domingo, 21 de dezembro de 2014

Viver como gente grande (pte.5) - Lucas 24:13-35


Quando os discípulos entenderam quem era o Messias (v.31): "Abriram-se-lhes então os olhos e o conheceram, e Ele desapareceu-lhes" - Para onde foi Jesus? Para mim, foi uma grande revelação: Ora, entrou neles.
Não há exegética ou teologia aqui. Não é latim, hebraico ou nordestino. É revelação, simples, para mim. Podem criticar, eu nem ligo. Quando você reconhece Jesus, Ele vem viver em você.  

Quando você desiste de tudo, volta para casa, assim como em Emaús, frustrado com o Pai que não fez aquilo que você queria: Ou porque não recebeu a casa própria (mas ganhou um terreno e uma enxada - que você não aceitou); ou não resolveu seu problema do casamento transformando sua esposa(o) numa benção (sim, porque você é uma benção, não é mesmo?). Enfim, muitos vivem frustrados e decepcionados com Jesus, que fizeram o mesmo que os 2 discípulos no caminho de Emaús. Mas:
"Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? E na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalém" (v.33,34) 

Mas...Cristo vive.
Se revelou a nós no caminho de Emaús. E quando nós o reconhecemos, Ele desaparece e habita dentro de nós. O cordeiro de Deus, que tirou o pecado do mundo, vive em nós. Ele quer que você se levante, entre em Jerusalém e dê testemunho da ressurreição.
Imagino Deus, olhando para estes homens, voltando felizes para Jerusalém porque o mestre ressuscitou:
"Agora sim, estão vivendo como gente grande. Seus olhos foram abertos, creram e entenderam!" 

E agora, não mais eles, mas Cristo vive em neles. 

O que aconteceu na estrada de Emaús é o que Cristo quer que aconteça a todos nós. Indo, revelem quem Ele é.
Ensinem todas as coisas que Ele ensinou, batizem as pessoas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
E jamais esqueçamos: Ele prometeu estar conosco todos os dias até a consumação deste mundo.
Louvado seja o nosso Senhor.


A paz do Senhor!

Viver como gente grande (pte.4) - Lucas 24:13-35


Tráfico no morro: 2 por dia, morrem. A polícia pacificadora chegou e não houve mais assassinato. Mas não dizem que está pacificado porque precisa ainda de hospital, carteiro, médico de plantão, farmácia, etc. O Estado precisa subir o morro com ética, sonhos, cuidado com a criança (olham a polícia como inimiga e o bandido como herói), precisa subir com futuro, dignidade, auto-estima, etc. Só vai subir se "alguém" subir.
Vou ajoelhar, orar e pedir: "Oh, Senhor...vá lá no morro!! Envia o Teu Espírito Santo!!", é isso??
Deus irá dizer: "Eu? Já derramei meu Espírito em toda carne, já enviei meu Filho para morrer na cruz, para que todo aquele que nEle creia, não pereça, mas tenha vida eterna, e você me chama? Quer dizer que nada disso adiantou? Vai, sobe o morro!" 

Dê plantão, se necessário, no morro, em nome de Jesus.
Se você ora para que Deus abençoe: "Ó, Deus, abençoa a periferia de São Paulo!" ou "Deus, abençoa o mundo muçulmano!" ou "Deus, abençoa a África tão sofrida!", pense a respeito. Como Deus vai abençoar?
É através de nós. Apesar de nós. Porque Ele habita em nós, o Espírito santo está sobre nós, e isso, é tarefa nossa.
No Pentecostes, quando o Espírito de Deus foi derramado sobre toda carne, Ele mudou de endereço: Estava no céu, agora está aqui (dentro de nós). E nós devemos ir, em nome do Senhor Jesus. Nós somos sal da terra e luz do mundo, que brilhe a nossa luz para os homens vejam nossas boas obras e glorifiquem ao Pai que está no céu. 

Gente pequena pede para Deus fazer (ir). Tem fé EM Jesus.
Gente grande, sabe que o Espírito Santo habita nele e se oferece a Deus ("Eis-me aqui!") pelo simples privilégio de ser um parceiro de Deus. E faz. E vai. Esse, tem a fé DE Jesus.

(leia a continuação)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Viver como gente grande (pte.3) - Lucas 24:13-35


Estava oculto, mas foi revelado.
Deus não vive "lá". Habita em nós.
Não é alguém que vive "lá", resolve aqui e volta pra "lá".
Deus habita em nós e nos capacita para agir em nome dEle e continua a ser o propósito dEle, desde Adão.
A ordem: "Multiplique-se, encha a terra e domine a criação", é para ser lida "ande comigo, não ande sozinho, você não vai conseguir".
Adão achou que conseguiria sozinho.
Jesus sabia que não conseguiria sozinho. 

Aprendi em Atos 1:8 que a gente acha que entende. Em João 9 tinha um cego de nascença. Jesus curou o cego. O povo disse ao cego (que só vê porque Jesus o curou) e diz:
- "Você não era cego?"
- "Sim, era. Mas agora eu vejo!"
- "E o que aconteceu contigo?"
- "Jesus me curou!"
Não é isso que é testemunhar? Então porque Jesus pediu para esperar para sermos revestidos do alto, do poder do Espírito Santo para podermos testemunhar?
Porque testemunhar a respeito de Jesus, não é apenas falar o que Jesus faz. Não é dizer o que Jesus é. Testemunhar sobre Jesus é reproduzir o que Jesus é e fazer o que Jesus faz, e isso só é possível estando revestido de tal maneira que, se eu dissesse "Quem é Deus?", eu ouviria: "Eu sou a fonte da tua vida, a fonte de todas as suas capacidades, competências e conhecimento, da tua força, dos teus impulsos, compaixão e generosidade, do que você tem para repartir e que age no mundo através de ti" - esse é Deus! 

E dizemos assim: "Deus habita em nós!" 

E fazemos uma passagem da infância para a maturidade, quando temos fé não só EM Jesus mas a fé DE Jesus. Fé em Jesus é acreditar que Ele está lá, filho de Deus todo-poderoso, e que quando precisa, pede para Ele. Mas a fé de Jesus, é quem diz a respeito de si mesmo: "Sei que sou filho amado de Deus, sei que o Espírito Santo de Deus está sobre mim, sei que a razão da minha vida é fazer a vontade de meu Pai e sei que tudo o que eu faço neste mundo é para glorificar o nome de meu Pai" - essa é a fé DE Jesus.
Diferente, não é? 

Essa é a fé de gente grande, cristão que amadureceu, co-herdeiro com Cristo.
Gente pequena tem fé "em" Jesus.
Gente grande tem a fé "de" Jesus.

(leia a continuação)

Viver como gente grande (pte.2) - Lucas 24:13-35


O que projetamos em Jesus?
Quantos de nós, em nossa caminhada, não abrimos os olhos e não o reconhecemos? E se não o reconhecemos, iremos confundi-lo. Vamos chamar Jesus, de Genésio. Mais ou menos assim: "O que está esperando de mim, eu nunca te prometi!" ou "Você quer que eu faça o que jamais pensei que alguém me pediria!". Esse processo de passar de gente pequena para gente grande, também é um processo de deixar o Deus da infância para o Deus da fase adulta.
Não peço mais brinquedo (eu). Peço saúde para a família (nós).
¹ Se alguém é infantil, espera que Deus resolva seus problemas, alterando o mundo para que seja do jeito que você quer. Exemplo? Sua filha vai casar num sítio e você ora para Deus não deixar chover (e sempre tem alguém que diz que orou e não choveu mesmo). É até engraçado tratar Deus assim. Então Deus manda a nuvem embora ás 16:20h, justamente a hora que a noiva entrar. E se a noiva atrasar? É engraçado, vai...
² Tem outros que oram para que Deus revele a vontade divina: "Deus, revele qual porta devo entrar!". Você está pedindo para que Ele decida por você? 

Quando crescemos um pouquinho trazemos essa decisão para nós: "Eu sei qual é a minha missão, me dê entendimento e sabedoria". Eu não quero que as minhas filhas com 40 anos de idade venham me perguntar o que fazer ou como fazer numa situação. Posso aconselhar, e até gostaria, mas amaria se as tivesse direcionado na vida para tomar as melhores decisões. 
Imagina Deus a nosso respeito. 

³Se crescer mais um pouco, vai orar assim: "Deus usa minha vida para Sua glória. Se for escravo, numa cama de hospital ou numa festa, que eu faça a Tua vontade, apenas para glorificar o Teu nome. Não a minha vontade, mas a Tua, na minha vida!". 

O Espírito Santo é tratado como se o homem tivesse poder e controle sobre Ele. O camarada está quietinho, antes de pregar. Quando sobe no púlpito, estufa o peito, e aperta o botão "on", recebe o Espírito Santo e fala, fala e fala - até em língua estranha. Depois que sai, aperta o botão "off" e volta a ser normal. Vai comer pizza e cerveja (gula), assiste o jogo do seu time (palavrões), etc. Lembrando alguns desenhos animados e seus personagens.
Imaginem Jesus dizendo no meio da multidão: "Pai, seu Espírito sobre mim é imprescindível". Mas quando se recolhe com Pedro, Tiago e João, Jesus não precisa mais do Espírito de Deus, está com as pessoas que andam com Ele, o conhecem, pode relaxar e ser Ele mesmo, não é?
Se aparecer um fariseu, ele precisa do Espírito Santo.
Se estiver com os discípulos, Ele relaxa. Simples, não é?
Você é assim? Quando está na igreja é um, quando está entre seus amigos, é outro?
Se não aparecer nenhum cego, leproso, prostituta, não precisa do Espírito Santo. 
E você, no dia a dia? Cultua e adora a Deus só no dia que tem culto na igreja? Ali se esparrama, chora, canta e pula, fala língua estranha, sapateia, recebe a Palavra, concorda, abraça, dá Glória á Deus e aleluia? Mas de 2ª feira até o próximo domingo...?  

Quando Jesus está conversando com os discípulos, Pedro diz: "Ô, Jesus...para com isso! Pára com essa conversa de morrer! Morrer que nada! Deixa isso pra lá...". E Jesus, descontraído, relaxa e concorda: "É mesmo, né, Pedro?! Que morrer o que..."
Como assim?
Mas Jesus não estava no meio da multidão? Então, não precisava do Espírito Santo. 

O Espírito Santo não é alguém que te visita e vai embora. Isso era no Antigo Testamento, como capacitação sobre alguém, num momento ou situação qualquer.
No Novo Testamento, a Palavra de Deus diz que o Espírito Santo foi "derramado" - já derramou alguma coisa? Tente pegar de novo. Hoje, Ele habita em nós. 

E quando crescermos um pouco mais, em graça e em conhecimento, saberemos que o Espírito Santo habita em nós e que fomos chamados com a mesma missão de Jesus Cristo fomos enviados do mesmo jeito que Jesus foi enviado ao mundo, e que o propósito que guiou Jesus tem que ser o mesmo propósito que guia sua vida.
Ele nos disse: "A minha comida é fazer a obra do meu Pai" (João 4:34). Além disso, nos alertou: "Vocês farão obras maiores, pois assim como o Espírito está sobre mim, será derramado sobre vocês, e as obras que fiz, vocês também farão, ainda maiores. Vão ao mundo com a autoridade que Eu lhes dou e glorifiquem o nome do Pai, assim como Eu glorifiquei".
É isso.
(leia a continuação)

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Viver como gente grande (pte.1) - Lucas 24:13-35

Gosto muito dessa Palavra. É o sair da infância para a maturidade, deixar de ser gente pequena para ser gente grande, e é disso que eu quero falar.
Quando Deus diz a Moisés que não faça nenhuma escultura sobre quem é Deus, é porque o homem não seria, em tempo algum, capaz de definir quem Deus é, porque iriam reduzir Deus a algo que conheciam ou imaginavam - e isso nem chegaria perto do que Deus realmente é.
Algumas palavras tentam: "criador", "libertador", "rei", "justo juiz", "general dos exércitos", "pastor", "Pai", entre tantas. Ainda assim, não o define. 
Se alguém define Deus como "general dos exércitos" é porque ela divide o mundo entre ela e os inimigos. Ela está em guerra! É cabeça de gente guerreira.
Tem gente que define Deus como "juiz", pois Ele dirá o que é certo ou errado. Essa pessoa tem dificuldade em desfrutar da misericórdia, da compaixão de Deus. 

O problema é qual a "imagem" de Deus (se juiz, Pai, misericordioso, general, libertador, criador, rei, etc.) vai ocupar o seu coração e com qual dessas "imagens" você vai desenvolver relacionamento com Ele.
Aquilo que cremos em relação a Deus, determina as expectativas que serão desenvolvidas. 

No texto, os 2 discípulos estavam indo embora de Jerusalém, decepcionados. Responderam a Jesus, que ao chegar perto não fora reconhecido pois Deus fechou seus olhos, ao serem perguntados porque estavam tristes: "Você é o único a não saber?" E no V.21, dizem: "Nós esperávamos que Ele restaurasse a glória de Israel!".
O que eu penso sobre Deus determina o que eu espero que Deus faça!
Esses homens estavam equivocados a respeito de Jesus, pensavam que era como o rei Davi que conduziria o conflito contra a opressão de Roma e Israel sairia vitorioso, recuperando sua condição de nação. Afinal, era o Messias! Isso mostra porque seus olhos estavam obscurecidos. 
A ideia que faziam de Jesus estava equivocada - daí entendemos porque Deus não permitiu que vissem a Jesus, porque se eles o vissem no caminho de Emaús, diriam: "Ah, sim! É agora que o Senhor vai restaurar a glória de Israel!". Esse não era o propósito.
Deus cegou os olhos dos discípulos e não reconheceram a Jesus, até que entendessem.
Então, Jesus tem a oportunidade de dizer: "Como demoram a entender tudo o que os profetas falaram, não devia o Cristo sofrer para entrar em sua glória?" (Lucas 24:25,26). Depois de explicar-lhes as Escrituras, o coração deles aqueceu, diziam, enquanto Jesus falava. Começaram a entender: "Era isso? Agora entendo o que o Messias vinha fazer, agora faz sentido!"
Seus olhos se abriram.
Tinham uma visão errada do Messias e de Deus. Mas agora, os vêem.
Interessante, é que agora olham para Jesus, o vêem corretamente, e é outro Jesus. 
Jesus mudou? Não. 
A percepção deles sobre o Messias mudou, agora podem se relacionar com esse Messias e reajustar suas expectativas em relação ao Messias. 

Esse mesmo processo tem acontecido conosco. Consegue abraçar todo significado (início do texto). A Bíblia nos leva á pessoa de Jesus, que é a imagem do Deus invisível porque nEle habita a plenitude da divindade (Colossenses 1:15 e 2:9). 

Quer saber quem é Deus? Olhe para Jesus.
Em Jesus vemos quem é Deus e como o homem deve ser.

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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Ciclo da vida (pte.2) - Eclesiastes 3:1-8

Houve um tempo de transformação, rasgar vestes judaicas, vestes essas, que religiosamente, não serviria para o reino, nem como remendo. Mas tempo de coser as relações refeitas pelo perdão, através da Graça. Não adiantaria pois o vinho novo romperia os odres velhos. 

Houve tempo de falar. Tanto, que sua Palavra se tornou insuportável.
Houve tempo de calar-se, descer ao matadouro como ovelha, muda, diante dos seus algozes. 

Porém, para Jesus, só houve tempo de amar, tempo de paz, mesmo vivendo o tempo todo de seu ministério, em guerra e perseguido.
E hoje, enganam o povo falando de uma existência na qual só há "vitória", "riso", "cama quente", "riquezas", só se ganha, dança se ajunta tesouros, constrói, só se nasce, se agrega, se celebra, só se tem sucesso. 
Temo pelo silêncio. 

Então vem a vida. Chega o tempo de chorar, de lamentar. Sim, porque a chuva cai tanto para os ímpios como para os filhos de Deus.Chega o tempo de prantear, de perder, de morrer, de arrancar, de lutar, de enfrentar, de calar, de rasgar, de jogar fora, de reconstruir com as próprias mãos. 
E então o ser sem a sabedoria da vida se escandaliza, se enfraquece e se julga traído por Deus e perseguido por uma 'conspiração' divina. 

As estações mudam.
Já comi muito doce. Agora, com diagnóstico perverso, danoso á minha saúde, tenho que parar. Chegou o tempo de não comer mais açúcar, até quando Deus quiser.
De repente, alguém teve que colocar uma sonda para urinar.
Um dia, meu pai amputou uma perna: "Filho, é a nossa vida. É só Jesus, né, filho?!" Disse ele. Uma ano e meio depois, minha mãe foi para a UTI. Ambos, creio, estão nos braços do Senhor, por Sua misericórdia e Graça.
Mudaram os tempos. Mudaram as estações.
Recebemos os planos do Senhor (Jó 2:10). 

Segundo o texto de Eclesiastes, nada acontece por acaso, por força da oportunidade, do azar ou sorte, ou coincidência. Por trás dos fatos há amor. Há a sabedoria que o homem não compreende, porque só iremos entender, depois, quando os fatos se consomem. 




NaquEle, que em todas as estações e circunstâncias, nos aguarda com seu amor e misericórdia.

Ciclo da vida (pte.1) - Eclesiastes 3:1-8

Em Eclesiastes, Deus nos mostra que há tempo para todas as estações da vida. Não há nem houve, exceções. Nem mesmo Jesus, o Cristo.
Também para o Cristo houve tempo de nascer, tempo de viver e tempo de morrer. 
Assim, teve tempo de plantar e semear, arrancar o que foi plantado e abrir espaço para os frutos que desejavam produzir. Para Jesus, houve tempo de matar ("Nunca mais nasça fruto de ti" - Mateus 21:19) e tempo de curar. E curou, muitos.
Houve tempo de derrubar: "Aqui não restará pedra sobre pedra" (Mateus 24:2), e tempo de edificar, no caso, a igreja: "As portas do inferno não prevalecerão" (Mateus 16:18).
Também houve tempo de chorar, por não encontrar um companheiro no dia da tentação (Mateus 26:39,40), de lamentar a morte de um amigo (João 11:35) e de uma cidade que rejeitava seus profetas: "Quantas vezes eu quis ajuntar teus filhos, mas vós não quisestes" (Mateus 23:37). Houve tempo de sorrir com gente simples e pecadores.
Houve tempo de fazer vinho, beber e dançar nas bodas de Caná. Houve tempo de espalhar as pedras de tropeço, e juntar as pedras que Ele, Jesus, usaria para construir sua igreja, erguida de 'Pedros'.
Houve um tempo de abraçar a todos, até os inimigos, mas também se afastar dos abraços da religiosidade.
Houve tempo de buscar os perdidos, receber o arrependido, e achar o perdido dado como inalcançável. 

Houve também um tempo de lamentar quem teve a chance, não aproveitou, nem acreditou, para aqueles que tinham direito mas perderam porque o rejeitaram. 

Houve também um tempo de se esconder, sair de circulação, dizendo que pérolas não se dão aos porcos, nem as coisas quando não recebidas voluntariamente, ficam ocultas aos que a rejeitaram. 
Por isso, teve também o tempo de lançar fora o que não daria fruto, e se antes tinha algum valor, para nada mais serviria, a não ser ser pisado pelos homens.

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domingo, 3 de agosto de 2014

Ser uma benção (pte.5) - Lucas 8:26-39

No gadareno, não há trabalho para psiquiatria, psicólogo, terapeuta, assistente social. É trabalho para o ungido do Senhor. É trabalho de quem leva Deus a sério. Só a igreja do Senhor pode pará-lo. 

Ganhar almas para Jesus é correto. 
Mas o homem não é feito de corpo, alma e espírito? Ganha-se a alma para Jesus, e o resto do homem? Estamos desenvolvendo uma evangelização para uma alma sem corpo, e isso é um fantasma! Empobreci o inferno porque a alma foi ganha para Jesus Cristo, mas o corpo não precisa de equilíbrio? Não precisa de família? Não vive em sociedade? O papel da igreja é entender que não é mais, apenas, ganhar almas, mas produzir justiça na terra. 
Alcançar lugares, como onde vivia essa 'legião', que matou os porcos mas não morreu - porque espírito não morre afogado. A 'legião' continua matando, roubando e destruindo. 
Existem outros gadarenos. O "ide" (Marcos 16:15) é ir até os "gadarenos" contemporâneos e libertá-los, pelo poder do Senhor ressurreto. 

Precisamos que o nosso caráter seja maior que o nosso carisma. Precisamos ser mais hospital e menos tribunal.
"Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrupta e perversa" (Filipenses 2:15). 

Vivemos nessa geração perversa, que não ama, só usa o próximo. Um gadareno pode estar ao seu lado. 
Deus coloca essas pessoas necessitadas ao nosso lado, acredite. Ouvimos alguém dizer que não está aguentando mais, que o mundo não tem mais jeito, que as pessoas não se respeitam ou que não aguenta mais sua família, e o que fazemos? Muitas vezes, concordamos.
A pessoa está ali, ao seu lado, pingando a bola, mas você não chuta - não fala do amor de Deus.
Pense. Vai lembrar de alguma oportunidade dessas na sua vida.
Não andamos como luzeiros.
Sim, somos diferentes da geração de Jesus, pois só acreditamos no que vemos. 
A voz da igreja não é mais ouvida porque a mensagem não é vista. Falamos, mas não praticamos. Somos a geração que vê com os olhos, não apenas com os ouvidos.
Compartilhemos nossas bençãos, deixando brilhar a luz. E brilhando, glorifique o nome daquEle que nos salvou.


NEle, que nos trouxe das trevas para sua maravilhosa luz,

Graça e Paz!

Ser uma benção (pte.4) - Lucas 8:26-39

Acostumaram-se a ver aquele gadareno nu, em desgraça, possesso. Quando o veem curado, se assustam, não estavam acostumados a bondade, saúde, solidariedade e paz.
"Legião" era nome dado a 6 mil homens do exército, era um termo militar, não espiritual.
Os demônios entram nos porcos que se jogam e morrem. Recado de Jesus: O nome de Jesus tem poder, sobre qualquer legião! A Graça alcança a cidade e manda o recado: "O meu reino chegou!". Não mais opressão ou sequestro, mas equidade, paz, justiça e amor. Não há nada em nós que não seja alcançado pela Graça.
Louvado seja o nome do Senhor! 

Aprendi que se entendermos a abrangência da Graça, aprenderemos que não podemos menosprezar o poder do inimigo, nunca.
O inimigo tem poder para desconfigurar o projeto de Deus na vida de um homem: sua família. Também é possível que a nossa humanidade seja roubada. 

Nas igrejas hoje, o inimigo recebe tratamento desigual. 
Uns veem o inimigo como opositor de Deus. Não. Ele é o inimigo de 'nossas' almas, nós, a coroa da vida - nós que nada fizemos de bom, caímos, nos afastamos de Deus, mas ainda assim, Ele nos ama. Para ser 'inimigo' tem que estar na mesma classe (Deus) e ter o mesmo poder (amor), portanto...
Outros veem o inimigo com grande poder. 
Teme mais o inimigo do que a Deus, dá até mais ibope: "O inimigo está furioso!" - que bom, pior se estivesse feliz! 
Não dê a ele um poder que ele não tem. Alguns tem Deus no coração, mas o diabo não sai da cabeça. 

Lembre: o diabo está debaixo dos nossos pés! 

Outras igrejas ainda, não creem na existência do diabo. E é isso que ele quer. Enquanto a culpa do mal recair no homem, existirão livros, magia, auto-ajuda, desencapetamento, dia para oração 'forte', óleo ungido no avião (mais perto de Deus) e todo tipo de feitiçaria para desviar o foco. E acaba num looping, sem fim.
Para derrotar o inimigo é preciso ter (e suas armaduras), resistir, para que ele fuja de nós. E isso, para quem não crê, é intangível.
De um lado a supervalorização, do outro, o menosprezo. O ministério dele continua sendo roubar, matar e destruir. Pode dizer o que for, só não diga que ele não é trabalhador e inteligente.

(leia a continuação)

Ser uma benção (pte.3) - Lucas 8:26-39

O gadareno, após Jesus tê-lo libertado dos demônios, disse: "Eu quero Te seguir!". Jesus diz: "Não. Segue o teu caminho, volta para tua casa". 
Quer um futuro de honra, gadareno? Quer seguir Jesus? Volta quebrantado, arrependido. 
Na condição que estava, provavelmente machucou e envergonhou muita gente. Voltar, pedir perdão e se quebrantar, é negar-se a si mesmo. Até porque, temos primeiro que obedecer a vontade de Jesus em nossa vida. Seja feita a Tua vontade, Senhor. 

Portanto, esse gadareno deixou de ser 'endemoniado', mas ainda não foi abençoado. A partir do momento que este gadareno repassar aos seus (família, vizinhos, ao próximo) a sua mudança, o seu amor, perdão, domínio próprio, paz, etc, ele será abençoado. Apenas quando a benção passa por mim e chega ao outro, sou abençoado. A Graça de Deus é a família. 

Sempre digo que somos um cano. 
A água que passa pelo 'cano', é o Espírito Santo. Essa 'água' abençoará outros. Só neste instante, é que serei abençoado. Enquanto retenho a benção, não compartilho, não amo meu próximo, não ajudo, só eu uso, não há benção. Só me faz abençoado se ela passar por mim e alcançar outros. 
Jesus quer que o gadareno faça na sua casa o que foi feito com ele. Que compartilhe o que Jesus gerou nele.
Jesus nos ensina que a diferença dos seus filhos e os filhos do diabo, é o cuidado (I Timóteo 5:8). Quando o cristão deixa de cumprir isso, se torna pior que o infiel. 

Futuro com honra é quebrantamento.
É isso que Jesus nos ensina com esse texto, que a benção é mais que a cura. Jesus ensina que a Graça derramada não foi apenas a libertação dos demônios, mas a libertação do egoísmo - volta e compartilha o que Jesus fez. 

Gadara, onde tudo aconteceu, era sitiada, sem identidade própria, era tomada pelos romanos. Inclusive a bandeira tinha como símbolo um javali. Apenas havia criação de porcos (animal imundo aos judeus). Autoestima baixa. Oprimida. Igual ao gadareno, totalmente tomado pelo inimigo.

(leia a continuação)

Ser uma benção (pte.2) - Lucas 8:26-39

A Graça de Deus alcançou a família desse gadareno. 
Não é fácil viver em família. Mas é impossível viver sem ela. A família, como a conhecemos (pai, mãe e filhos) já não é maioria, está sendo bombardeada.
Quando Jesus restaura a dignidade desse homem, desumanizado, libertando-o, o sentimento que aflora nele é 'gratidão'. Ele quis seguir Jesus. Mas ouve: "Não. Não seja mais um, porque a minha obra na sua vida não está completa. Volta para sua casa, para os seus, para que te vejam. Eu quero que a Graça que te alcançou, alcance também a sua família!"
As multidões seguem a Jesus por comida ou milagres. Na simplicidade da família é onde começa tudo (http://marcioneves67.blogspot.com.br/2012/04/familia-forcas-contrarias-realizacao-de.html). 
Jesus pede que o gadareno volte ao seu lar, á sua família, porque talvez existam mais famílias desestruturadas. 

Muitos perguntam-se: "Onde errei?"
A culpa gera em nós uma dor maior que a catástrofe em si. A catástrofe pode ser superada, perdoada, a dor da culpa, difícil. Somente pela Graça do Senhor sobre nós. A culpa corrói e mata. 

Ao mandar o gadareno para casa, Jesus sabia que haviam pais que sentiam culpa. Antes de honrar e seguir a Jesus, "vai e reconcilia-te primeiro com teu irmão, e depois, apresenta a tua oferta" (Mateus 5:24). Honra teu pai e tua mãe e não cause a ira aos seus filhos. Família. 

Talvez ali existissem filhos órfãos de pais vivos. Haviam pais que sentiam culpa, esposas vitimizadas, humilhadas e abandonadas pelo marido. Se Jesus te enviar para o seu lar, não resista. É porque tem algo importante a fazer. Jesus valoriza a família. 
O que Jesus faz em mim ou em você é para que cada um seja um canal, uma ponte, jamais um ponto final ou um muro, não termina em nós. 
Quando Ele nos alcança, quer que sejamos não mais um, mas alguém que, de fato, se reúna em nome dEle, revelando o que é ser 'abençoado': "Abençoado" não é aquele que recebeu uma benção. 
Senão, vejamos:
O que eu pedi a Deus, chegou. Não tenho mais essa necessidade. Mas... sou abençoado porque a benção chegou? Não. Alguém sedento quer água. A água chega. eu bebo. E digo: "Deus me abençoou!". Não. 
Sou apenas um "sem sede".
Você não é abençoado, é só um "liberto".
Se quer mesmo ser abençoado não pode viver apenas em torno da sua benção, agradecido ao libertador. 
Abençoado é partilhar sua benção - no caso da água, deixei de ser sedento, e também posso matar ainda a sede de outros, do próximo, carentes da 'água viva'. Repasso a outros minha carência suprida.

(leia a continuação)

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Ser uma benção (pte.1) - Lucas 8:26-39

A mensagem principal desse texto é óbvia: Jesus cura.
Não há demônio que resista. A Graça vai além do poder maligno e do que está diante dos nossos olhos, o óbvio. Mas tem algo mais profundo aqui.
São muitos, uma legião, em apenas um gadareno.
Quando Jesus chega, este homem vai até Ele, mas quem fala são os demônios: "Que temos nós contigo?". Muitos em um só, quer dizer que esses 'muitos' impedem de você ser 'você' mesmo. O seu 'eu' foi roubado, não era mais o gadareno, mas muitos demônios. 

Jesus veio para redimir toda criação do pecado. E não abre mão de cuidar de todos, como se fosse apenas um.
Jesus, apenas um e único, onde seu sangue lava os pecados de todos para a salvação.
Os demônios são muitos a se apoderar de um só. Por isso sempre vemos Jesus pregando para multidões. Mas Jesus tinha tempo para cada um: a mulher do fluxo de sangue, para Zaqueu, para a sogra de Pedro, para a mulher Cananéia, para as crianças, para a filha de Jairo, para a mulher samaritana, etc. Jesus tinha tempo para os indivíduos. 

Ao chegar, Jesus percebe que um sujeito é impedido de viver, porque é habitado por muitos. E devido á possessão, não havia nada de humano nele. Nem humanidade. Estamos, portanto, diante do antagonismo do ser criado, da coroa da criação de Deus: o homem.
Tem que haver uma intervenção!
A Graça alcança a todos, com restauração, graça, misericórdia, poder e dignidade. 
Espiritualidade, em Jesus, não é o homem tentando transformar-se em "santo", mas na exata proporção contrária, um santo tentando voltar a ser humano. Voltar àquela humanidade que o pecado deformou no Éden. O pecado nos fez cair.
Em Jesus, quanto mais santo, mais humano, mais simples.
Em Jesus, a santidade não impressiona, porque Ele é santo.
No gadareno, Jesus vê a santidade que deveria ser restaurada porque sua humanidade, fora roubada. 

A obra está incompleta quando levamos alguém para Cristo. A pessoa aceita, é o início, mas não termina. Jesus não é o fim, é o caminho.

(leia a continuação)

terça-feira, 29 de julho de 2014

Joio e trigo - Mateus 13:24-43

O mundo está cheio de trigo, mas o joio é quem dá as cartas. Há muito trigo, porém é discreto. Não fala alto, não tem nenhum projeto além de ser 'pão', sem ambição, sem pretensão de viver, não sem antes, ter que morrer. 

O joio tem chão, tem cara de trigo, mas não dá fruto nem se torna pão. Justamente pela semelhança, não quer morrer, pois ambiciona apenas existir como 'clone' de quem dá fruto: o trigo. Não entendeu o propósito que Deus deu ao trigo. 

O trigo dá fruto depois que morre.
O joio não quer morrer - seu único fruto é a própria existência. Só tem sua própria imagem, que confunde os que são, com os que não são.
O trigo é forte como naqueles dias que estamos fracos.
O joio é forte como aquele que só tem a si mesmo, por achar que tudo é pela força. Mais nada além de si. 

Porém, os dias são maus. O trigo tem que viver com ousadia, coragem, pois Deus não deu ao trigo um espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação (II Timóteo 1:7). 

O joio está na força da corrupção, das máscaras, das aparências, das imagens, do poder de controlar e, sobretudo, da hipocrisia. O joio quer "parecer" e "aparecer".
O trigo precisa combater, através do fruto, não tendo medo de morrer. Se não morrer, ele fica só. Morrendo, produz muitos frutos.
Nenhum fruto é maior que viver no poder, amor e moderação, e sem covardia.

O pão da vida convida os trigos a se oferecerem à morte, mediante a entrega e confiança, de que produzam fruto e assim, deem ao mundo a oportunidade de saber que, nem tudo que reluz é ouro. Nem tudo que parece trigo, é trigo. Que tudo o que é trigo, dá pão (fruto), embora haja trigos que mesmo sendo trigo, não dão fruto (pão).
Jesus ainda nos diz que não é para acabar com o joio (já que este é um trabalho para os anjos, mas ajudar o trigo a morrer, dando assim, muito fruto. 

O joio tentará substituir:
- amor por poder;
- bondade por instituições de ajuda;
- boa vontade por política;
- misericórdia por ideologia;
- amor ao próximo por serviço religioso (e momentâneo);
- adoração por show;
- pregação da Palavra por sedução ou magia;
e todo a corrupção contra a verdade, o amor e a fé. 

Para os trigos, Deus diz: 
"Não foram vocês que me escolheram, mas Eu os escolhi, para irem e darem fruto, e fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome" (João 15:16)

NEle, que nos chamou para sermos não mais servos, mas amigos,


Graça e Paz!
Obs.: homenagem a um amigo, mais chegado que um irmão, Spilla.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Servo, ovelha - Filipenses 2:5-8

Quebrantamento é humilhar-se diante de Deus, é reconhecer a dependência de Deus para tudo, principalmente, viver uma vida que expresse Sua imagem, não porque saibam através da nossa boca, quem vive em nós, mas pelo exemplo dado: "Sem mim, nada podeis fazer" (João 15:5)
Uma ovelha na fé cristã, tem essa consciência. 

A princípio parece mais 'fraqueza' que 'liderança'. Pois aprendemos neste mundo que ser 'independente' - ter suas coisas, ganhar seu próprio dinheiro, não amar mas ser amado, fazer o que quer e quando quiser - é o correto. Porém, só faz esse tipo de comentário quem não entendeu a natureza do que é 'ovelha' na fé cristã. 

As Escrituras ensinam que houve uma rebelião no Universo, e que um dos três arcanjos, criados por Deus, rebelou-se e arrastou, seduzindo, a raça humana para dentro da insurreição, nos tornando então, prisioneiros desta criatura. Mas o Eterno veio nos resgatar por meio de um, da Trindade que, esvaziando-se do estado de glória que vivia, se fez humano e entregou-se, voluntariamente, para morrer em nosso lugar. 

Se você teve a mesma revelação do Espírito que Pedro, que "Jesus é Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mateus 16:16), somos então os que reconhecem o seu sacrifício, os que se renderam a Ele. Aqueles que voltaram da grande rebelião para o amor de Deus, através de Cristo, para sermos submissos e o adorarmos. Porque a um Deus, ou você reconhece e o adora ou você não o reconhece como Deus. Não tem meio termo. 

Então, nosso maior desafio é não apenas reaprender a viver (apenas para si mesmo), mas aprender a conviver (viver com o outro) sabendo que a vida é uma dádiva, tanto o viver quanto o depender de Deus. 

Temos que nos permitir ser conduzidos pelo caminho da submissão e obediência, a quem nos criou. A partir disso, o quebrantamento será um estilo de vida, porque é nessa estrada que as ovelhas de Cristo tem que passar.


Fique na Graça e na paz, do Senhor!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Entre o cinismo e a aceitação - João 21:15~17 (pte.final)

Então, Pedro descobre que não é perfeito. Melhor, descobre que Jesus ainda o ama. Jesus aceita o meu 'fileo', não exige o meu 'ágape'. Mas há um detalhe aqui.
Porque Jesus aceita o 'fileo' de Pedro?
Porque Pedro viu que ele mesmo não era perfeito. Não era capaz de amar á perfeição, mas também, que Pedro sentia muito o não ser perfeito. Por mais que quisesse. Sabe o que é, assume que não consegue, mas não deixa de perseguir o alvo.
Tem muita gente que ao perceber que não é perfeito, nem conseguirá ser, se entrega, desiste, não faz nada para mudar: "Casou comigo assim, você sabia". Ok, mas não vai mudar nunca? Nem tentar melhorar? As pessoas podem crescer, melhorar, vencer os medos, se amar (não ficar no papel de vítima), amar o próximo, ter vergonha na cara, sensibilidade, se arrepender, amadurecer, ser curado. Tentar. Não podemos nos entregar á imperfeição e fazer disso a razão para uma vida porca e suja. Isso é gente cínica. Deus não gosta de "perfeitinhos", como vimos, mas também, gente cínica, o oposto, não dá.
- "Márcio, tu me amas?"
- "Que é isso, Jesus! A carne é fraca. Vai perdoando aí, 70x7..." 

Você está brincando? Desdenhando do amor de Deus por você? Fazendo pouco caso da Graça? 

A Graça de Deus, a pré-disposição de Deus amar, não é licença para termos uma vida cínica. Não temos uma vida perfeita, mas também não somos cínicos. Temos que aprender a andar com Deus, nesse amor, onde jamais conseguirei ser perfeito, acompanhada de uma profunda tristeza em dizer para Jesus que eu não consigo amar "ágape", mas apenas o amor "fileo". Arrependimento.
Fico a pensar se não é essa tristeza que falta aos olhos das pessoas, essa consciência do erro, que Pedro sentiu. Lamento pelo erro, não é arrependimento.
Arrependimento vem acompanhado de uma profunda vergonha e busca aos pés da cruz (leia: http://marcioneves67.blogspot.com.br/2012/04/remorso-ou-arrependimento-tristeza.html?showComment=1405089263927#c6393031213027008662). 
É justamente o que os pais de hoje em dia não fazem aos seus filhos: dizer o quanto foram magoados com a atitude dos filhos, em seguida, olhar dentro dos seus olhos e esperar 1 minuto. Caso contrário, não será gerado arrependimento.
Mais ou menos como a parábola do Fariseu e o Publicano. Enquanto um batia no peito pelo orgulho, o outro nem levantava os olhos, tamanha a vergonha.
Há domingo que tenho vergonha de ir á igreja. O grande perigo é ser cínico e deixar de ajoelhar, orar, buscar a face de Deus e se arrepender dos maus caminhos. Deixar de me transformar, aceitando aquilo que sou.
O dia que alguém achar que pode entrar na presença de Deus sem sentir vergonha, está perdido. Não estarão na presença de Deus os cínicos nem os presunçosos.
- "Você me ágape?"
- "Não, Senhor. Eu te fileo, o Senhor sabe que eu só te fileo".
Quando, após essa pergunta, escorrer uma lágrima, e você abaixar a cabeça de vergonha, Deus verá essa lágrima e dirá: "Você não é presunçoso, nem cínico. Vem aqui, deixa eu te dar um abraço. Me ajuda a cuidar das minhas ovelhas? Você é dos meus!" 

É isso que Deus espera de nós: nem a presunção dos religiosos 'perfeitos', nem cinismo dos que se escondem atrás da errada noção da Graça de Deus. 

Senhor, Tu sabe o meu tamanho. E hoje, eu também sei o meu tamanho. Sem sua Graça, nada sou. descobri que só posso, só sou e só consigo, debaixo da Tua mão. Tudo posso naquEle que me fortalece, soprado pelo Teu Espírito. Humilhado, ajoelhado e prostrado, dizendo que sem Ti nada sou. Não estou mais iludido a respeito de mim mesmo, nem sinto medo em dizer que nada sou. 

Meu conselho é segura na mão de Deus e vai, meu irmão! Se largar, você cairá numa vida cínica, sentirá culpa e tentará provar que tem uma vida perfeita, que não tem.
Eu dependo de Ti, Senhor. 

Naquele que temos todo o amor mas ainda não o entendemos.



Graça e Paz!

Entre o cinismo e a aceitação - João 21:15~17 (pte.2)

Não precisamos ser perfeitos e amar á perfeição para que Deus nos ame.
- "Márcio, você me ama ágape?"
- "Não, Senhor. Eu só consigo amar fileo. Não consigo nem perdoar, nem recusar dinheiro de fonte ilícita, como vou dizer que morro por Jesus? Não consigo".  

Eu sei que o Senhor me socorre, me ouve. Mas quando é para oferecer a outra face... Quando me pedem a capa, tem que dar também a túnica? Não dá, não consigo. Não consigo gastar menos para poder doar mais. Cuidar da minha saúde. Conversar mais com meus filhos. Se eu morreria pelo Senhor? O Senhor sabe que não.
E ao ouvir isso, Jesus dirá: "Tudo bem. Vem comigo, vou usar sua vida para trabalhar para mim. Você é dos meus!". 

Qualquer um diria: "Pedro é uma cilada, além de não te amar como deveria, tem cara de pau de dizer e o Senhor ainda o chama para os seus?".
Então, Jesus diria: "Você não entendeu nada. Mas Pedro, sim, entendeu".
E porque Pedro entendeu? Porque Pedro sabia que o seu amor por Jesus era imperfeito. E a partir disso, iniciaria sua transformação. 

- "Pedro, tu me amas ágape(ou seja, á perfeição, do mesmo jeito que eu te amo)?" 
- "Não, Senhor. Lamento, eu até acreditei, mas não te amo assim e o Senhor sabe".  

Finalmente Pedro chegou aonde Jesus queria. Jesus jamais acreditou que Pedro o amava nem o amaria do jeito que ele dissera. 
O problema é que Pedro, não sabia disso, e se achava perfeito, suficiente, capaz de viver a altura do padrão da perfeição do Filho de Deus.
Esse é o perigo do farisaísmo (moralista): gente que acredita ser perfeito. Pedro não se iludiu, reconheceu. Por isso "apascenta minhas ovelhas". 

Se foi criado numa família ou igreja que te ensinou a ser perfeito no falar, no vestir, programado para ter uma vida perfeita, uma carreira perfeita, um salário perfeito, um casamento perfeito, filhos perfeitos, desculpe, mas desconfio que você viva num 'inferno'.
Porque você não é perfeito!
E vive desesperadamente buscando perfeição, frustrado e se frustrando, se culpando, porque o inimigo colocou na sua mente que, para que Deus te ame e para que as pessoas te amem, você tem que ser perfeito. Tenta, mas vive nesse ciclo, neurótico, se culpa e se frustra. 

Você não foi um filho perfeito, nem mãe ou pai perfeito. Deus nunca pensou que você pudesse ser perfeito. Ouço pessoas posando de 'santo': "Olha, eu sei que Deus me perdoou. Mas eu não me perdôo!".
Simples: se você não se perdoa, porque não admite que não é perfeito.
"O que fiz de errado para ele(a) me abandonar?" - Nada. Só não há ninguém perfeito. Não há quem atenda nossas expectativas, nem governo, nem esposa ou marido, filhos, nem Deus é perfeito para nós: Ele demora, não me atende, não dá o que eu quero.

(leia a continuação)

Entre o cinismo e a aceitação - João 21:15~17 (pte.1)

Pedro nos mostra ser uma pessoa pouco preocupada com a opinião alheia, não se intimidava. Era intenso, sempre sobressaía. Exagerado e líder nato. Pedro é o primeiro a perceber a manifestação divina em Jesus (assim como em Isaías 6:5). Um pecador diante do Santo. Teve a revelação do Espírito que temos hoje: "Tu és o Filho do Deus vivo".
Somos humilhados pela presença divina, invadidos por alegria e pânico. Afinal, a Palavra de Deus ao se manifestar a alguém sempre diz: "Não temas!". Pedro teve essa experiência.
Pedro diz que morreria por Jesus, mas o negou 3 vezes. E ao tomar consciência da negação caiu num pranto desesperado.
No domingo da ressurreição, as mulheres avisaram aos discípulos, que estavam escondidos, para encontrar Jesus na praia. Pedro não sabe se vai, afinal o tinha negado. Então, Maria Madalena diz: "Pedro, Ele o está esperando!" (Marcos 16:7).
E do outro lado da margem do rio, após Pedro nadar até lá, conversaram. Agora, imagine: após negar 3 vezes a Jesus, Pedro é indagado 3 vezes.
Enquanto Pedro, envergonhado, se pergunta: "Como pude fazer isso?", justamente a pessoa que machucou, pergunta: "Você me ama?". É difícil.
Jesus está substituindo a memória da negação por outra memória de amor. O amor substituiu a traição. 

No grego aprendemos que há tipos de amor.
Há o amor EROS (erótico, homem e mulher, sexo, egoísta, quer para si, sofre, mata por amor). 
Há o amor FILEO (amigos, empatia, afinidade, prazer na companhia: amamos os amigos sem fazer força). 
E existe o amor ÁGAPE (divino, puro, de Deus; morre por você, se doa, se sacrifica, perdoa 70x7, respeita. Sofre pelo outro).
Tudo isso é para explicar que Pedro ama Jesus 'fileo'. E apesar de dizer, não consegue amar a Jesus 'ágape'. 
Se essa conversa fosse há um ano, Pedro teria dito: "Claro que te amo ágape, Senhor! Eu morro por Ti!". Sabemos o que aconteceu quando o galo cantou. 
Foi somente aqui que Pedro, depois que negou a Jesus 3 vezes, soube que só conseguia amar "fileo". Só damos aquilo que temos, não podemos dar aquilo que não temos.

(leia a continuação)

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Mens sana in corpore sano - Efésios 4:17 (pte.2)

O que agride o Espírito Santo não é o que eu fiz, no campo da moralidade. Mas sim, o que eu faço no campo da mentalidade. Mente fútil. Não luta, racionalmente, contra o pecado. Aceita e embarca. Afinal, o correto é aquele que não tem sua mente sob controle ou quem a tem, mas não usa?

Segundo Paulo, o problema da igreja hoje é mentalVaidades. Projetos que, de tão grandes, não são úteis, mas sim, fúteis. Gente morrendo por falta do básico. Bom seria se, a igreja, com o espaço que tem na mídia, lutasse não contra o homossexualismo (estes, temos que amar!) mas contra a fome, a injustiça social, a criminalidade, o estado degradante da saúde (nem gaze, nem band-aid). A dignidade humana saindo pelo ralo, tratado pior que um animal, sem leito, sem remédio. Pessoas morrendo pela falta do básico.
Ninguém grita contra a humilhação e degradação.
Mas, na mídia, esbravejamos contra a causa homossexual.
Quem lembra das viúvas? E dos órfãos?
Transformar uma comunidade, construir casas, ensinar a ler e escrever, ONG preparando jovens com cursos profissionalizantes, cestas básicas, essa é a nossa obrigação. O Espírito Santo diz: "O que me ofende é ver pessoas abençoadas com a mente em Cristo e não produzirem nada". 

Pense: No que sua mente está envolvida neste momento? Qual projeto? O que tem feito com os dons e talentos que Deus lhe deu? 

"Discipular" no Brasil é conhecido como aquela pessoa que deixou de fazer o que faziam. Se bebia, não bebe mais, por exemplo. Assim como muitos, estes são conhecidos pelo que não fazem mais. Agora, existem aqueles que, simplesmente, não fazem mais, mas também, não fazem nada além disso.
A vida de um discípulo de Jesus não se manifesta pela sua abstinência ("Não faço mais isso!"), mas pela nova perspectiva de seus feitos.
Um bom católico não faz isso.
Um hare-krishna muito menos.
Um muçulmano, nem pensar. 

A Palavra de Deus diz "deixe o ímpio em seu caminho, mas você, volte ao Senhor". O seu testemunho tem que ser diferente do testemunho dos outros. No testemunho, a pessoa conta toda sua vida pregressa. Coisas que até enojam. E num dado momento, diz: "...e eu entreguei a minha vida á Jesus!" - a igreja vem abaixo. 
Contou 2 horas de desgraça e agora ficamos aguardando o que fez com a nova vida, em sua transformação, como nova criatura, certo?
Não. Silêncio. Ele não conta mais nada. O testemunho acabou aqui. O que fez para o inimigo, ele contou. Agora, e o que fez para Deus e o reino? A conversão é o final da história? 

Também ouço aquele testemunho do "crente" que viveu anos e anos na igreja, com sua vida exemplar, nunca fez mal a ninguém. Ok, eu acredito.
Mas...e o "bem", ele fez para alguém? 

O que fazemos com a mentalidade que Deus nos deu?
O que a igreja faz com a capacidade que Deus deu? Leia a Parábola dos Talentos (Mateus 25:14-46). 

A qualidade de vida que temos está intrinsecamente ligada, ao uso da mente que fazemos.


NEle, que está ás portas, aguardando não só os que morreram, mas os que viveram como Ele,

Graça e Paz!!
*créditos: Neil Barreto