Marketing é a ferramenta que mostra o lado bom de coisas que não são tão boas. Mostra um partido político que faz doações, que na verdade, sangra o povo. O marketing estuda o mercado, analisa o que pode ser consumido, solta um produto da qual, se não houver demanda, eles criam. Venderão mais, claro. Terão mais dinheiro, sim. Observam a concorrência (todas iguais), o comportamento estratificado e sistemático (excelente para impor produtos que possam consumir), agora é só abordar o público específico. Bingo!
Como cristão, analiso a fé, ou o filão descoberto nos últimos anos pelos marketeiros de plantão: o mercado gospel-evangélico-consumista. É triste ver a fé tratada de forma tão espúria, como bem de consumo. E acredito que o exemplo da Igreja é "pior" porque a fé não é algo palpável, então, não se mede a satisfação, apenas o ego é quem se satisfaz. A fé está sendo explorada fazendo com que se perca à longo prazo, na base de metas a serem alcançadas, público-alvo e estratégias, para oferecer o que o público escolhido consuma: linguagem ("Ô, mano!"), música pop (versões hillsong, refrão repetido à exaustão, um mantra para ser decorado), renomearam de "avivamento" o que antes eram "campanhas" (só não vemos vigílias, campanhas de oração!). São produtos diversos (de livros, apostilas, cursos, pregações, camisetas, CDs e DVDs, até meias, canetas ungidas, lenço, sessão de descarrego, corrente de oração, água do rio Jordão, azeite ungido no avião, dia da oração forte, etc), e seguem a linha de Rick Warren ("Igreja com propósitos"), roupas clean, parecidas com seu público jovem, foco nas pregações temáticas, foco naqueles que ainda estão para se converter, pois os "velhos" de casa já não interessam, pois como maduros na fé, não consomem nada.
(leia a continuação)