sábado, 12 de março de 2016

Humildade e humilhação (pte.1) - Lucas 14:7-11

 Uma pesquisa alemã constatou que há uma aumento da cultura do "eu", onde cada um se considera mais importante que o outro. Cresce nas pessoas a cultura em querer levar vantagem em tudo, que não recua diante da impossibilidade de alcançar seus objetivos, ou melhor, não há resignação, e são indiferentes se outros irão sofrer com isso, já que o importante é conseguir o que se deseja. Um discurso dessa geração é "eu sou mais eu". O paradoxo aqui é justamente o que Deus nos manda: "Amai o próximo, como a ti mesmo".
A Palavra de Deus nos diz que, por se multiplicar a iniquidade, o amor esfriaria. Se a pessoa não vigia, cada vez mais se torna egoísta, porque fazer o mal, é natural do nosso ser. Já fazer o bem, temos que nos esforçar. Na exata proporção contrária, onde o egocentrismo se infiltra, a Palavra de Deus é deixada de lado. Lembre não ser possível servir a 2 deuses. E sendo deixado de lado também o relacionamento com Jesus. 

As Escrituras Sagradas são ditas como historinhas, algo impossível, fantasioso para os dias atuais, porque o homem confia naquilo que vê, na ciência que explica (quase) tudo, e esquece que o homem foi curado por Deus. E tudo o que o homem faz, foi Deus quem permitiu que criasse. Aliás, ordenou que criasse. Só através da Palavra de Deus, do amor do Espírito Santo e da comunhão com Jesus Cristo conseguiremos ser humildes suficiente para dar crédito a quem se deve: Deus. 

O orgulho precedeu a queda de satanás, não teve humildade em ser quem Deus determinou que fosse, e caiu. Adão, ao querer ser igual a Deus, comeu do fruto para que entendesse o bem e o mal, assim como Deus, mas esqueceu que já sabia: o "bem" era obedecer a Deus; e o "mal" era desobedecer. Quer mais? Não, não é permitido, só Deus.
Quando não somos dirigidos pelo Espírito Santo nos tornamos vítimas do orgulho, nos tornamos ambiciosos, nos julgamos importantes, e Jesus, é deixado para o 2º plano.
Na parábola de Lucas 14:7-11, a proposta é que sejamos humildes. E que os outros nos convidem e Deus nos exalte. Caso contrário, será humilhado.
A raiz de humilhação, é humildade. E isso é contrário ao orgulho, arrogância.
(leia a continuação)

Humildade e humilhação (pte.2) - Lucas 14:7-11

Assim como na parábola, o Senhor nos observa: "Reparando...". Não gostamos de ser expostos publicamente, pois o orgulho é constrangedor quando notado. Mas antes de mostrá-lo, ele começa no coração, devagar, muda nossa motivação, nosso querer e agir. Como na parábola, somos sorrateiros, mansos,cuidadosos, para que ninguém note, colocando os olhos nos melhores lugares, no lugar de honra. Mas o Senhor notou, foi o primeiro a saber do orgulho corroendo nossa vida. O olhar de Jesus Cristo direto ao nosso coração, é o mesmo olhar que recebeu Pedro, ao cair sua ficha, quando o galo cantou e negara 3 vezes a Jesus.
Alguns podem pensar: Poxa, procurar um lugar melhor não é muito bonito, mas também, não é algo tão trágico. Isso é o orgulho. O achar que não fizemos nada, justificar-se pelo erro. 
Posso dizer que o orgulho, sem dúvida, nega a eficácia da cruz. Porque temos que ter o padrão de Cristo, o mesmo sentimento, pois mesmo sendo Deus não usurpou ser igual a Deus; antes se esvaziou, assumiu a forma de servo, como eu e você, a si mesmo se humilhou, obedeceu a fila até a morte, e morte de cruz. Apesar de ser um direito dEle, não exigiu ser igual a Deus.
Em Cristo, vemos como Deus é, e como nós devemos ser.
É o maior exemplo que posso dizer sobre ser humilde.
Sabe por quê? Porque Ele é exaltado por todos os anjos criados, Ele e o criador são um, humilhou-se, lavou os pés dos seus discípulos, entrou na fila para ser batizado e jamais disse "Desculpe, deixe-me passar, por favor... sou Filho do rei, tenho um ministério para começar, e Deus, o meu Pai, está me esperando, e o diabo também, preciso ir para o deserto antes, obrigado...". Ele cumpriu todos os caminhos que tinha que percorrer.

Obediência. Esse comportamento é esperado em nós também. O orgulho nos torna inimigos da cruz, aliás, o orgulho também tem a origem no próprio inimigo. A falta de temor de Deus promove o orgulho, quando nos faz pensar que somos "deuses", capazes de tudo e ninguém pode nos deter (Isaías 14:14). O orgulho, diante dos olhos de Deus é abominável. Desprezamos, e até odiamos nosso próximo, quando acrescentamos valor a nós mesmos, contrariando a Palavra de Deus. Considere os outros superiores a você.
O limite do orgulho é a ausência de humildade, a queda. Ela produz ruína, espírito altivo. Quanto mais orgulhosos, menos importantes no Reino de Deus.
Lembre: Jesus disse uma única vez que precisava de alguém, e esse alguém, era um jumento (Marcos 11:3).
(leia a continuação)

Humildade e humilhação (pte.3) - Lucas 14:7-11

Orgulho não produz expansão no ministério, alargamento das tendas da igreja, evangelismo nas cidades, curas, como muitos pensam e querem. Se tornam, sim, imprestáveis ao serviço cristão, porque estão na exata proporção contrária aos desígnios de Deus para nós. Não é aprovado quem a si mesmo louva, mas aquele que o Senhor louva.  

Mesmo o orgulho estando camuflado, se manifesta em segredo. Um dia aparecerá e todos saberão. Assim como na parábola, foram convidados a sentar na última fila. E já não é novidade ver pessoas serem humilhadas justamente por aqueles a quem adulam.
Pessoas que demonstram orgulho se mostram seguras de si. Na verdade, é pura insegurança, não sabem qual o melhor caminho e no fundo, sabem que a qualquer momento, podem cair.
"Amigo, senta-te mais para cima" - isso é o que acontecerá aos humildes, que tem sua vida carregando sua cruz, vivem Sua Palavra e pensam como Jesus. Perceba que, só o convidado humilde é chamado de "amigo" (João 15:14). Só os humildes tem suas tendas ampliadas e serão exaltados, porque pensam e agem como Jesus.

Só através da oração, comunhão com o Pai, obediência e meditação na Palavra de Deus, saberemos o caminho para o humildade. É algo consciente, um passo de decisão em fazer a vontade de Deus. Na parábola, Jesus nos ensina como praticar a humildade:
- Não procure o 1º lugar (v.8);
- Toma o último lugar (v.10);
- Humilhe-se (v.11).

A atitude correta é "que Ele cresça e eu diminua", parafraseando João Batista, chamado por Deus como "entre os nascidos de mulher, ninguém é maior que João Batista" (Lucas 7:28).
Finalmente, o que posso dizer, é para que nos humilhemos, debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele, e não nós mesmos, no tempo certo, nos exalte.

NEle, que se humilhou para nos servir.

Graça e paz, da parte do Senhor Jesus.

terça-feira, 8 de março de 2016

Líder ou chefe? - Neemias 13:31

Alguém que se julga um líder, deve entender que é á Deus, a quem deverá prestar contas de tudo o que faz e diz. É um princípio.
E não podemos falar em liderança sem citar o livro de Neemias. Enquanto lia, relia, meditava em Neemias, percebi características de liderança que vejo muito pouco em ação, seja em ministérios ou mesmo nas empresas, uma vez que fiz muitas Consultorias. E o que chamou minha atenção foram suas orações. Não se separava para orar, mas fazia as orações no meio das atividades, enquanto executava as tarefas, delegando ao povo o que tinha que ser feito, orientava todos. Neemias orava com intimidade. Sambalate e Tobias zombavam dele e do povo de Israel, porém, Neemias orou: "Ouve-nos, ó Deus, pois estamos sendo desprezados. Faze cair sobre eles a zombaria" (Neemias 4:4). Quando tentavam intimidar, orou: "Fortalece as minhas mãos" (Neemias 6:9). Em outra situação Neemias conversa com Deus, como um amigo: "Lembra-Te do que fizeram Tobias e Sambalate, meu Deus, lembra-Te também da profetisa Noadia e do restante dos profetas que estão tentando me intimidar" (Neemias 6:14). E logo depois de reorganizar os dízimos e ofertas para os sacerdotes e levitas, Neemias parece estar olhando para o Senhor: "Lembra-Te de mim por isso, meu Deus, e não te esqueças do que fiz com tanta fidelidade pelo templo de meu Deus e pelo Teu culto" (Neemias 13:14). Quando Neemias estabelece as leis para impedir que vendessem mercadorias no sábado, volta-se para Deus, dizendo: "Lembra-Te de mim também por isso, ó meu Deus, e tem misericórdia de mim conforme o Teu grande amor" (Neemias 13:22). Em outra ocasião, Neemias age com vigor contra a banalização do ministério sacerdotal: "Não Te esqueças deles, ó meu Deus, pois profanaram o ofício sacerdotal e a aliança do sacerdócio e dos levitas" (Neemias 13:29). E fico encantado com as últimas palavras de Neemias: "Em Tua bondade, lembra-Te de mim, ó meu Deus" (Neemias 13:31). 

O que podemos tirar desse texto é que um líder não é, nem pode ser, aquele que apenas faz um planejamento, cria estratégias, inspira outros e executa junto com os subordinados as tarefas. Isso é o "default", é o padrão normal, e é o que se espera de um líder. Mas a diferença de Neemias é que nos ensina a colocar Deus em nossa realidade, em nossos projetos, nossas lutas e desafios. Conversando com as pessoas, ele orava. Tomando decisões, orava. Executando as tarefas do dia-a-dia, mantinha um diálogo com Deus, em oração. 

Não falo aqui de qualquer líder, mas aquele líder em excelência, que entende que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, se este executa as coisas de acordo com o propósito de Deus, pois prestará contas das vidas que estão sob seu comando e de tudo o que diz e faz, e justamente por essa responsabilidade, cultiva relacionamento profundo com Deus, em todo o tempo, em todos os lugares. Porque em vão trabalham os líderes, se o Senhor não edificar a casa.
Que aqueles que o Senhor elegeu, sejam líderes na presença do Senhor.

Graça e paz!


NEle, que esvaziou-se de Sua glória, para nos mostrar quão grande é a tarefa de um líder.