quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

No caminho, em crise de fé (pte.1) - Lc 24.13-32

 

Amo esse texto porque fala de mim e para todos nós. Nas minhas crises de fé, e após o Seminário não foram poucas, esse texto me ajudou a perceber que as expectativas que tinha em relação a Deus foram frustradas, porque Deus não realizava coisas que eu achava que deveria fazer - e isso nos frustra. Não que estivesse certo, mas a expectativa era alta. Contribui também a distância entre os clichês aprendidos na minha peregrinação religiosa e a realidade da vida.

Só compreendi que era mesmo o início de uma crise de fé quando disse a Deus que queria desistir de tudo, que o que eu tinha ouvido era coisa da minha cabeça, e não tinha mais certeza do meu chamado para o ministério, se deveria crer na liderança sobre mim ou aspirar ser um pastor e mestre, como sempre cri. Com a média mais alta dos 4 (quatro) anos que fiz Seminário, carregava esse peso e achava que, se estou questionando minha fé, minha vocação, tudo o que aprendi e o que me foi ensinado ao longo dos anos, com pastores diferentes, seria justo e legítimo ainda querer ser pastor? Ou teólogo? Continuar como se eu tivesse aquela fé que as pessoas achavam que eu tinha, mas eu mesmo duvidava, pensei: "Melhor desistir". E dessa forma, fui percorrendo o caminho de Emaús, ou melhor, eu estava indo para Társis quando Deus me queria em Nínive. Eu raciocinava diferente das pessoas que estavam nos ministérios por onde passei. Queria estar entre os que não tinham oportunidade, os necessitados, onde ninguém queria estar. Tinha e tenho muitos projetos, ideias que jamais foram concebidas, algumas abandonadas. A concepção e direção de Deus para a minha vida, além de nunca ser ouvida, o que era executado, contrariava a Palavra de Deus, ou o que eu entendia que a Palavra de Deus dizia, e que não cumpriam a determinação do Evangelho de Cristo. Somado ao fato de nunca ser convidado para nada (dentro), mas convidado para tudo (fora), tudo foi morrendo em mim. Já não me sentia um servo de Cristo. Enquanto muitos liam e se refestelavam com "Igreja com propósitos" (R.Warren), eu colocava pontos contrários a esta "moda" que me perturbava por estar contra o que eu sempre acreditei: A Igreja como inclusiva, jamais excludente. Sou o primeiro pastor da minha família há 4 gerações, com parentes surrados pelo espiritismo, e marcas que gostaria de esquecer que um dia vi. Como um homem de fé, em minha peregrinação espiritual, consegui ser respeitado e reconhecido pela minha família (algo difícil de ser alcançado), pelos amigos, e pela Igreja, como um homem usado por Deus, que orava por quem precisasse a qualquer hora do dia e da noite, que louvava em adoração a Deus, mas que não deveria alimentar mais essas pessoas, porque nem eu acreditava que eu era uma pessoa vocacionada, com chamado de Deus, e de fé. 

Ao me dar conta desse conflito profundo, que estava se assentando em meu coração, diante de tantas negativas, pensei: "Estou numa crise de fé. Quero abandonar tudo, não sei se devo continuar onde estou".

(leia a continuação)

No caminho, em crise de fé (pte.2) - Lc 24.13-32

No entanto, percebi algo neste mesmo texto que me ajudou muito. É que Jesus Cristo, ressurreto agora, estava ao lado desses 2 homens enquanto caminhava para Emaús. Minhas perguntas, inquietações, dúvidas, fragilidade da fé, eram as mesmas circunstâncias destes 2 homens, que agora, conviviam com a presença de Jesus sem perceber. Jesus caminhou comigo mesmo quando eu não caminhei com Ele, onde fui humilhado, perseguido, desonrado, ignorado, necessitando que algumas coisas se concretizassem, enquanto outras, não. Não percebi a Sua presença, não transcendi, preocupado que estava com meu ministério e comigo mesmo. Então, decidi continuar minha jornada.

Estava num determinado ponto distante, avançado em relação a quando iniciei a peregrinação espiritual, o meu caminho de fé, e ao contrário do que senti, não voltei para Emaús, decidi ser honesto, encarei minhas dúvidas, questionamentos, conflitos e perguntas, e admiti que estava mergulhado numa crise de fé diante de Deus.

Hoje, posso te aconselhar, se está vivendo uma crise de fé, com vontade de desistir e abandonar tudo, eu quero nesse momento te encorajar a seguir em frente, porque isso é normal, e seja honesto com Deus, dispa-se diante dEle, que nos criou e nos fez à Sua imagem e semelhança. Escolha a dedo as pessoas com que divide sua intimidade, sua crise de fé porque receberá conselhos diferentes, dependendo da doutrina da Igreja ao qual esta irmã(o) frequenta. Além do mais, caminhar ao lado de quem está vivendo uma crise de fé Irá encontrar, possivelmente:

- Os irônicos, desigrejados, descrentes e que abandonaram a fé;

- Ou os maduros na fé, que sabem suportar e discipular, em oração, os que estão em crise de fé, porque já viveram isso e não apostataram.

Mas tenha a certeza que a maioria, a multidão, não dirá o que é mais adequado para ser a nossa companhia numa crise de fé. Confie, Jesus caminha ao seu lado.


Que a Graça e a paz do Senhor Jesus seja com todos!

domingo, 24 de janeiro de 2021

Sofrimento e esperança (pte.1) - Pv 13.12 + Pv 17.22

 

Corpo, em grego, quer dizer "soma", ou seja, natureza física, alma, mente e espiritual - ou, psicossomático. Assim, o ser humano é indivisível. E por ser indivisível, as partes deveriam ser tratadas juntas, não fatiadas, como tem sido. Muitos tratam separadamente o corpo físico da mente, da alma e do espiritual. Tratam a mente (psicólogo) quando o problema é emocional (alma), tomam remédio diante de um problema físico (ansiolítico, com efeitos colaterais), e tratam do espírito na Igreja, com oração, e estes, que cuidam do espírito, tendem a não tomar remédio para gastrite (corpo), por exemplo, porque a gastrite é problema físico, resultado do sistema nervoso, suco gástrico, feridas no estômago, que foi afetado pelo lado emocional, o que no caso, seria como tomar um remédio para dor de cabeça quando se está com dor no estômago.

Como eu disse, se fatiar, a doença toma conta. O que acontece com o corpo afeta o espírito, e o que acontece com o espírito afeta a alma, e o que acontece com a alma, afeta a mente, e todos afetam o homem completo - daí o psicossomático. Alguém duvida que precisamos de Jesus?

O texto, porém, nos mostra que um coração em paz dá vida ao corpo, e o coração angustiado oprime o espírito, porém, o espírito do homem o fortalecerá na doença.

A Palavra de Deus também acena que, aos bons olhos está reservado um corpo bom, reflexo de uma mente, alma e espírito bons, e o contrário está exatamente na mesma proporção e verdadeiro: Se os teus olhos forem maus lhe é reservado um corpo tenebroso - nada atraente ou talvez até uma cilada para sua vida (Lc 11.34).

depressão (medo do passado) é diferente da ansiedade (medo do futuro), pois com medicação, se equilibra a química do cérebro, podendo viver num estado de espírito melhor. O problema é a angústia - ela mata. É uma dor que não se resolve com remédios porque a dor não está no corpo, sua origem ainda é desconhecida. Não sabemos porque dói, mas dói.

Entenda: para tudo aquilo que não existe medicina, existe a paz de Deus, que supera toda e qualquer compreensão que um dia possamos ter. Sempre disse que viver é mais que sobreviver.

(leia a continuação)

Sofrimento e esperança (pte.2) - Pv 13.12 + Pv 17.22

 

O sonho não tem, necessariamente, a garantia de realização. Quem tem sabedoria (experiência), e não apenas conhecimento (teórico) sabe quais são as expectativas em relação ao futuro: se são esperança (verdadeira, com indícios de realização) ou sonhos (podem ou não se realizar). Essa mesma sabedoria (experiência) nos permite enfrentar melhor as frustrações - como aquelas situações que tinham tudo para dar certo, mas deram errado. Até a esperança sob uma base sólida pode não se realizar. 

E por fim, a sabedoria permite os sonhos, e nos faz ver que o futuro pode esconder surpresas maravilhosas. O que não se espera pode acontecer - e não é necessariamente, algo ruim. Acreditamos que há um Deus que luta nossas batalhas, nos impulsiona, e quer o melhor para seus filhos. Para estas pessoas, sempre haverá esperança.

E é incrível que, justamente pelos sonhos sem fundamento, nem esperança, nem garantias que irão realizar-se, é que a nossa esperança deve ser sustentada. Lembra do que é fé? (Hb 11.1). A esperança não realizada pode causar frustração, e é por isso que "esperar" é diferente de "esperançar" - esta "espera", a não ser que seja no Senhor (e isto quer dizer que só vale para quem crê em Cristo Jesus) pode frustrar, nos afastar dos caminhos retos e pensar que a vida é o que dizia aquela canção: "Vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir", e dessa forma, deixamos de esperar no Senhor.

Afinal, o que há pra viver? Famílias destruídas, drogas, álcool, mentiras, sexo, dinheiro, puxada de tapete, falta de caráter, orgulho, perversidade, pecado? 

Mas o esperançar, nos traz vida, e vida mais que abundante. É muito bom sonhar e ter esperança - mas o melhor é andar com ambos.

(Leia a continuação)

Sofrimento e esperança (pte.3) - Pv 13.12 + Pv 17.22

 

Harold Kushner, um rabino de Nova York (já o citei algumas vezes) é autor do livro "Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas" onde relata a história de seu filho, Eron, de 14 anos (virou filme: "Benjamin Button"). Diante da caminhada com seu filho perecendo dia a dia, viu a necessidade de reaprender Deus, reaprender a Bíblia, porque disse que não conseguiria ensinar mais, o que um dia aprendeu. Já não sabia se ainda cria no que um dia acreditou e ensinou. Harold Kushner teve que revisitar sua fé, sua convicção espiritual, discernir onde estava Deus e como Deus estava diante deste enorme sofrimento - afinal, seu filho iria morrer - são essas coisas ruins que acontecem a pessoas boas. E as pessoas que tentavam consolá-lo pioravam a situação porque expressavam o que nós já ouvimos: "Deus está agindo na sua família, em seu filho" - dizendo praticamente que talvez merecessem passar por isso. É aquele papo de que "Você fez algo para merecer isso. Peça perdão" ou "Foi Deus que quis assim", parecido com os Tobias, Gésens e Sambalates da vida. Desculpe, mas não acredito nisso. Erramos, pecamos e pedimos perdão, sim, mas não pagamos por algo que não sabemos - afinal, isso é uma doutrina espírita? O raciocínio de que dá certo para quem faz o certo, e dá errado para quem faz o errado não é resposta para o sofrimento, Deus não pode ser o causador de todo mal que nos acomete. Daqui há pouco vão dizer que, como eu sou bom e mereço coisas boas. Não caia nessa teologia (?) coaching.

Quantas vezes ouvi que, se alguém sofre, é porque está em pecado ou se está sofrendo é porque há algo errado em sua vida. Lembre, antes de dizer "concordo", que Deus não nos trata segundo os nossos pecados, nem retribui nossas iniquidades (leia Salmos 103.8-14),mas Suas misericórdias duram para sempre. Só um Deus amoroso faz isso.

Quantas vezes ouvi: "Não consegue engravidar? É por causa daquele aborto que você fez!". "Dificuldade financeira? É por causa do adultério!". Deus permite o deserto para que saiba e reconheça quem Ele é? Através de Jesus, o Cristo, nos tornamos co-herdeiros, filhos amados, acha mesmo que Deus é um carrasco manipulador? Deus é pai, não padrasto. Essa mentalidade de que as pessoas que cometem pecado são merecedoras de seu sofrimento, NÃO encontra respaldo na Bíblia.

(leia a continuação)

Sofrimento e esperança (pte.4) - Pv 13.12 + Pv 17.22

 

A lei da semeadura, aplicável em todos os sentidos (físico, espiritual e nas relações) é para quem semeia vento. Ao colher a tempestade, como consequências dos erros e pecados, atribuirá a Deus um ato punitivo divino - isto não existe nas Escrituras Sagradas. Deus jamais se relacionou conosco debaixo dos critérios da justiça retributiva, ou seja: Plantou? colheu. Não plantou? Passa fome. Jamais foi ou será baseada em méritos, nem deméritos, mas motivado apenas e tão somente pela Graça. Para entender melhor: Enquanto trabalhamos com culpa, remorso, pedir perdão por aquele pecado (que já foi perdoado), Deus trabalha com a Cruz.

O garoto pede ao pai sua parte na herança (não existe herança de pai vivo), peca e vai para a Babilônia gastar tudo em pecado. Suas consequências são óbvias. Na amargura, lembra do pai, volta, e ainda diz: "Pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado de seu filho". O pai o abraça e diz: "Filho, eu não contabilizo débitos - eu te amo!". Então, vem o filho que não foi mas queria ter ido, vê a festa e seu irmão que torrou tudo no pecado e diz ao seu pai: "Poxa pai, eu fiquei aqui, te obedeci, te ajudei, te servi e nada!!". O pai o abraça e diz: "Filho, eu não contabilizo créditos - eu te amo!". Deus age assim em relação a nós, seus filhos, não soma créditos nem diminui débitos, mas é movido pela maravilhosa Graça, e pela Cruz, jamais pelo que fizemos nem pelo que deixamos de fazer. Portanto, atribuir qualquer relação ou causa moral a um sofrimento é tão cruel quanto a tragédia que você passa.

O sofrimento faz mesmo o homem crescer, pois nos aperfeiçoa, mostra e diminui o supérfluo em nossa vida. Ao sofrer, colocamos o foco ao essencial para viver. E quando não estamos no deserto, valorizamos o que é supérfluo e negligenciamos o que é essencial. Daí a dizer que Deus nos coloca no deserto para nos fazer pessoas melhores e reconhecermos que Deus é todo-poderoso, é o mesmo que chamar Deus de sádico, ditador, maléfico.

Para entender: Um amigo, pastor, perdeu o pai aos 2 (dois) anos. E alguém chegou nele e disse: "É, agora entendo porque Deus levou seu pai, para fazer de você um grande pregador!". Será que Deus precisou matar o pai dele para cumprir um propósito na sua vida? Será que Deus não poderia ter feito o homem que gostaria que fosse, sem matar seu pai? Faz sentido isso? Será que a morte de Jesus não foi suficiente para que Deus cumprisse os propósitos na vida deste pastor para fazê-lo o homem que Deus quer que ele seja? Cuidado com seus conselhos...

(leia a continuação)


Sofrimento e esperança (pte.5) - Pv 13.12 + Pv 17.22

 

Lidamos com nosso sofrimento de modo a entender algo que faça sentido para tanta dor e sofrimento, ao mesmo tempo que tentamos nos justificar, e acabamos colocando Deus como tolo, incompetente, sádico ou maligno, como por exemplo, permitir um mal para evitar um mal maior - algo que honestamente, acreditei durante muito tempo! Faz sentido? Matar pessoas? Que Deus é esse que você serve? Sim, o povo hebreu viveu a era em que o homem desconhecia Deus, portanto, eram necessárias as regras e mandamentos. Passamos a era de Cristo, reconhecimento da Graça, do amor, a garantir que era possível viver sem pecar, viver para o Pai. E agora, vivemos a era do Espírito Santo de Deus - paracletus, o consolador, talvez a última era para a Salvação.

As coisas ruins que acontecem são livramentos (demorei tempos para entender isso), afinal todas as coisas acontecem para o bem daqueles que amam a Deus, segundo o chamado de Seu propósito (Rm 8.28), não é? Devemos agradecer a oração não respondida, que não se encaminharam conforme pedimos, ou coisas que achávamos ruins mas foram boas.

Fico com medo quando ouço que Deus tem um "propósito" para o meu sofrimento. O propósito de Deus é vida, e vida em abundância, não a morte! Nós não amamos, nós não perdoamos, nós falhamos e pecamos, logo, construímos coisas que deixam Deus fora dessa equação - e é dessa forma que os homens atribuem a Deus a culpa por tudo: "O que Deus está querendo de mim?" ou "O que eu fiz para merecer isso?" - nada que você faça altera o estado permanente de amor e misericórdia de Deus em relação a nós. Tudo é dEle, por Ele, e para Ele, logo, a ideia de um Deus punitivo se propaga, sendo que Deus é amor, e quem não ama, não está em Deus, nem Deus nele (I Jo 4.16). Portanto, quem está errado: o barro ou o oleiro?

imagino que temos medo de Deus porque a ideia de sofrer diante do propósito é assustadora. Há maneiras diversas de relacionar Deus com os nossos sofrimentos. Afinal, Ele é a única esperança, e não a última - porque Jesus, a nossa verdadeira esperança, morreu, e já ressuscitou, portanto, fica firme.

(leia a continuação)

Sofrimento e esperança (pte.6) - Pv 13.12 + Pv 17.22

 

O Deus no qual cremos escolheu sofrer, em nosso lugar. Nós matamos por amor, mas Deus morre por amor - diferença enorme. Deus traz sobre si o peso da morte para não impor sobre nós esse peso. Escolheu sofrer para que sejamos sarados, e é de Deus que vem a nossa cura, a libertação, a força e a esperança, jamais o sofrimento. Pense nisso.

De Deus só vem o bem, jamais o mal. Deus quer nos abençoar, jamais amaldiçoar. Mesmo quando pecamos, recebemos dEle o perdão, o amor eterno, a misericórdia, nunca a condenação. Aliás, se ouvir alguma acusação na sua mente ou no coração, entenda que é o inimigo, jamais Deus.

Olhe para os montes, não é de lá que virá o socorro, é do Senhor - Harold Kushner fecha seu livro com o Salmo 121, no qual a referência destes montes são os altares pagãos da época, representantes dos deuses simbolizados pelas forças da natureza - neste caso, o monte que deve ser olhado é o monte Calvário, onde Cristo padeceu na Cruz, morreu e derramou Seu sangue sobre nós, sendo nós, ainda pecadores - este sim, o nosso socorro. A Cruz diz que Ele nos ama. Olhe para as frustrações, decepções e coloque diante de Deus e que você possa ressignificar tudo e qual o valor que tem dado a Cristo debaixo dos seus sofrimentos.

E se acredita que não sofre, seja grato, e ore pelo irmão que sofre, onde muitas vezes, nem força para clamar ou pedir ajuda, ele tem.


Graça e paz!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A cura gerada em nós - II Cor 3.17,18

Este é um texto que gosto muito. Deve ter sido uns dos primeiros que compreendi, de madrugada, eu sentado no sofá e a presença do Senhor comigo. A ponto do texto deste Blog ser exatamente esta passagem. Para nós, cristãos, que conhecemos e cremos em nosso único Senhor e Salvador, Jesus, o Cristo, somos incentivados pelas Escrituras Sagradas a buscar os dons espirituais. Se assim concordar, deve perceber que um vislumbre enorme em buscar dons que se destacam em nossa comunidade: dom de cura e operação de maravilhas (I Cor 12.9,10).

É plausível a busca de dons para servir à Igreja, mas devemos lembrar que algo acontece antes desse anseio, e isto sim, deve ser a força que nos impele à nossa espiritualidade cristã. 

Quando alguém se entrega a Cristo Jesus, há genuína conversão, esta cura é um fato, pois é promovida pelo Espírito Santo de Deus - um dos grandes aspectos do ministério do Espírito Santo: a cura gerada em todos nós. Essa cura é espiritual, ultrapassa barreiras porque é sobrenatural, não é tangível ao corpo físico, ou ao mundo natural e material, atinge o cerne do nosso espírito, vivificando-nos para o reino eterno do Senhor Jesus. 

Só para testificar do que digo, cito: É o Espírito Santo que nos convence da justiça, do juízo e do pecado - coisas que não dominamos - pois é esse mesmo Espírito Santo que dá respostas e certezas, desde para onde vamos até a consolação bendita nas adversidades.

É o Espírito Santo que, após nos curar, nos dá também a identidade eterna e nos liberta das prisões do pecado - um problema insolúvel para quem não crê.


Que o mesmo Deus que nos deu o dom da vida, nos direcione à paz e à santidade que tanto precisamos!

Amém!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Perdoar traz cura (pte.1) - Lv 19.18

 

No texto de Lv 19.18 que me inspirou a escrever, "amar ao próximo" tem ligação com rancor, ira e vingança. Ao ler num livro que judeus (rabinos) interpretam desta forma: "Não guarde rancor nem vingança porque seu próximo é você mesmo" - mudou minha concepção. Eu, você e o próximo, somos a mesma pessoa!

O filósofo austríaco, naturalizado judeu, Martin Buber, disse: "É como se a mão direita descascasse uma maça com uma faca, e ferisse a mão esquerda. O maior tolice que poderia fazer seria passar a faca para a mão esquerda e então, ferir a mão direita". Não faz sentido. Ambas as mãos são da mesma pessoa, assim como eu e meu próximo somos iguais, logo, os mesmos para Deus.

O que está no coração do próximo está também em meu coração. Se há maldade nele, há maldade em mim - pois comungamos da mesma condição humana, com a mesma capacidade. Por isso fico inquieto em receber posts, notícias de que Igreja evangélica fez isso, pastores fizeram aquilo - porque na verdade, quem faz não é a profissão, é o ser humano! Assim como temos bons advogados, temos péssimos advogados, assim como temos bons pedreiros, temos pedreiros ruins. Mas há pessoas que querem nos provocar. Acredite, alguém por aí acredita que você quis fazer mal a ela. Boas novas para nós: Não guarde rancor, não faça mal, apenas ame. 

(leia a continuação)

Perdoar traz cura (pte.2) - Lv 19.18

Na Bíblia, fazer o mal, ciúmes, rancor, impulso e vingança, tem a ver com uma experiência maravilhosa de perdão: José do Egito. Se alguém já se vingou um dia, não deve se orgulhar disso, pois quem busca vingança não quer só punição justa, mas causar sofrimento, por ser motivado pelo ódio. A vingança, além de pertencer ao Senhor, contraria qualquer ato de amor, pequeno que seja. Alguns chamam de justiça, para não ficar mais feio e sentir-se mal.

José, 11º filho de Jacó, preferido por ser Raquel a sua mãe, e esta ser a mais amada de Jacó, vendido, preso, alcançou o 2º posto, abaixo apenas de Faraó. Numa seca predita, teve oportunidade de sentir ódio, raiva, ou melhor, querer justiça para vingar-se de seus irmãos, poderia pensar que Deus era com Ele, estava num cargo majoritário, poderia requerer as cabeças daqueles que quiseram matá-lo, mas... perdoou.

Há razões porque José não se vingou, segundo o rabino Harold Kushner, que compartilho pois entendo que quando praticamos o mal por vingança, nos nivelamos ao mal recebido. Não há diferença entre o mal que nos fizeram e o mal praticado por nós. Mal por mal, quem é melhor? 

Em tempos de rede social, e toda a agressividade de quem discorda da nossa opinião, tenho para mim que, o maior mal que alguém pode fazer é tentar contra minha vida a ponto de me transformar numa pessoa igual ao meu ofensor. Já cheguei a dizer à minha esposa que não vou devolver o que me fizeram, vou orar para que eu não faça nada (porque sou capaz de fazer), ou serei igual ao meu ofensor, e honestamente, não sou igual, eu posso ser melhor que isso!

Quando temos o impulso de pagar o mal com o mal, ele se instala. Não é uma visita ou apenas um ato, o mal mexe com a nossa estrutura e existência, porque somos novas criaturas e em mim, habita o Espírito Santo de Deus. E praticar o mal acaba sendo uma saída para nossas falhas, contamina nosso coração, e agora, não é só contra quem nos fez mal (a vingança), mas passou a ser um estado do ser, uma atitude, tornamo-nos malvados e o que sai de nós é na forma de rancor, raiva e ira, e assim, por suspeitar mal de todo mundo, tratamos mal quem for.

(leia a continuação)

Perdoar traz cura (pte.3) - Lv 19.18

 

Desta forma, já não se trata do mal que nos fizeram, mas o mal contínuo praticado em quem eu encontrar. Se acredito que todos são maus, meu relacionamento será competitivo, de forma a mostrar os mecanismos de defesa, sempre: "O que estou fazendo, nada mais é o que um dia me fizeram". Pronto, estamos todos justificados.

Veja que na Palavra de Deus, José preferiu ter uma família (perdoou) do que praticar a vingança. José preferiu pessoas. Porque a Igreja do Senhor não tem preferência por pessoas? A falsa sensação de estarmos equilibrados quando nos vingamos, deve ser a razão de Deus nos dizer: "Minha é a vingança" (Rm 12.19) porque é justamente em nós que não há justiça alguma pois empurramos as pessoas para bem longe de nós - mas Deus não mandou amar o próximo? Se José se vingasse, devolvendo o mal que lhe fizeram, estaria cortando qualquer vínculo familiar, e este é o caminho para a solidão. Quem vive de ressentimentos, expulsa todos de sua vida e ainda vive sozinho.

Onde estão as pessoas da sua vida? Expulsou-as da sua vida? Ficou com o rancor e ressentimento e abriu mão da família, por vingança?

Seja como criança, que briga, chora, se afasta, fica de mau, e daqui há pouco, está brincando de novo, porque elas perdoam. As crianças preferem ser felizes do que ter razão, optaram pelo perdão, pelo amor, criança não se vinga nem prepara armadilhas. O rabino Harold Kushner diz algo, e é por isso que gosto de seus livros: "Os adultos que brigaram por causa da briga de seus filhos, nunca mais se falarão".

(leia a continuação)

Perdoar, traz cura (pte.4) - Lv 19.18

Acredito que José não queria ser definido pelo mal: "Coitado, esse é o José, fizeram mal a ele!". Ele queria se libertar da dor da traição, e essa dor, só o perdão cura. Quando guardamos rancor e desejo de vingança, o qual chamamos de "justiça", queremos um pedido de desculpas. Ainda Harold Kushner, diz que "O perdão é um bem que se faz a si mesmo". O perdão cura porque abre mão da expectativa da oportunidade que poderia ter em acontecer algo de mal para quem lhe causou mal, e a tentação de ser reconhecido superior por quem lhe fez mal.

Há um único pedido de perdão, e é para Deus: "Perdoa nossas dívidas" (Mt 6.12). Todos os outros, sou eu quem deve liberar perdão, deve sair de mim, pois perdoar é um ato unilateral: eu perdoo, independente se você me perdoa. Mesmo que tenha vontade de socar alguém, deixa para Deus. 

Usamos Deus para a nossa maldade e me torno malvado. Deus, que promete vingar-se, diz: "Deixa comigo, filho, eu vou perdoar ele, porque você não consegue". Entrega nas mãos de Deus, porque Ele é misericordioso, compassivo, paciente, e Suas misericórdias se renovam a cada manhã, e Jesus, o Filho do Deus vivo, é o Príncipe da paz. É nessas mãos que deixaremos nossa vingança, porque nós, simplesmente, não conseguimos.

(leia a continuação)

Perdoar traz cura (pte.5) - Lv 19.18


Veja, entregar para Deus, onde a vingança é dEle, é não permitir que o mal te defina - o que deve nos definir é o bem. Se pensar: "Mas vai ficar por isso mesmo?", lembre que é melhor estar nas mãos de Deus. E esteja certo que, quando não combinam não andam juntos (Am 2.3), porque o relacionamento depende do outro aceitar te perdoar, e independente se não aceitou, você já perdoou. 

Faça essa oração: Eu não quero ser mal, nem carregar rancor, ira ou vingança. Não quero ter relacionamentos de modo malvado. Vou deixar nas mãos de Deus, prefiro ser feliz a ter razão, quero as pessoas comigo, te a paz com todos, se for possível.

José, ao falar com seus irmãos, fica claro que luta contra esses sentimentos malignos, mas diz: "Não tenham medo, não farei mal a vocês. Não estou no lugar de Deus".

Que não sejamos lembrados pelo mal que fizemos. Podemos escrever outra história, para a comunhão de todos, pelo poder do Espírito Santo, em nome de Jesus, e para a glória de Deus. Senhor, entra no meu coração, mas me leva para dentro do Seu coração.


Graça e paz!

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Vivo, por isso, prego (pte.1) - I Cor 9.14


A visão que tenho ao olhar para a composição de líderes de uma Igreja, o corpo eclesiástico por assim dizer, de qualquer e/ou principais denominações, constato um padrão. Sim, porque grande parte, senão a maioria destes líderes começaram a ministrar a Palavra de Deus antes mesmo de estudar, de modo sistemático e intencional, a Teologia. Essa grande maioria leu a Bíblia, mas exegeses, homiléticas e hermenêuticas á parte, a teologia sistemática ficou para trás. Cursos rápidos e até gratuitos estão á disposição na internet. Soube de um pastor que gosto e admiro, que ele nunca sentou nos bancos de um Seminário Teológico - mesmo porque, os Seminários de hoje em dia estão mais para difundir sua própria doutrina. A minha reação foi "Poxa, sem estudo Teológico esse pastor é excelente, imagino estudando Teologia sistemática". 

É o Espírito Santo quem levanta aqueles que ministram a Palavra de Deus, não o homem e suas credenciais. Porém, digo como alguém com chamado a pregar a Palavra, reconhecido pelo povo de Deus, por líderes da Igreja do Senhor, e pela minha família (algo difícil de acontecer): a falta da Teologia enquanto matéria de estudo sistemático, não impede a pregação, mas quando você possui conhecimento, Deus pode expandir, usar mais a sua vida. Quem prega o que não sabe, não se sustenta. Se alguém conhece apenas o livro de Salmos, Deus irá usá-lo. Se alguém conhece o Novo Testamento, Deus irá usá-lo, da mesma forma. Neste raciocínio, se alguém conhece a Palavra de Deus (e a aplica), imagine o quanto Deus o usará como vaso de honra?

Entendamos da seguinte forma, Deus, sua criação e seus mandamentos e desígnios, existem muito antes da primeira linha ser escrita num papiro. 

(leia a continuação)

Vivo, por isso, prego! (pte.2) - I Cor 9.14

Entretanto, tenho para mim que, a ausência do estudo da Teologia, nos leva á insuficiência hermenêutica (interpretação bíblica). Haja visto tantos erros grosseiros nas pregações (pregação sobre "Solta o cabo, Danau!"; "Tudo te darei se prostrado me adorares", como sendo frase de Deus, entre outras tantas) que levam o povo, que já não tem o hábito de ler, a errar mais ainda. E pior, se há insuficiência hermenêutica, por consequência disso, não teremos também habilidades homiléticas, ou seja, a falta de expressão e pregação eficientes.

Primeiro, conhecemos. Depois experimentamos. A cultura difundida e aceita evangélica-pentecostal, desde o séc.XX, seguiu esse destino, partiu do estudo e foi expressa através da experiência. Não obstante, é o mesmo processo da Salvação, redenção, santificação e glorificação. Primeiro, temos que conhecer a Cristo, nosso único e suficiente salvador, para depois nos rendermos, sermos redimidos, para então sermos consolados. É uma progressão, do conhecer ao passar pela experiência, e isto está intrínseco na cultura da Igreja do Senhor deste século.

Eu vivo (experiência) por isso, eu prego (conhecimento)!

O que precisa ser pregado, é o que foi vivido. Ninguém dá o que não tem. O que precisa ser vivido, antes precisa ser conhecido. E para ser conhecido, precisa ser estudado - esta é a importância da Teologia.


Graça e paz!

domingo, 3 de janeiro de 2021

Inimigos da nossa alma: falsos mestres! - II Cor 11.13-15



Ao ler At 20.28-30; Ef 4.14; II Tm 3.4-6Tt 1.11,12; II Pe 2.18,19, fico á vontade para dizer que, o inimigo da nossa alma trabalha através dos falsos mestres, pois a fonte maior das heresias, desvios da verdade e apostasia da fé, é a Bíblia. Ela, não, mas quem a lê, interpreta e replica. Logo, os falsos mestres são os mensageiros que iludem e destroem a alma dos homens. Lembrando sempre que, o divino e o profano caminham conosco, dia-a-dia.

Penso que a melhor maneira é expor a verdade que é a Palavra de Deus para que as pessoas não caiam nas ciladas ou voem pelos ventos de qualquer doutrina. Fugir destes é fugir do próprio inferno. Nestes falsos mestres vejo que há características comuns e que a Palavra de Deus nos alerta. 

Como teólogo, arrisco aqui dizer que os falsos mestres são bajuladores de homens (Gl 1.10; I Ts 2.1-4). Quando pregam, é para agradar os ouvidos jamais para transformação de quem ouve (Is 30.10). Mexem na ferida, superficialmente, mas jamais a curam.

Fazem uma lista da sujeira, desprezo e opróbrio sobre as pessoas que são fiéis a Cristo, atacam nomes e méritos. Paulo foi atingido em sua reputação e ministério, justamente por falsos mestres onde diziam que suas cartas são graves, mas nunca está presente e sua palavra é desprezível (II Cor 10.10). Além disso, falsos mestres são nascedouros de visões humanas, nada tem de divino, dizem o que Deus jamais disse (Jr 14.14). A visão é deles, do seu próprio umbigo e coração, não do céu (Jr 23.16). Passam por cima de grandes e importantes acontecimentos, da Lei ao Evangelho, mas insistem nas coisas menores e irrelevantes para a alma dos homens (I Tm 1.5-7).

Em suas próprias doutrinas, encobrem e exaltam seus perigosos princípios, e impostores que são, falam de justiças e pretensões que, se a princípio são justas com conceitos elevados, assim como a maçonaria, são apenas um código de ética próprio, pessoal e intransferível, onde enfeitiçam e enganam os que procuram os milagres, mas não quem faz os milagres - revelação, iluminação, deificação, triplicidade flamejante, etc - pois as prostituas também pintam seus rostos e se vestem deslumbrantemente, perfumam a si e suas camas, seduzem e enganam, e é isto o que fazem de melhor (Gl 6.12; Rm 16.16,17).

Vi também falsos mestres preocupados mais em ganhar os homens pelas suas próprias palavras e opiniões do que a transformação pelo Evangelho do Senhor Jesus (Mt 23.15). Negociam seus próprios ouvintes e seguidores, negando a Cristo como nosso redentor, e assim, trarão sobre si tremenda perdição. E os que os seguem? Farão negócios com essas almas através de palavras fingidas (II Pe 2.1-3).

Espero que compreendam que, ao lhes mostrar a citação bíblica, peço que busquem por si mesmos o que a Palavra de Deus diz, além de servir como prova e comprovações daquilo que digo. A Palavra de Deus é verdade e poder de Deus para o homem, e através de algumas características que a Bíblia nos aponta, estes falsos mestres serão descobertos, e vós conhecereis a verdade, Cristo Jesus, e esta verdade, é quem nos liberta destes falsos mestres, lobos famintos e suas perigosas armadilhas.

Que nossas orações estejam juntas, diante do trono da Graça. Graça e paz!

Só cremos graças ao Espírito Santo de Deus (Pte.1) - I Cor 12.3

Reli a matéria sobre o que uma expoente do mundo evangélico disse a respeito de AIDS, homossexuais, Deus, castigo, Bíblia. Confesso que nunca fui adepto a fofocas (meus pecados são outros). Como estamos no dia 01/01/2021, aguardo sempre o melhor de Deus, que pode fazer tudo novo, de novo. E pensando sobre isso, peço a sua reflexão, no mínimo, antes de criticar.

Conheço a Palavra de Deus: ela é a verdade. Quando Deus envia, Ele já preparou aqueles que receberão.

Quando Deus disse que o pecado de Sodoma e Gomorra ("sodomia" é um termo pejorativo ao ato sexual anal, onde envolve tal ato até com animais e crianças) subiu até os céus através do clamor (oração) e seu pecado era gravíssimo, tem a ver com Gn 18.23-32, numa questão moral - o justo morrer por um ímpio - pois Deus deixa claro que, se houvesse apenas 1 justo, não destruiria Sodoma e Gomorra. Como as cidades foram destruídas, logo, não haviam justos.

Apenas para dizer que, o que essa figura pública cristã disse, eu concordo. Esta é a verdade: um Deus santo não pode conviver com o pecado (Lv 19.2). Portanto, a morte como resultado final do pecado é dita na Bíblia em várias situações. É a lei de Deus (Rm 1.21-32). Você pode até não acreditar, mas ela existe e se cumprirá. Deus é amor, mas também é juízo.

Por outro lado, continuo crendo numa Igreja inclusiva, jamais excludente. Se aceitamos a Cristo como único Senhor e salvador da nossa vida, não é por nós mesmos, mas através do Espírito Santo. Sem isso, não teríamos fé e seríamos como os ímpios. Portanto, a palavra revelada (rhema), só pode ser aceita e compreendida através do Espírito Santo que nos convence do pecado, do juízo e da justiça - jamais por nós mesmos - ainda que tenhamos sido chamados e escolhidos para viver eternamente com Cristo. Quantos dizem ter tentado ler a Bíblia antes de sua conversão, e não entendiam nada?

(leia a continuação)

Só cremos graças ao Espírito Santo de Deus (pte.2) - I Cor 12.3

Deus nos revela Sua vontade, e só podemos falar sobre a verdade, o caminho e a vida, se Deus através do Espírito Santo, quiser, permitir, e revelar, caso contrário, não seremos sal nem luz, porque apesar de estarmos verbalizando a verdade (Palavra de Deus) Deus não mandou dizer nada! É como falar da nossa boca, do nosso coração e da nossa vontade, ainda que seja a verdade, porém, não foi mandada, conduzida ou direcionada por Deus. E tem mais: Apenas o Espírito Santo pode fazer alguém ouvir e compreender as grandezas de Deus.

No Pentecostes o grande milagre não foi só o falar em línguas, mas o compreender as línguas faladas. Como um judeu falava em grego? Só um grego para compreender. Como um etíope falava em aramaico? Só o etíope poderia compreender. Assim, por mais que esta cristã famosa falou a verdade, os ouvidos dos ímpios, não estavam abertos e recusaram a verdade de Deus.

Vejamos outro exemplo: Jonas, que não queria ir a Nínive, pois odiava a ideia de um povo mau, bárbaro, depois de tudo o que fizeram aos judeus e outros povos, terem oportunidade de receber Salvação. Mas Deus o enviou, e ainda que relutasse, todo o povo de Nínive aceitou a Deus. Ou seja, se Jonas quisesse ir a Nínive, ainda que como profeta de Deus e falando a verdade (Palavra de Deus) mas por vontade própria, sem ser enviado por um propósito de Deus, o que aconteceria? O povo de Nínive, ainda que ouvisse a Palavra de Deus via profeta Jonas, não se converteria, porque não teriam sido tocados pelo Espírito Santo a ouvir a verdade, não cairiam as escamas dos seus olhos para enxergarem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus resgatando-os do pecado.

(leia a continuação)

Só cremos graças ao Espírito Santo de Deus (pte.3) - I Cor 12.3

E isso, é exatamente, o caso desta expoente cristã que disse a verdade (Palavra de Deus), mas para ímpios que jamais compreenderão, o amor, a misericórdia, a Graça e a Salvação de Deus. Porque para isso, há uma Cruz a ser carregada, suas próprias vontades e desejos que devem ser deixados de lado para que a vontade de Deus seja feita, mas eles não querem aceitar a verdade de Deus. E pelo que sei, os pecados cometidos estão longe de serem abandonados, pois preferem rasgar a Bíblia, retirando tudo o que lhes é imputado como pecado, para viver segundo a sua própria vontade. Portanto, se não houver discernimento espiritual, morte do velho homem, fé em Cristo Jesus, ressurreição, não pode haver arrependimento e Salvação.

Concordo com o que foi dito porque o Evangelho é poder de Deus para o homem. Mas a Palavra de Deus dita sem propósito nem direção do Espírito Santo, é o mesmo que postar nas redes sociais salmos, provérbios, versículos. Apenas suscitam guerras religiosas, jamais perdão, amor, arrependimento.
Se Deus mandou, vá.
Se Deus não mandou, ainda que seja temente ao Senhor Deus, aguarde. A Palavra de Deus não pode ser usada para nos proteger nem mesmo atacar as pessoas. Ainda que você compreenda "pregue a Palavra em tempo e fora de tempo" (II Tm 4.2) diferente de mim. Porque, honestamente, pregar a Palavra de Deus em tempo e fora de tempo, é mais que falar aos outros, é vivê-la, diária e intensamente, de modo que outros vejam e sejam impactados. Diferentemente de Nínive e do que foi dito sobre o pecado homossexual condenado na Bíblia. Como disse Sto. Agostinho: Pregue, e se necessário, fale!

Em nome de Jesus, que seu ano seja abençoado!