segunda-feira, 19 de abril de 2021

Marketing divino (pte.1) - At 2.42-47

O mercado político-financeiro é podre. Falta escrúpulos, ética, sobram disputas econômicas e conquista de mercados desde o início da humanidade. Não há limites para a mentira, golpes, guerras, fofocas, injustiças, ameaças e baixarias, quando há interesse financeiro. Não há causas nobres ou filantropia, e ainda veem tudo como "produto", bens de consumo, como ação, serviço ou mercadoria que possam  obter algum lucro - ainda que tais mercadorias não devessem ser tratadas como tal. Exemplo? A fome ou o analfabetismo no Brasil. Esse "mercado" se beneficia com a exploração dos mais fracos, que desconhecem a Palavra de Deus, negociando os chamados "produtos", e que devem ser mantidos assim, pois como haverão promessas se não há quem necessite? Eu e você podemos sentir o estômago revirar, mas o "mercado" nada sente. E agora, este "mercado" chegou à Igreja.

Marketing é a ferramenta que mostra o lado bom de coisas que não são tão boas. Mostra um partido político que faz doações, que na verdade, sangra o povo. O marketing estuda o mercado, analisa o que pode ser consumido, solta um produto da qual, se não houver demanda, eles criam. Venderão mais, claro. Terão mais dinheiro, sim. Observam a concorrência (todas iguais), o comportamento estratificado e sistemático (excelente para impor produtos que possam consumir), agora é só abordar o público específico. Bingo!

Como cristão, analiso a fé, ou o filão descoberto nos últimos anos pelos marketeiros de plantão: o mercado gospel-evangélico-consumista. É triste ver a fé tratada de forma tão espúria, como bem de consumo. E acredito que o exemplo  da Igreja é "pior" porque a fé não é algo palpável, então, não se mede a satisfação, apenas o ego é quem se satisfaz. A fé está sendo explorada fazendo com que se perca à longo prazo, na base de metas a serem alcançadas, público-alvo e estratégias, para oferecer o que o público escolhido consuma: linguagem ("Ô, mano!"), música pop (versões hillsong, refrão repetido à exaustão, um mantra para ser decorado), renomearam de "avivamento" o que antes eram "campanhas" (só não vemos vigílias, campanhas de oração!). São produtos diversos (de livros, apostilas, cursos, pregações, camisetas, CDs e DVDs, até meias, canetas ungidas, lenço, sessão de descarrego, corrente de oração, água do rio Jordão, azeite ungido no avião, dia da oração forte, etc), e seguem a linha de Rick Warren ("Igreja com propósitos"), roupas clean, parecidas com seu público jovem, foco nas pregações temáticas, foco naqueles que ainda estão para se converter, pois os "velhos" de casa já não interessam, pois como maduros na fé, não consomem nada.

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Marketing divino (pte.2) - At 2.42-47

A Igreja-mercado quer acalmar as consciências quando deveriam despertá-las. Tanto fizeram que o povo não quer mais saber de Deus, quer os milagres. É uma visão infernal. Em contrapartida, quando se ministra o Evangelho, a verdade, o arrependimento, a Salvação, a Graça, pecado e santidade, há transformação e as pessoas mudam sua vida. Mas nas igrejas "modernas", ao falarmos tudo isso, o povo muda de Igreja. O que era culto agora é lugar para mídia (canal no YouTube, lives, culto online, etc), e o que é pior, líderes ministeriais estão preocupados com o esvaziamento das Igrejas, não o esvaziamento das almas, em plena pandemia da Covid-19.  O número de divórcios dentro da Igreja é o mesmo, percentualmente, aos divórcios de quem não crê.

Não há mais fé suficiente para crer em At 2.47: "E Deus acrescentava, dia a dia, aqueles que seriam salvos", pois agora, os marketeiros não esperam mais no Senhor, querem fazer a igreja crescer pelas próprias mãos. Dessa forma, At 2.42-47 é tido como antigo, uma Igreja que não é possível em pleno séc.XXI, já que não são praticados.

Aqueles que consomem a fé aguardando apenas o benefício, um produto com valores agregados, se distanciaram de Jesus, o verdadeiro motivo da nossa fé, e óbvio, influenciam o mercado chamado "gospel"(?). O turn-over frenético nas Igrejas (que na verdade são todas iguais, mesmo que haja raras exceções, graças a Deus) substitui a fé genuína em Jesus Cristo por uma fé amarrada ao templo, ao sacrifício, ao AT (pois lá estão as ações vultuosas de Deus em favor do Seu povo), ao líder espiritual, mas também amarrada à moda, à loja, ao consumo deste mercado.

A Igreja-mercado, por tudo o que já foi citado, fez surgir a concorrência, fruto do marketing impetrado, pois todos querem uma fatia do bolo. Cisões, casa divididas, roubos de fiéis (sim, eles pulam de galho em galho porque, de novo, todas estão iguais), acusações, fofoca sobre a concorrência, discurso de vingança de pastores, não abençoando se uma ovelha quer ir para outro aprisco, e claro, por interesse econômico-financeiro, vemos o Evangelho amargar tempos difíceis. Enquanto Deus amou o mundo para salvá-lo, tais Igrejas amam o mundo por ganância. Mentiras inacreditáveis, exorcismos simulados (fiéis atores já apareceram) até para desacreditar a Igreja concorrente, numa típica luta capitalista, em plena Wall Street (Mt 15.7-9).

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Marketing divino (pte.3) - At 2.42-47

Você não precisa aceitar, mas esta é a realidade do mundo evangélico hoje no Brasil. Há 3 ou 4 Igrejas em cada quarteirão, o que prova que o povo não precisa de mais igrejas, precisa sim, é se converter dos maus caminhos, pois falta conhecimento. Há Igrejas que não tem Estudo Bíblico Dominical. O povo ficou cego, e não por Deus, mas pelos líderes. Administrativamente, uma empresa só existe se der lucro.

Graças a Deus, ainda existem pessoas sérias, verdadeiros discípulos de Cristo. Existe um cabeça na Igreja e este lugar não está vago, não pode ser negociado. O reino de Deus não pode ser escondido atrás da placa da denominação, muito menos dentro das 4 paredes de um templo (https://marcioneves67.blogspot.com/2017/04/), mas está presente nos corações sinceros e humildes que ainda buscam o Senhor, mesmo que dentro destas igrejas que pregam prosperidade, e não o reino de Deus.

Quero deixar claro que nada tenho contra a forma, a linguagem ou a comunicação do Evangelho para atingir e transformar mais pessoas e suas vidas, uma vez que pessoas diferentes exigem abordagens diferentes pois têm distintas compreensões, mas é aqui que está meu temor: O Evangelho não deve ser adaptado para que alguém se converta, e sim, a pessoa deve mudar, ser transformada para que aceite o amor de Deus. É a ação do Espírito Santo, assim, a Igreja foi chamada a ir, levar o Evangelho, mas jamais tentar convencer alguém de nada. O problema está quando a estratégia é mais importante que as pessoas, que não interessa os meios para se atingir os fins desejados. O que se pensa ser o caminho em direção ao Evangelho de Jesus acaba sendo transformado em armadilha, pois as pessoas alcançadas se prendem à forma, à linguagem, à oração e cobertura espiritual do pastor, endeusando templos, locais, pessoas, denominações e placas.

A busca por mais adeptos, por mais gente na Igreja, é exatamente como fidelizar clientes de uma empresa, estão no mesmo caminho, já que alguns líderes religiosos vendem a imagem de que a fé, o milagre, a presença de Jesus e do Espírito Santo, estão naquele lugar e não em outras Igrejas, pois desmerecem as igrejas concorrentes, e o que é pior, o Deus que deveria ser cultuado nestas Igrejas. O culto se transformou num produto vendável. Aliás, só o fato das igrejas fatiarem seus cultos à Deus, culto das mulheres, culto dos jovens, culto para as crianças, culto para idosos, culto-culto, etc., assim como fazem com as Bíblias hoje (Bíblia do homem, Bíblia da mulher, Bíblia infantil, Bíblia para área de finanças, para a área administrativa, do marido, da esposa, etc), poderiam ter os nomes de "produtos" para jovens, para idosos, para crianças. Culto é só para Deus, não é para o homem, não existe culto para atrair pessoas, logo, não é para que o homem aceite e compreenda (já existe a EBD), não importa se a pessoa achou o louvor ruim, desafinado, se não gostou da Palavra, porque o culto é para Deus, não para o homem. Há que compreender o perdão que recebemos, a Graça (Jesus Cristo) sobre nós sem merecimento algum. Se isso foi compreendido, é o que deve nos motivar a louvá-lo, permanentemente.

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Marketing divino (pte.4) - At 2.42-47

O grande perigo do show-estratégico chamado "culto" é que se tornou um fim em si mesmo. Não está gerando fé, percebo que as pessoas tem dificuldade em transcender, em crer, e não se pode agradar a Deus sem fé. E quando esse show-estratégico atrai as pessoas como mercado, as pessoas reagirão como mercado, ou seja, o próximo lugar que proporcionar a melhor oferta/benção/milagres/emoção será onde elas irão - é a minha teoria sobre o elevado turn-over já citado - além dessas pessoas saírem frustradas porque as promessas feitas não se cumpriram. A igreja segue o curso do mercado.

Deixo claro outra coisa: Não sou contra uso de música incidental, teatro, dança, testemunhos de ex-alguma coisa, para anunciar o Evangelho e vontade de glorificar a Deus. Porém, minha restrição é ao alcance e durabilidade dessas coisas, uma vez que o Espírito Santo é quem nos convence do pecado, do juízo e da justiça. Lembro de assistir algumas peças e danças que me impactou naquele momento, sim. Passado algum tempo, percebi que essas coisas não tem poder de nos manter na fé, justamente porque são de alto impacto emocional. Isto não pode ser usado como marketing para alcançar pessoas "para Jesus". O grande desafio do cristão hoje em dia não é crer, mas sim, de permanecer.

Parto do princípio que, tudo o que precisa de estratégia deixa de ser verdadeiro, quando se trata de Evangelho. Depois que li o livro "Desenvolvimento Natural da Igreja" (C. Shwartz) nunca mais fui o mesmo em relação ao crescimento da Igreja do Senhor. O Evangelho nasce dentro e sai para fora, produzido pela verdade, tem o efeito da espada de 2 (dois) gumes, atinge a divisão exata entre a alma e o espírito, e alcança os corações, porque testifica a eternidade colocada no coração do homem (Ec 3.11). Nunca será apenas emocional, arrepio, sapateado, fumaça e luzes, mas produz vida e em abundância.

Não consigo ver Jesus dizendo, como estas igrejas-mercado mostram: "Vejam, vocês ficarão admirados com as coisas que sei fazer!", mas ao contrário, o ministério de Jesus foi do arrependimento e da fé: "Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua Cruz e me sigam, pois farão as mesmas coisas, primeiro imitando, e depois, ensinando como fiz quando estive com vocês". Deus não faz marketing de si mesmo.


Graça e paz! Que nos encontremos de novo com a vida, que vale muito no reino de Deus.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Misericórdia (pte.1) - Sl 57.1


Em meio à pandemia global, os tempos difíceis vão nos estreitando. Tempos difíceis fazem com que as pessoas busquem uma "salvação", uma saída. Basta ver as estatísticas do Google que dizem que as palavras "Jesus", "Evangelho", "Apocalipse", estão entre as mais buscadas. A procura por termos científicos ou místicos por algo escatológico, ainda que sob a forma do desespero, só mostra o quão o ser humano está perdido. Há medo, desorientação, cansaço emocional, ansiedade, pânico e depressão - porque a maioria das pessoas não sabe o que acontecerá com a sua vida.

Davi, ao fugir dos seus inimigos (o que significava morte naqueles tempos), dirigia a Deus seus lamentos pela misericórdia e aconchego, até que as calamidades passassem (Sl 57.1). Mesmo Davi, em desespero, mais que encontrar refúgio, aguardava o melhor confiando em Deus. Hoje, o melhor para as pessoas é viver a vida nesta terra, ainda que miseravelmente, faminto, com frio e medo, mas jamais no aconchego do Pai. Este Sl 57, ainda mais este verso em particular, é um bálsamo, um poderoso refrigério em dias de morte, que gera confiança naquEle que tem cuidado de nós. A fé hoje em dia está nas vacinas, no homem.

Dentro de uma caverna, e nós confinados dentro de nossos lares, temendo por sua vida assim como nós, cercado pela morte que o buscava, exatamente como nós nos dias de hoje, suportando palavras dos homens que ferem, bem como nós que só ouvimos palavras de morte, medo, terror e acusação, Davi mostra que buscar a misericórdia transformará nossa aflição em conversa com o Pai. A misericórdia de Deus se renova a cada dia (Lm 3.22,23).

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Misericórdia (pte.2) - Sl 57.1

O conforto do nosso coração em Deus demonstra que, acima da estratégia para fugir dos acontecimentos (nosso e de Davi), era e sempre será Deus, o nosso refúgio e fortaleza bem presente nos momentos de angústia (Sl 46.1). Mesmo em meio à duras restrições sociais, a destra do Senhor, continua sobre aqueles que o temem, enviará seus anjos para nos livrar e proteger, e no tempo oportuno que Ele determinou, buscará os seus, ainda que a morte de seus santos seja bendita aos olhos do Pai (Sl 116.5).

O que chama minha atenção é que, apesar de estarmos confinados, assim como Davi, devemos crer que Deus estende suas asas para nos dar abrigo, até o fim da calamidade, ainda que só vejamos a pandemia, assim como Davi. Este mundo passará e veremos nossa redenção (Rm 8.23).

Tenha no Senhor, amados, lugar seguro, seja na vida ou na morte. Minha esposa teve uma experiência ímpar com o Espírito de Deus, justamente no leito de hospital a caminho da UTI, quando a oxigenação do sangue estava em 70%. Mas ela ficou apenas 2 (dois) dias no hospital, separada num quarto sozinha, com ar condicionado, não foi entubada, apesar do diagnóstico de COVID-19. Ela gargalhava, pois Deus relembrou as promessas feitas e que ainda se cumpririam. Os médicos e enfermeiras não entendiam, mas se alegraram muito, pois na noite que fez tomografia, nada constava no pulmão, e ouviu do Senhor: "Quem é o teu socorro? Você vai andar como uma corsa, que anseia por águas de dia e de noite. Você sabe o que significam essas águas?" E a resposta da minha esposa foi: "Sim, Senhor! É a Tua presença...". No dia seguinte, ela estava em casa.

Acredite, não na oração que faz, não na Palavra que lê, não no tempo que fica de joelhos, não nos sacrifícios que faz, não no ministro que ora por você, não nas paredes da Igreja que frequenta, nem nas ações que você tem, mas creia naquEle que é poderoso para fazer mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme Seu poder que opera em nós (Ef 3.20).

Seja a Cristo, toda a glória, toda honra e louvor, eternamente. Amém!

Presença (pte.1) - Mt 28.20

Presença, para começarmos bem, significa "rosto" ou "face", no grego. Assim, buscar a face de Deus é estar diante dEle. Pelo fato de Deus ser onipresente todos estamos diante dEle, e assim permanecemos ao contemplar toda Sua criação, Seu governo e sustento de todas as coisas. E ainda, mediante a aliança feita de trabalhar por nós, nos sustentar, transformando tudo para o nosso bem, também se faz presente.

Mas há o sentido oposto, quando Sua presença não está conosco. E é por isso que a Bíblia incita a buscarmos o Senhor constantemente (Sl 105.4), já que a Sua presença, apesar de confiável, não é necessariamente o nosso primeiro ímpeto. Só a experiência com o Espírito Santo pode nos levar a buscar a face do Senhor. Porque na 1ª oportunidade, voltamos a tentar, por nós mesmos, e nesse momento, nos sentimos fortes, mas é aqui que somos fracos - pois confiamos na nossa força, e na verdade, nada somos ou podemos. Sua face está escondida atrás dos desejos que temos na carne - lembre-se, Deus é Espírito. Deus nos chama para desfrutarmos da Sua presença, grandeza e valor.

Essa "busca" pela presença de Deus deve ser contínua, pois tanto o Antigo quanto o Novo Testamento atestam que esta ação é feita quando colocamos a mente e o coração (metanóia) no Senhor - o que significa dizer que, qualquer desvio de pensamento, desejo ou sentimento, nos tira do eixo e desviará do que realmente importa, onde provavelmente, confundiremos o Evangelho de Jesus com algum vento de doutrina. Não há como adorar 2 (dois) deuses, ou adora um ou adora o outro (Mt 6.24).

Se foi ressuscitado com Cristo, na sua vida é Cristo quem a vive, logo, busque as coisas do alto primeiro.

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Presença (pte.2) - Mt 28.20

Reconfigurar a mente, passando das trevas para a maravilhosa luz de Cristo, quer dizer uma escolha mental, consciente: primeiro, nós pensamos, depois nós sentimos, nunca ao contrário! Ninguém diz, em sã consciência que "eu me apaixonei, ninguém manda no coração" - isso é patético, é anti-humano, e diabólico. Está claro que você primeiro pensa para depois agir (amar é verbo, portanto, ação). Assim sendo, eu decidi amar a Deus. Eu decido buscar a face do Senhor. Paulo orava ao Senhor para que encaminhasse os nossos corações, no amor de Deus e na firmeza de Cristo (II Ts 3.5). Portanto, é completamente consciente, mental e emocional. 

Porém, devemos passar pelos obstáculos. Fuja do ativismo na Igreja, fuja da busca por reconhecimento e poder, compreenda que é o Espírito de Deus que faz ser quem é, e ore sem cessar. Fuja do orgulho que precede a queda (Sl 10.4), mas se aproxime do exemplo de Jesus que foi manso e humilde. 

Os céus mostram a Sua glória, a Palavra de Deus o revela, a Graça sobre as pessoas o mostra, então, busque a presença de Deus através destas coisas.

Se esforce, conscientemente, por meios naturais que nos fazem transcender, e dessa forma, colocar nossa mente em Deus. E nEle, ter experiências através de Sua revelação, não por sentimentalismo humano. Isto é, meus amados, buscar a presença de Deus.

E por último mas não menos importante, em tempos de pandemia e isolamento social, busque o Senhor enquanto pode achá-lo, invoque-o enquanto estiver perto (Is 55.6). Que o Senhor afaste de nós a cegueira espiritual. Pois a maior promessa para aqueles que buscam a presença do Senhor é que estes o encontrarão (I Cr 28.9), havendo ainda uma maior recompensa aos que acreditam que Ele existe mesmo que não o vejam, diferentemente daqueles que não creem justamente porque não o veem.

Quando temos Deus, temos tudo, Sua presença é nossa maior recompensa.


Que a paz de Cristo seja com todos!

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Compaixão do povo - Mt 15.32-39

Trabalhamos, eu e minha esposa, com uma comunidade vulnerável através da OSC A.C.C. - Alimentar, Cuidar para Crescer, e conseguimos levar alguma paz para este povo tão sofrido, ainda mais, em tempos de pandemia (Covid-19).

Ao ler este texto, Deus me mostrou que este é o caminho: compaixão. Não dá para olhar pela janela da nossa confortável casa, onde nada nos falta e o freezer está repleto, ver alguém sentindo fome ou frio, e ficar indiferente, quando podemos levar o pão da vida, que saciará a fome espiritual (já que amanhã a pessoa terá fome novamente), e transformar o sedento em fonte de águas vivas. Porque vejo a ação de muitos, graças a Deus, enviando cestas básicas, e isso é maravilhoso. Mas nós, que somos espirituais, sabemos qual é a real necessidade do ser humano. Libertar-se das correntes, do cativeiro, das sombras, é prioridade, para que em seguida, seja liberto das necessidades prioritárias do ser humano (fome e sede). A Igreja tem uma missão, se ela se afasta desta missão, não é mais Igreja.

Ouço os temas das "lives" das Igrejas, de pastores, que não suprem a necessidade premente dos dias de hoje (isolamento social, Covid-9, coronavírus, sem vagas nas UTIs, sobreviver). Não falam sobre esperança, a pedra angular, morte e ressurreição, arrependimento, mas falam de vitória, prosperidade, e até como ser cristão. Eu não entendo.

Ao ler que Jesus estava com o coração quebrantado por ver o povo há 3 (três) dias com Ele, preocupado pois estavam com fome, podendo desmaiar pelo caminho, honestamente me vi cuidando desta comunidade vulnerável. Porque este Projeto "Semente" que desenvolvemos é exatamente isso, preocupação com este povo que padece de cuidados, de fome, e já vi crianças desmaiarem de fome! Percebi que o meu caminho não está errado, como querem que eu pense. Se olhar as Igrejas e suas ações (ou a falta delas) vejo que estou no caminho oposto - deles, mas no caminho certo de Cristo! Mais uma vez, Jesus nos diz que multiplicará daquilo que temos. rendemos Graças a Deus e tudo tem se multiplicado! E esta foi uma resposta para mim, que andava desanimado, achando que não seria suficiente o que temos ou fazemos.

Quero partilhar algo com vocês: só podemos agradar a Deus, cumprir seu propósito, como cristãos, se cuidarmos dos nossos irmãos menores e necessitados. Todas as formas de ajudar é amar, amamos nosso irmão e assim, cumprimos o mandamento dado: "Amai-vos uns aos outros" (Jo 15.9-17). Porque se amarmos, Deus que é amor estará em nós, e nós, nEle, assim como Jesus, e seremos esta grande família, em unidade, com muitos irmãos, pois temos o mesmo Pai.


Deus abençoe!