quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Solus Christus (pte.1) - Gn 3.10

Só Cristo.
É uma resposta para Gn 3.10 - o medo que fez Adão se esconder, e a culpa que sentiu. Que medo é esse onde só o amor pode jogá-lo fora? Que medo é esse, se quem está no amor é livre do medo?
O amor pressupõe castigo, mas quem ama e é amado por Deus, não tem medo do castigo, muito menos de Deus. 

Medo e culpa fazem parte da condição humana, antes mesmo da experiência religiosa. Todas as religiões, os "ismos" existentes são uma busca do homem pela resposta para essa culpa. A fala de Adão (Gn 3.10) é a sensação do homem criado, que cometeu alguma falta contra o Criador (pecado). Assim, perdemos a intimidade com Deus, e agora fugimos, por medo dEle.
O que era para ser uma experiência de amor e afeto, virou culpa e medo (hostilidade). Não vivemos nem fazemos o que deveríamos, por mais consciência da minha falta, do meu pecado e que estou aquém do original criado por Deus - e isso gera culpa, medo - e me escondo. 

Viver achando que algo ruim pode acontecer, somado ao fato de que todo dia envelhecermos, ficamos doentes e caminhamos para a morte, é o contexto em que as religiões são construídas. Pior, é achar que merecemos. 

Havia sacrifícios (dia, animal, local, pessoa certas) para nosso pecado. Até Jesus Cristo, cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, único e suficiente sacrifício para aplacar a ira de Deus contra nossos pecados. O castigo que nos trouxe a paz estava sobre este cordeiro - por isso não há mais condenação para s que estão em Cristo Jesus. Este é o Evangelho. E tudo isso para dizer que não precisamos ter medo de Deus, pois pelo novo e vivo caminho que Jesus abriu, podemos entrar com tanta ousadia, a ponto de chamar Deus de "Pai". Ao contrário de Adão, que fugiu e se escondeu, teve medo e carregou culpa, nós não precisamos esperar Deus andar pelo jardim e chamar nosso nome, hoje apenas invocamos o nome do Pai, "Aba-Pai"! Quem se apropria do sangue derramado e revelado na Cruz, não tem medo, nem culpa, pois tudo está na Cruz.
Só que não...

(leia a continuação)

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