Graça, há livramentos, já que tudo o que é sem vida, sem significado, é tirado da nossa vida. 

Por isso tudo, a fé de que não era o fim fez com que qualquer medo fosse embora. No amor, não há medo. Antes, o perfeito amor lança fora todo o medo.
Porém, aquele que perde o medo graças a confiança em si mesmo, este é o "forte". Mas o "fraco" é aquele que confia na Graça do Senhor.
O medo de alguns é tratado como o percebemos: instinto de segurança. O medo protege da covardia, mas o amor liberta os covardes, lançando-os para a viver a vida. A proposta da Graça sobre nós é confiar na entrega, no descanso da fidelidade de Deus. E só podemos fazer isso em amor, confiando.


Graça e paz!