segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Ofensas - I Pe 4.12-16

O ministério de Jesus foi um tropeço (Mt 11.6) para os religiosos da época (Mc 6.3) tanto aos fariseus, saduceus, escribas, herodianos, essênios e zelotes, quanto aos discípulos (Mc 14.27). O que impedia a compreensão e os ofendia era a sua prórpia religiosidade, pois não aceitavam os ensinamentos de Jesus, até porquê, se os aceitasse, teriam que deixar cair por terra seus próprios ensinamentos, distantes de Deus.

Assim, a própria Cruz de Cristo, a quem não crê pela fé, é uma ofensa (Gl 5.11). Minha peregrinação espiritual teve início justamente na remoção do que me impedia em aceitar o amor de Deus - e até hoje rejeito alguém dizer "aceitei a Cristo", porque na verdade, a Trindade nos amou primeiro, ainda quando estávamos em pecado. É melhor que arranquemos nosso olho, mãos e pés, se eles nos impedem de aceitar a Cruz de Cristo, afinal, é esta aceitação do sacrifício vicário, de uma vez por todas, que nos faz mansos, benignos, obedientes e cristãos. Temos um alvo a seguir.

Jesus gerou reações contrárias no modus vivendi desde a Sua época até os dias atuais (I Pe 2.8), já que ainda recebe contrariedades, dúvidas, perseguições, ofensas, justamente pelas pessoas sentirem-se ofendidas. E é exatamente esta a razão de seguirmos a Jesus Cristo: Ele está na contramão deste mundo tenebroso e diabólico.

Desta forma, o que me sustenta e ampara ao receber as ofensas (que não são poucas) e devolver amor fraterno é o sacrifício pessoal necessário a um cristão, não apenas ensinado mas vivido por Cristo.

Gostaria que você, meu amado(a), lembrasse: Se é perseguido por ser um cristão e coloca seus valores acima dos valores deste mundo, descanse - você é um bem-aventurado! Esta é a prova provada que o Espírito do Senhor está sobre você.


Que o amor de Jesus Cristo nos console...

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Cartas vivas (pte.1) - II Cor 3.2,3

A capacidade de influenciar outros, moral ou espiritualmente, Jesus nos mostra tanto como para sermos sal e luz (Mt 5.13-16) como ser fermento (Mt 13.33), o que demonstro aqui como também o que entendo ser como uma "carta viva". Um papel ao qual alguma carta é escrito, é inanimado. E porque o Evangelho diz "cartas vivas"? Porque empregamos a nossa identidade, caráter, sentimentos, relevância, nossa subordinação ao reino de Deus, e ao Príncipe da Paz, Jesus Cristo. As pessoas nos dias atuais podem ler nossas vidas e perceber a fidelidade a Cristo, e não mais em papiros. E é exatamente aqui que as diferenças entre quem é, quem não é e quem nunca será, ficam latentes.

Para ser "cartas", ainda mais de Cristo neste mundo tenebroso devemos ser testemunhas da Graça do Senhor, já que agora, vivemos nova vida através do arrependimento (Mt 12.41), através de um novo coração produzido pela fé (At 15.9) e nova vida produzida pelo batismo (Rm 6.3) - onde fica claro que não vivo mais eu, mas é Cristo que vive em mim.

E não se preocupe em dar bom testemunho, porque essa nova vida, vivida em Espírito e em verdade, testifica no coração de quem está ao lado, influenciando não por você, mas pelo Espírito Santo que habita em nós. Que o nosso vocabulário, roupas, atitudes, onde frequentamos, transmitam não só quem somos, mas quem representamos - porque há a assinatura do autor. Somos cristãos por causa de Cristo (At 11.26).

(leia a continuidade)

Cartas vivas (pte.2) - II Cor 3.2,3

Como nenhum homem é uma ilha, isolado, qualquer ação, repercute, ecoa. Além da responsabilidade por nossas escolhas, as ações e atitudes decorrentes desta ação gera interesse em quem nos vê ou observa.

Jamais esqueça: Somos observados por Deus (onisciente) e uma grande nuvem de testemunhas (Hb 12.1). Se não houver um bom comportamento, exemplar, a sua comunidade e a sociedade jamais aprovarão. Será que é por isso que as pessoas não querem saber de Cristo? Da Igreja? Do Evangelho? Provavelmente.

Muitos de nós poderiam andar por aí com placas onde leriam: "Não confie em mim, sou hipócrita", ou "Não gosto de oração nem leio a Bíblia", ou "Cuidado: Faço fofoca!", ou "Não sei perdoar", ou "Quem me domina é a luxúria, não o amor". Ou seja, nosso comportamento está sendo lido e percebido por outros - esta é a ideia principal em sermos cartas vivas.

Temos que ser exemplo, que nosso procedimento fale alto às pessoas, para que glorifiquem ao Pai (I Pe 2.12).Todos os cristãos são "cartas vivas", conhecidas e lidas por todos, portanto, o que você quer que as pessoas leiam em você: o glorificar a Deus ou zombar de Cristo? Decida.


Graça e paz!

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Não se permita (pte.1) - Rm 12.2,3

É difícil permanecer inteiro, intacto, sem se deixar influenciar pelo meio e os valores em que vive. Dizem que crianças e adolescentes são mais suscetíveis, mas os adultos não ficam atrás. Talvez não seja pelo celular ou vídeo game da moda, mas é por ser aceito, ser ouvido, ser gostado e respeitado por suas opiniões. Quem não é, sai, foge, procura outra tribo. 

E nessa busca (fuga?) cada um vive do jeito que quiser. Se antigamente, as turmas tinham 10 ou 20 pessoas, hoje, se bastam em 2 ou 3 - pena não estarem reunidos em nome dEle. Quem vive do jeito que quer não aceita intromissões em seu caminho. Quem vive a vida que quer não respeita o outro. Quem vive do jeito que acredita ser a melhor vida para ser vivida, jamais encontrará a Graça - porque a Graça é o próprio Cristo e Ele está sobre o próximo. Enquanto buscar o que é melhor para você, não busca o que é melhor para o outro, e assim, nos afastamos da Graça, que é o próprio Cristo.

É na Graça que há perdão e transformação. Já parou para pensar que, geralmente, só quando adultos olhamos para trás e nos arrependemos do tempo perdido, longe dos irmãos e dos pais, dos atos impensados, dos trabalhos e amigos desperdiçados pelas atitudes mesquinhas, etc? A Graça nos chamou e nos aceitou, mas nós não.

Você só crê porque Deus o amou primeiro e te chamou à mesa para que haja perdão. Eu e você fomos perdoados, então porque não perdoa? 

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Não se permita (pte.2) - Rm 12.2,3

A transformação é justamente jamais aceitar viver como antigamente, no pecado, na injustiça, no egoísmo, e sei lá onde mais vivemos. Deus não tira pecados, Ele derrama Graça - Paulo que nos diga! (II Cor 12.7-9). Portanto, não pense que em sua fraqueza Deus derramará "poder", cuidado quando ouvir isso nas "igrejas", já que é na sua fraqueza que o poder de Deus se aperfeiçoará. Logo, para quê você quer poder? A Graça de Deus te basta.

Os valores que o mundo entrega e quer que carreguemos são infinitamente diferentes dos valores cristãos, dos valores do alto. O que o mundo diz? Que tem que ser rico para ser respeitado? Que deve mentir se necessário? Que puxar tapetes é o resultado do (mau) caráter? Os fins justificam os meios? O interesse vem primeiro que o amor? Será que justamente por isso, vivemos este inferno aqui na terra? Este mundo tem um príncipe e não é o príncipe da paz, que cegou o entendimento daqueles que buscam o que é de César, não o que é de Deus!

É aqui que há a separação dos valores do mundo e dos valores de Deus. Ser perdoado e não ser transformado é como tomar banho e vestir a mesma roupa - só a Graça nos limpa.

Lembre-se que, se não houve transformação, não é Graça. E se não é Graça, também não está perdoado. Se não está perdoado é porque não houve arrependimento. Simples assim.

A lógica deste mundo aponta para as obras da carne, mas nós fomos chamados para mostrar as obras do Espírito, sermos semelhantes a Cristo, e assim, o Pai nos chamou, nos justificou (pelo sangue derramado de Jesus na Cruz), e nos deu a Sua glória, uma procuração para levar Seu nome e o Evangelho encravado em nossas entranhas, a ponto das pessoas lerem este Evangelho de Jesus em nós, como verdadeiras cartas vivas, escritas não com tinta mas pelo Espírito de Deus em nossos corações, que é nossa vida diária (II Cor 3.2,3).


NEle, que nos amou ainda quando éramos pecadores!

sábado, 9 de outubro de 2021

Cansei... (pte.1) - Ef 1.22,23

Não consigo ser passivo ao enxergar a tentativa de converter quem crê em Jesus, em consumidores, onde a própria Igreja tem sido transformada em balcão de serviços religiosos. Conheço uma Igreja que reformou o espaço (hall de entrada) para transformar em lojinha que vende desde camiseta até Bíblia, de viagem a Israel até lugares nos eventos dos ministérios. Isso é pequeno demais, é humano demais. A tentação do lucro fácil justificada pela necessidade de sobrevivência pós-pandemia COVID-19 fez com as Igrejas se apressassem em querer receber os frequentadores de suas Igrejas, para em seguida, oferecer produtos "evangélicos" para desaguar no lucro. Isto, vale lembrar, é um princípio administrativo, onde se não dá lucro, é melhor não existir. É como se eu chegasse ao fim das tentativas de denunciar estas Igrejas - primeiro, porque não estão nem aí para as denúncias; segundo, porque a demanda continua a aumentar. Só podemos conhecer o falso evangelho quando conhecermos o verdadeiro Evangelho de Jesus. Esta religião que estão transformando as Igrejas (muitos já tem se tocado e saído delas) se molda cada vez mais à Babilônia. E assim como eu, ai daqueles que a denunciam.

Começo pelos formadores de opinião do movimento evangélico, sim, aqueles que estão nas mídias, onde a Tv que um dia foi acusada de ser a caixinha do diabo, hoje é veículo de marketing desta Igreja-mercado fruto da lógica de mamon.

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Cansei... (pte.2) - Ef 1.22,23

Um exemplo simples é quando alguém, ao iniciar a sua peregrinação espiritual, crê em tudo após a conversão, pois crê que tudo vem de Deus - por isso ele ora.

Depois, começa a crer que tudo, que vem de Deus, só vem, graças ao líder espiritual que ele tem, por isso, o segue.

Então, esta pessoa começa a acreditar que tudo depende da Igreja que frequenta, por isso, ele quer trabalhar, se oferece a qualquer ministério - pois nunca foi discipulado e não sabe, portanto, qual é o seu chamado.

Em seguida, ele começa a crer em si mesmo, que tudo depende dele, na verdade. Por isso ele tenta ser um líder.

E assim, acredita que só ele teve uma visão que ninguém teve ainda, incomparável e divina, e percebe que ele cresceu (espiritualmente) e crê que em sua mão há poder.

Chega num ponto em que acredita mesmo que ele decide e Deus obedece. E desse ponto em diante, acredita que já é um líder evangélico de responsa, ainda que não ore faz muito tempo, não chora na presença do Pai, não pensa em mais nada que não dê lucro, nem imagina que há necessitados, cativos e pobres, pois só vê o próprio benefício. Presunçosos, esquecem do seu aprisco e olham apenas para a concorrência - quem tem o maior ego!

Assim, o fogo que consome não é mais do Espírito Santo, mas a fogueira das vaidades. Faz questão de estar com o óculos da moda, a roupa "da hora", perfumado, já não visita os crentes necessitados, e suas pregações... bom, as palavra que saem de sua boca são rasas, inócuas, não saem da boca do Espírito nem do altar de Deus.

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Cansei... (pte.3) - Ef 1.22,23

Possui ídolos, e como tal, se transformam naqueles que tem mãos mas não fazem nada, tem pés mas não andam em direção ao necessitado, tem boca mas não falam mais das grandezas de Deus, tem olhos mas só veem o que querem, tem ouvidos mas não ouvem mais o que o Espírito diz às Igrejas (Ap 3.13). Não tem nada a dizer ou acrescentar, mas dominam com seu cetro - pois só sairão do seu cargo depois que morrerem. Não suportam concorrência, ainda mais capacitados que eles são. Não suportam pessoas que são usadas pelo Espírito Santo e fazem a obra do reino de Deus, algo que estes já esqueceram. Dominam pelo espírito da confusão e da escravidão, pois seus comandados são zumbis, e os escolhem, justamente por não ter nada a dizer - só concordam e não oferecem mais risco ao cargo exercido.

E para estes, meus amados, seguir os passos de Jesus é um grande desafio. Vivemos tempos em que o cristão-evangélico diz: "Sou evangélico sim, mas não praticante". Agora, me diga: Como ser um cristão sem praticar o Evangelho de Jesus para a obra do reino? Eu não sei...

É interessante como não gosto que me chamem de "crente". Prefiro ser chamado de "cristão". A diferença é que sigo a Cristo, não apenas creio em Jesus (Tg 2.19). Acreditar não é mérito.

É como dizer que você não faz nenhuma maldade para ninguém. Veja bem, não basta ser ruim, tem é que ser bom! A diferença é grande. Seja "bom" com seu inimigo, com quem tem diferença, ame sem distinção - amar quem te ama é fácil.

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Cansei... (pte.4) - Ef 1.22,23


 A Igreja se tornou redundante em pregar a mensagem da Cruz, como aquele pai que diz para seu filho que roubar é pecado, mas desfalca o caixa da empresa em que trabalha. No momento em que o sal perde o seu sabor, para nada mais presta, senão para ser pisado pelos homens e jogado fora (Mt 5.13).

Prefiro continuar a ser uma Igreja relevante, necessária ao povo onde Deus me chamou e me levantou. Não quero perder a credibilidade oferecendo mensagens de prosperidade, pois como conviver com a religião que busca dias para orações fortes? Orações que torcem o braço de Deus para que faça a minha vontade? Determinar o que Deus deve me dar? Mensagens que falam de prosperidade? Falácias dizendo que só ali, naquele lugar que Deus está e onde você será abençoado? Ensino sobre a virtude como degrau para o sucesso? Autoajuda? Ministérios que aplicam dogmas obtidos e capitaneados no mundo corporativo (empresas) para que sejam despejados no mundo espiritual das Igreja? Músicas que utilizam acordes menores, com sétima e com nona nos momentos em que se pede dinheiro? (quem é músico sabe o que digo). Não consegui mais suportar conviver em ambientes que oprimem pessoas e geram culpa, medo ou ganância, como pretexto de ajudá-las. Um jovem dizer para outros jovens que ali, naquele altar, ele tem que ser santo, mas este mesmo jovem, fora visto tomando cerveja, fumando e saindo de motel com a namorada. 

O que estas Igrejas pensam que estão fazendo? O que estão semeando? Qual será o futuro da Igreja?

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Cansei... (pte.5) - Ef 1.22,23

Onde vai acabar isso? Nunca. Os mortos vão continuar enterrando seus mortos e tudo isso vai virar uma religião. Ou outra religião. Vinho novo em odres velhos? Não dá, perde-se tanto o vinho quanto os odres.

Retenha o que é bom. Sua fidelidade para com o Senhor o manterá vivo e alerta. Tenha apenas um pastor, Jesus, o Cristo - pastor, guia, bispo, apóstolo, mestre.

Jesus nos ensinou a olhar para tudo esse universo e dizer: "Importa-vos nascer de novo" (Jo 3.7), ou seja, nada mais importa. Não podemos cair na armadilha do diabo que quer que pensemos que somos nós é quem cuidamos dos interesses de Deus na terra. É e sempre será Deus. Nós apenas pregamos o Evangelho, o reino de Deus, e rogamos que os homens se reconciliem com o Pai, pois o Pai já se reconciliou com os homens através de Cristo.

Eu prego a Palavra porque, como uma criança, quero ver muitos evangélicos ainda se converterem.


Graça e paz! Desculpem o desabafo...