sábado, 7 de fevereiro de 2015

O saber que nada sabe (3ªpte) - II Coríntios 12:10


Quem quiser saber como é o saber-que-nada-sabe, olhe para Jesus. Ele tudo sabia. Pois o Filho adora o Pai, para que dEle e para Ele, sejam todas as coisas.
Quando Jesus explicava algo, abria as portas que deixavam todos perplexos.
Não queria saber porque sofria, mas curava os que sofriam.
Não queria saber porque exploravam, mas acolheu os explorados.
Não anunciou a queda de satanás, mas o fez cair e expulsou a sua turma.
Passou á margem, mas ficou no centro de tudo.
Sabia e confiava no amor do Pai.
Assim, entregou-se, confiando que a memória do amor, fazendo-se pão e vinho, seria melhor que escrever seus entendimentos para posteridade. E disse: "Eu sou o caminho" - deixando claro que, para alguém saber como é, teria de segui-lo, pela fé. 

Assim, Jesus é aquele que mesmo sabendo tudo, se surpreende com a fé do centurião romano. Muda sua agenda, abre porta para todos. Mas aos que se consideram porteiros do saber daquele poço, fariseus e escribas, saduceus e zelotes, sacerdotes fanáticos, Jesus os deixava á margem. A estes que se auto intitulam "poços do saber", Jesus disse: "Vai e vende tudo o que tens, dá aos pobres e me segue" (Marcos 10:21). Sabia que este estava preso demais às suas riquezas: coisas, não amor. 

Quem confessa o "saber" cria um fariseu intelectual. 
Mata a alma, pois é o Espírito quem vivifica. 
Mata também a possibilidade do saber-que-nada-sabe, que só é porque ama e é amado pelo Pai, pois segue crendo. 

O justo viverá pela fé, em tudo. 
Até, e inclusive, no "saber".



Graça e Paz!

O saber que nada sabe (2ª pte) - II Coríntios 12:10



O saber, e quem o detém, fica como está, não busca nem acrescenta. Afinal, ele já sabe, não? Também não desperdiça nada, nem energia, e duvida do amor. 
Este sim, o verdadeiro dom de quem tem o "saber": nunca duvida do amor.
O "saber", e quem o procura, pensa a partir do amor. Como não carrega ódio, nem permite em nenhuma relação, apenas vê com o olhar do amor, que Deus o capacitou. Então, para onde se vire, verá, mesmo que sejam trevas, pois as trevas e a luz são para Deus a mesma coisa. Por isso diz: "Até durante a noite Tu me ensinas" (Salmos 16:7). 

Como exemplo de tudo o que escrevi, li Rubem Alves. Ele disse: "Deus é o grande mistério". Não. Apesar dele ser bastante profundo, ficou no raso em seu "saber". Deus não é "o" grande mistério - Não há Deus ou deuses, maiores ou menores. Não é porque há o todo-poderoso, o grande EU SOU, que passará a existir os "quase" todo-poderosos.
Não há deuses. Há apenas um só Deus, um só Espírito, um só Senhor e Salvador. Deus não é, portanto, "o" grande mistério. Fazendo isso isolamos Deus de modo que todo o resto (os medos, incertezas, coisas não palpáveis, o cerne humano, etc), estão resolvidos e não há nada o que desvendar.
Nunca ninguém viu a face de Deus. E todas as coisas decorrem dEle. E o que vemos, só é mistério para nós. DEle advém todas as coisas.
Alguém pode se tornar um poço de cultura, mas perde a amplitude do oceano. Sente cheiro de chuva, mas não se molha. Encanta-se com as ondas do mar, mas nunca se molha. Bebe água, mas não se expõe, saciado que está. E continuará com sede. Porque Jesus nos disse que, aquele que beber da Sua água, jamais terá sede novamente, e essa água se tornará uma fonte (João 4:14)

(leia a continuação)

O saber que nada sabe (1ªpte) - II Coríntios 12:10



Quanto mais se sei, mais tenho certeza, de que nada sei.
Clichê ou não, é verdadeiro.
Porque a ignorância batizada como "saber", infla e nos torna arrogantes. Ao mesmo tempo que o saber-que nada-sabe, recebe sabedoria para sempre.
Porque aquele que pensa que "sabe", já está sepultado no seu próprio saber, visto que é apenas um auto saber, fechado em si mesmo. Incapaz de receber mais informações, compor massa crítica, porque está lotado.
Em contraposição ao auto saber, Jesus disse: "O meu saber não é próprio, mas sim, daquEle que me enviou" (João 6:29). 

Dizemos da pessoa com empáfia: "Ele é um poço de saber". Correto. Um poço é um buraco cheio de saber, e só. Fechado em si mesmo, nada em águas paradas, pouco profundas, não se arrisca, conhece ali e ali permanece, na tal zona de conforto.
Já o saber-que-nada-sabe é como o oceano, que se alimenta das águas mais profundas, que se arrisca, que sabe que a dependência é muito maior que a independência do ser, e essas águas vem do céu, do alto, por isso são contínuas.
Essa pessoa recebe apenas o que vem dos céus como se ele mesmo fora apenas e tão somente, uma bacia que deixa vazar pelos drenos (tato, fala, visão, audição) sua profundidade. E glorifica o nome do Pai, pois sabe que esse "saber" não vem dele mesmo, mas do Pai. Não é auto-ajuda, é ajuda do alto.
E por esses drenos irriga a terra, alimenta os famintos, alivia os feridos, através de fontes, ribeiros, rios, mares, que retornam ao oceano. Sem falar que cada um desses, coopera, evapora e é agente de transformação: chuva serôdia ou temporã, garoa ou tempestade ou apenas orvalho. Tudo volta, reciclando, abençoando e a água continua cumprindo seu ciclo, aberto e disposto a tudo e á todos. É o "eis-me aqui, envia-me a mim" (Isaías 6:8). 

E o que aquele que é um poço de sabedoria faz com tudo isso? Lembrei de Elias na caverna. Querendo fugir de Deus, ouviu o vento, o fogo, o silêncio, mas Deus não estava lá. Fiquei quieto, em silêncio, pensando na arrogância de supor o "saber". Curvei-me e adorei ao Senhor. 
Paulo diz que todo saber que é sem amor, apenas incha, nada acrescentando ao ser (I Coríntios 8:1).


(leia a continuação)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Memória de mim - Lucas 22:19



Alguém inseguro, diria: “Não se esqueçam de mim”. 
Porque os que não querem ser esquecidos desejarem ser uma inspiração para os outros (quase nunca ambicionam) mas por medo de serem esquecidos entre aqueles que os sucederem. Estão na carne, não no espírito. Pois vivem nessa ansiedade pagã por viverem e dependerem das conversas e lembranças dos que estão por vir. A história de José no Egito deixa claro que, com o passar do tempo, até os faraós esqueceram quem foi José e o que representou para o Egito, e o povo hebreu virou escravo.   

E acredito que seja assim que muita gente se perpetua, na culpa dos seres obrigados a lembrarem-se das vaidades, superficialidades e inseguranças, dos que pedem para não serem esquecidos.  

Jesus, é diferente. 

Ele disse: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22:19), e ao dizer assim, institui não a lembrança por medo do esquecimento, mas o dever de fazer. 

Jesus não queria ser lembrado por medo de ser esquecido ou sucedido. Não há outro nome acima deste nome (Filipenses 2:9). Se Ele quisesse ser apenas lembrado, teria pedido um busto em praça pública, erguidos à vaidade do poder, ou até mesmo, bradam em nome das Escrituras, esquecendo-se que Deus nunca dependeu de nada nem ninguém para que o Evangelho de Jesus chegasse até a mim ou á você. A Palavra de Deus irá se cumprir. 

Jesus jamais quis ser lembrado e nem mencionado. 
Ele queria ser obedecido, tanto no ensino quanto no amor. 
Se deseje celebrá-lo faça as coisas em memória viva de amor por Ele.

Fazei...”, diz Ele. 
Fazei o amor valer. 
Fazei a Graça prevalecer como perdão e misericórdia. 
Fazei a simplicidade conquistar os espaços pela alegria simples de servir. 
Fazei o outro superior a si mesmo. 
Fazei a justiça ser conhecida, não como discurso, mas como ato da própria vida. 
Fazei a palavra ser glorificada pela obediência. 
Fazei da vida com Deus a vossa vida entre os homens. 

Do contrário, para que você lembraria dEle? 

O Cristo para ser lembrado e não ser obedecido é apenas o Jesus que se celebra nos ajuntamentos da religião. Numa comunhão de irmãos, no corpo de Cristo, Jesus é como Deus é, e os homens como deveriam ser. 

A memória de Jesus é viva - Ele ressuscitou. 
Não apenas prestar culto como um ritual. 
Fazer em memória de Jesus é ter a alegria da obediência e fazer conforme Ele determinou: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como ama você mesmo.
Jesus só quer ser lembrado se for para ser obedecido.



Graça e Paz!