sábado, 10 de novembro de 2018

Redes sociais (pte.1) - I Cor 10.23

Algo que ninguém pode se esquivar é que fomos criados para a glória do Senhor e às boas obras.
Assim, não há aspecto algum que não seja governado por Deus em nós. Porém, há princípios ao adequarmos nossa vida às redes sociais.
Exemplo de princípio das redes sociais: Elas foram criadas por pessoas que não temem ao Senhor. Vale um adendo aqui: Assim como o mundo da moda e a comunicação (Tv, jornais, revistas, sites, etc), salvo raras exceções.
Se por um lado, a única coisa que temos que fazer é glorificar a Deus, por outro, negamos isso no Facebook. Algum desavisado pode questionar: "Como assim?". Só falamos de nós, ostentamos tudo como se fosse nosso, enquanto por princípio, somos apenas administradores das coisas de Deus. Postamos fotos de onde fomos e o que comemos - enquanto muitos não tem. Fomentamos e suscitamos a inveja, a cobiça, o orgulho, a avareza, a depressão (por não ter nem ser), desprezamos o próximo enquanto Jesus nos mandou amar. Fazemos na exata proporção contrária, o que está escrito em At 2.45: "Segundo a necessidade de cada um", ou seja, não era por igual a divisão, era algo mais sublime, do alto, era segundo o que cada necessitava. Enquanto um precisava pagar uma conta de luz, o outro precisava de uma cesta básica, e o outro, de remédios. E todos tinham o necessário, não sobejava nada. Sempre vou bater nessa tecla, nosso governo é o Reino - há um Rei sobre todos nós - mas a forma de governar a Igreja sempre deve ser social (jamais socialista!), porque como ser feliz se ao olhar pela janela ainda vejo necessitados, mendigos na fé, pedintes, tão longe do Pai? 

Na verdade, mostramos quem não somos para quem não gostamos nem nos conhece, aquilo que não temos. E pagamos sabe-se lá como.
A glória aqui, após as 'curtidas' e 'compartilhadas' não é de Deus. E desculpem, se a glória das coisas que fazemos não é para Deus, alguém quis tomar a Sua glória, e este, tem sua história contada nas Escrituras Sagradas.
E essa é a tal "vanglória", a glória vã, essa glória para nada serve. 

O feed de notícias é sobre o "eu", sobre o amor por si mesmo que promove seu ego. Levamos a pessoa para o nosso mundo ou as encorajamos na caminhada com Deus, em Cristo Jesus, desafiados que somos a viver em comunhão, santidade e obediência, buscando em todo tempo a Salvação?
(leia a continuação)

Redes sociais (pte.2) - I Cor 10.23

Férias na praia é uma delícia, mas postar fotos destas férias dizendo "Deus tem nos abençoado", pode não necessariamente, louvar a Deus. Tudo (até dinheiro) é espiritual, mas edificamos alguém ou estamos dando um tempinho em ser cristãos - porque não é fácil ser cristão... Precisamos repensar nossa vida cristã e para edificar requer altruísmo, reflexão. 

Ao postar nas redes sociais sobre a corrupção de políticos, por exemplo, exige de nós uma base moral profunda, caráter, e além de tirarmos a justiça das mãos de Deus, trazendo para nós mesmos como "paladinos da justiça", não honramos a autoridade estabelecida sobre nós (I Pe 2.17). Honrar não significa anuência.
Ao declarar o colapso da civilização (e é isso que tenho visto durante e após as eleições) promovemos preocupações, tanto com o futuro quanto a nossa confiança no Senhor (Mt 6.34) pois colocamos Deus em xeque. 

Há posts com total falta de modéstia: posições ou opiniões sobre a fé do outro, a posição política do próximo, a prática religiosa do ateu,e até pessoas colocando-se acima dos outros - acho que encontramos os semideuses. Famílias, filhos e pais, irmãos de sangue, em passeios, praias e jantares, inimigos pelas redes sociais, fugindo da única forma de glória que nos é permitida (Jr 9.24) - a Glória de Deus. 

O post pode refletir humildade considerando sempre o outro superior a nós (Fp 2.3). Se é feito com ambição, orgulho e egocentrismo, não é o padrão de Cristo. 

Querer atualizar sempre a foto foto do perfil, entrar nas redes sociais durante o expediente de trabalho, deixar de cumprir seu papel enquanto família, nem ao menos o chamado do Senhor, tem tudo a ver com seu perfil moral, ética e caráter, pois é assim que mostramos quem somos. Debates, dificilmente geram amor, e a resposta branda desvia a raiva (Pv 15.1). As redes sociais promovem rusgas e brigas, egoísmo e narcisismo, destroem famílias e amizades, suscitam pecado. Perceba se, ao entrar nas redes sociais, alguém pode sentar ao seu lado e ver o que faz, o que conversa, o que posta, ou tudo tem que ser em segredo, no escuro.
O Evangelho deve ser multiplicado, inclusive, se for necessário, fale de Jesus. Mas não confunda a mente nem o coração de quem está vendo o seu perfil.


NaquEle, que nos conhece, do sentar ao levantar, do falar ao deitar, sabe todos os nossos caminhos, e nada podemos esconder.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Pai nosso (pte.1) - Mt 6.9-13



Orar a Deus, em nome do Filho, sob intercessão do Espírito Santo. Ao dizer "Vós orareis assim", ensinando-nos a orar, Jesus está dizendo que a oração não é passe de mágica, como se fosse um 'abracadabra', nem dizer "Em nome de Jesus", como uma chave que abre aquela porta que tanto precisamos e queremos.
Não é manipulação, segundo a nossa vontade, como coagindo Deus com as nossas lágrimas, obras mortas, nossas virtudes humanas ou nossa fé. A oração ensinada por Jesus brota do coração, quase derramada, em discernimento. É cosmovisão, transcende as palavras e alcança Deus.
Medite nisso: Porque ora? Para quê ora? O Evangelho nos ensina sobre o Reino de Deus que chegou permitindo conhecer as boas novas: viver em comunidade, partilhar e dividir, amar o próximo, servir, etc.

"Pai nosso que está nos céus, santificado seja o vosso nome"
Os céus são do Senhor, mas a terra, deu aos homens. Chamar Deus de PAI é um privilégio, pois Deus permite que todos o chamem de PAI, nos colocando como iguais, em direito e dignidade - é o único momento em que todos somos mesmo iguais.
Se o PAI é nosso, é porque temos irmãos, e assim, foi restaurado o relacionamento entre pai e filho (Ml 4.6), como família - hoje tão sucateada e apedrejada. Eis o sonho de Deus para nós - uma vez que o irmão nosso, hoje é visto como concorrente e adversário.
Além disso, nos céus há paz, harmonia, sabem que é Deus, aclamam dizendo "Santo, Santo, Santo", tudo está em Seu controle, até o mal. Tudo conforme a vontade de Deus. Porém, aqui na terra, o nome de Deus não é santificado. Não há paz e Seu nome é profanado - há dúvidas se Deus existe mesmo (Ez 36.23-25). O nome de Deus é jogado na sarjeta, confundido com outros deuses.
E quando o nome de Deus é santificado?
Quando vivemos em obediência para nos conformar à Sua vontade, e como é feito no céu, santificar Seu nome aqui, entre nós, na terra.
Para que o nome de Deus seja santificado, venha o Teu reino... Faça a Tua vontade... Nos alimenta, física e espiritualmente... Perdoa-nos e perdoaremos... Não nos deixe cair em tentação... e nos livra do mal.
(leia a continuação)

Pai nosso (pte.2) - Mt 6.9-13



"Venha a nós o Teu Reino, seja feita a Tua vontade"
Ao pedir que seja feita a vontade de Deus, temos que entender que Jesus diz que a vontade de Deus não é feita aqui na terra. Por conseguinte, se o céu não descer, não conseguiremos fazer o bem. Ao não cumprir as boas obras para as quais nascemos permitimos que o nome de Deus seja profanado, através da minha vida e testemunho. Orar, pedindo que o Reino de Deus seja cumprido, pedimos que que o domínio, o governo de Deus seja sobre nós - então, a vontade de Deus começará a ser feita. 

Tudo é de Deus, por direito. Mas nem tudo é de Deus, de fato. 

Vem, Senhor,  com o Teu reinado, governar sobre nós, em nós, porque não sabemos nem conseguimos. Assuma a autoridade aqui na terra, na minha vida.

"O pão nosso de cada dia nos dá hoje"
É um pedido que fazemos ao PAI para que nos seja dado algo mais que o pão do padeiro. É interessante que no deserto, Jesus teve fome, mas disse: "Nem só de pão viverá o homem" (Mt 4.4), ou seja, não se trata de necessidade física na oração do Pai nosso, mas do pão da vida - o próprio Cristo.
O maná era físico e diário - e isto, aponta para Cristo. Na 6ªfeira pegavam o maná para o sábado (shabbat). Quando Jesus morreu? E quando ressuscitou? Pronto. O próprio Cristo disse ser o pão da vida (Mt 6.48), uma referência ao maná do céu
Todos nos preocupamos com o que beber, o que comer e o que vestir, mas o PAI sabe que precisamos de tudo isso.
Por isso, Jesus pede o shalon (plenitude, reino) de Deus, a fartura abundante para todos.
Tem gente que o pão sobeja na mesa, mas tem um buraco na alma. Apesar de ter tudo sua alma tem fome. 

O Senhor é meu pastor, assim, não preciso de mais nada. Sou feliz na abundância e na escassez. 

Precisamos mesmo é do pão do céu, não do pão do padeiro.
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Pai Nosso (pte.3) - Mt 6.9-13

"Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores"
Jesus se refere ao Jubileu - Lv 25, em como tratar nossos devedores, onde tinha que haver perdão da dívida, o bem vendido, no ano do Jubileu, recebia perdão, e se houvesse o pedido, deveria ser restituído. Houve perdão.
Quem pede emprestado é escravo do que emprestou. É a diferença entre desculpas e perdão. O perdão é necessário quando não há desculpas pelo que fez. Perdão é contrário à vingança, não de justiça.
Aprendi que Deus, ao criar todas as coisas, disse: "Haja luz!" (Gn 1.3). E houve. Assim, penso eu que disse também: "Haja Cruz!", porque Deus é onisciente. E penso também que Deus disse: "Haja perdão" - porque o universo criado precisou de perdão para continuar existindo.

"Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal"
Adão ao cair na conversa da serpente, virou outra serpente. O veneno chamado pecado nos faz ceder ao mal e nos tornamos maus. Jesus nos ensina a orar clamando para que o mal seja erradicado, que nos livre da aliança feita com o maligno, arranca com raiz e tudo, Senhor. E ao arrancar das entranhas a nossa maldade, passo a olhar o próximo como irmão. Não olharemos mais para o outro como alguém que me deve, que é menor que eu e me vejo também melhor do que realmente sou. E ao compreendermos isso o pão é nosso: não há acúmulos, nem privações, as necessidades são supridas (At 2.45) e as abundâncias racionalizadas. Eis o espírito da oração do Pai nosso.

Minha oração é que reconheçamos o PAI como único, crido e adorado Deus. Que o PAI venha reinar aqui na terra, retirando o mal que habita em nós e libertando-nos do maligno, transformando-nos em imagem e semelhança do Filho, para fazermos o bem. Assim, perdoaremos aos que nos devem, não dominando os que nada tem como escravos.. E por fim, que não tratemos como 'nosso' tudo o que é Teu, PAI. Que assim seja.



Graça e paz!

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Solus Christus (pte.3) - Gn 3.10



O amor de Deus que me alcança, me transforma (I Jo 4.19). O bem não é para compensar o mal que fazemos - na verdade, não pratico o mal porque estou cheio de amor - e quando se ama, não gera sofrimento, não agredimos, não usamos as pessoas, e deixamos de ser o problema para ser a solução na vida das pessoas. É algo de dentro para fora. 

Aqui começam os questionamentos:
- Você diz que não precisa ir na Igreja, mas vai. Porque?
- Porque eu quero.
- Disse para não dar dinheiro na Igreja, porque você dá?
- Porque eu quero.
- Disse que não precisa de boas obras...
- Para obter o favor de Deus, não precisa mesmo. Faço para ajudar os outros. 

Faço não por medo de Deus ou medo do julgamento de alguém, faço para ajudar os outros. Meu coração mudou, Deus me libertou do medo e da culpa, do jogo nefasto de manipulação e compensação do bem e do mal.
Só Cristo. 

Já pensou como viveria se perdesse o medo de Deus?
Enquanto uns dizem "Não consigo imaginar", outros dizem "Vou enfiar o pé na jaca! Não serei castigado mesmo".
Eu? Eu consigo viver sem medo de Deus. Amo e sou amado. Conheci o amor, tive experiência em ser amado por Jesus, e vivo hoje tentando amar. Assim, culpa, medo e castigo, não me acompanham mais. Posso até ser julgado de soberbo, mas caminho assim hoje. Prefiro obedecer a Deus do que aos homens. 

Não há mais espaço para ouvir: "Não dá o dízimo e vive em pecado, roubando a Deus, não vem ao culto, depois que o filho morre de bala perdida ou pega uma doença ou fica desempregado, e a mão do Senhor pesa, não reclama". Chega, né?
Certo dia, um amigo se machucou jogando bola. Na Igreja, ao chegar mancando, ouviu: "Jogando bola, né? No domingo, né? No dia do Senhor? Só podia dar nisso...". 
O que estão pregando nas Igrejas hoje? 

Só Cristo.
Se um morreu por todos, todos morremos. E se morremos, também ressuscitaremos com Ele. É o amor de Cristo que nos constrange, não o medo de Cristo.
Há 2 (duas) maneiras de orar: Seja feita a Tua vontade ou seja feita a minha vontade.
Se mesmo depois de conhecer a Cristo continuarmos a viver para nós mesmos, será o mesmo que dizer: Vou continuar comprando indulgência. 

Que Deus nos ajude a andar pelo bom e novo caminho que é o amor de Cristo.


Graça e paz, da parte de nosso Senhor Jesus Cristo.

Solus Christus (pte.2) - Gn 3.10

Ouço muito "Porque Deus faz isso comigo? É castigo?" ou "Sei que Deus me perdoou mas não consigo me perdoar". Lembremos que a religião é uma máquina de fazer culpados, e manipulação das consciências a partir da culpa e do medo. A culpa era imposta sobre as pessoas comuns, até hoje. 

Desde a Reforma, a Igreja ensina que, apesar do batismo, os pecados lavados, as pessoas continuavam a pecar. Portanto, o que fazer com os pecados de ontem, de hoje, dessa semana? Já foi batizado... Criaram então, as penitências (que livravam do pecado cometido após o batismo) que eram longas, sacrificiais e custosas. E se não conseguir? Então vamos para o purgatório. Então, deram um jeito: diminuímos sua pena ao converter isso em indulgência - uma oferta em dinheiro para pagar nossos pecados contra Deus. Se a pena era de 100 anos, diminuiu para 10 anos. O tempo fez com que as indulgências abrangessem o filho, o marido ou esposa, pai e mãe, etc. É o tal marketing religioso - tão sensacional quanto diabólico. 

Só Cristo.
Veja que, não é que não adianta, não precisa. Não precisamos de mais nada: penitências, purgatório ou indulgências, confessar, castigo, medo e culpa, nem fugir de Deus - pois Cristo pagou tudo na Cruz. O sangue de Jesus vertido na Cruz por nossos pecados é suficiente. Quem tem medo do castigo duvida do sacrifício de Jesus. 

Não tente apagar as consequências de nossos pecados dando dinheiro para a Igreja. O dano causado pelo pecado não é castigo de Deus, e sim, consequência destes pecados. Logo, não há como perguntar "porque Deus fez isso comigo", entendeu? 

Nossa relação com Deus está resguardada no amor de Cristo. E agora? Ora, descansa e desfruta o amor de Cristo, pois ao descobrir que Deus nos ama, vemos que Ele é a única solução, quem sussurra o tempo inteiro: Eu te amo! 
Sabia que isso nos transforma?

(leia a continuação)

Solus Christus (pte.1) - Gn 3.10

Só Cristo.
É uma resposta para Gn 3.10 - o medo que fez Adão se esconder, e a culpa que sentiu. Que medo é esse onde só o amor pode jogá-lo fora? Que medo é esse, se quem está no amor é livre do medo?
O amor pressupõe castigo, mas quem ama e é amado por Deus, não tem medo do castigo, muito menos de Deus. 

Medo e culpa fazem parte da condição humana, antes mesmo da experiência religiosa. Todas as religiões, os "ismos" existentes são uma busca do homem pela resposta para essa culpa. A fala de Adão (Gn 3.10) é a sensação do homem criado, que cometeu alguma falta contra o Criador (pecado). Assim, perdemos a intimidade com Deus, e agora fugimos, por medo dEle.
O que era para ser uma experiência de amor e afeto, virou culpa e medo (hostilidade). Não vivemos nem fazemos o que deveríamos, por mais consciência da minha falta, do meu pecado e que estou aquém do original criado por Deus - e isso gera culpa, medo - e me escondo. 

Viver achando que algo ruim pode acontecer, somado ao fato de que todo dia envelhecermos, ficamos doentes e caminhamos para a morte, é o contexto em que as religiões são construídas. Pior, é achar que merecemos. 

Havia sacrifícios (dia, animal, local, pessoa certas) para nosso pecado. Até Jesus Cristo, cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, único e suficiente sacrifício para aplacar a ira de Deus contra nossos pecados. O castigo que nos trouxe a paz estava sobre este cordeiro - por isso não há mais condenação para s que estão em Cristo Jesus. Este é o Evangelho. E tudo isso para dizer que não precisamos ter medo de Deus, pois pelo novo e vivo caminho que Jesus abriu, podemos entrar com tanta ousadia, a ponto de chamar Deus de "Pai". Ao contrário de Adão, que fugiu e se escondeu, teve medo e carregou culpa, nós não precisamos esperar Deus andar pelo jardim e chamar nosso nome, hoje apenas invocamos o nome do Pai, "Aba-Pai"! Quem se apropria do sangue derramado e revelado na Cruz, não tem medo, nem culpa, pois tudo está na Cruz.
Só que não...

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