quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Culto da Virada (pte.1) - Tg 4.2,3

Final do ano, viajo com minha família. Quero lembrar que nada tenho contra essa prática, que se reúnam na virada do ano, acho justo estar na presença do Senhor, em oração, no temor do Senhor, conversando e mostrando seus sonhos para Deus.

Meu problema é a mistificação desta data onde fazem um decreto para seus atos e determinismos, dizendo que o crente vai alcançar, ordenando a Deus o que deve fazer, e o que se espera dEle, e ainda, se tiver fé, aquilo que almeja, acontecerá. Alguns se atrevem a usar esta pandemia para assustar: Determinam o ano da vitória, o ano da benção, da dupla honra, ano do enriquecimento e da prosperidade, ensinando a ir às Igrejas para dar ordens a Deus, e ensiná-lo a como fazer e o que lhes dar - a confissão positiva.

Já comentei nos posts: Deus não é o gênio da lâmpada que, ao esfregá-la, lhe concede 3 desejos, em agradecimento por tê-lo libertado. Ora, para começar, essa entidade é um demônio, que está presa num lâmpada antiga, e que para ser liberto, deve conferir os 3 pedidos ao seu libertador. Pergunta: O que isso tem a ver com o nosso Deus?

O crente que requer isso de Deus espera que sua bênção venha sobre sua vida, fazendo-o receber aquilo que pediu (nem percebe que talvez nem precise). Agora, esta é uma prática cristã.

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Culto da Virada (pte.2) - Tg 4.2,3

Vamos lá: Em dez/2019, muitos fizeram isso. Em Jan/2020, fizeram os 12 dias de clamor, de oração, de pedidos para 12 bênçãos de vitória, prosperidade, e declararam que seriam relativos aos 12 meses do ano que estava chegando, com muita riqueza e saúde. Mas em Fev/2020 não veio a COVID-19? E o que você, que orou e determinou a Deus, fez? Não deu certo, então?

O povo de Deus está dando ordens para o próprio criador?

Se você é um daqueles que acredita mesmo que existe mística, esoterismo, magia nesta data, e que no culto da virada vai barganhar, mais uma vez, com Deus o seu bom comportamento no ano, determinar e ordenar que 2021 seja de bênção, maravilhoso, só fartura e prosperidade, melhor tirar seu cavalinho da chuva, como dizem, e ler mais a Bíblia. A não ser que seja um daqueles crentes moderninhos que ao ver a Bíblia, diz: "Estou contigo e não abro!".

Porque não fomos chamados para dar ordens a Deus e dizer qual o caminho que Ele deve seguir para a minha felicidade, mas sim, para nos humilharmos, nos prostrarmos, em obediência, em oração, nos converter dos maus caminhos, clamando por misericórdia, porque não sabemos pedir, e quando pedimos, pedimos mal, por isso não recebemos (Tg 4.2,3). Não sabemos nem o que acontecerá no próximo minuto...

Pode garantir que estará vivo daqui a 5 minutos? Garante que acontecerá o que você determinou de Jan a Dez/2021? Então, porque se deixa influenciar e se distancia do Deus de amor que te criou? Não permita que doutrinas estapafúrdias, ensinadas por aqueles que dizem que se você pedir será o ano da vitória, e assim, dá ordens a Deus, decreta e determina o que quer, domine sua vida e seu lar - porque muitas dessas doutrinas são feitas baseadas na troca, na barganha, no poder e no dinheiro. Ofertar, imaginando (ou sendo impelido a pensar) que receberá tudo em dobro, onde alguns utilizam versos soltos sem contexto da Bíblia para lhe atingir, é diabólico!

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Culto da Virada (pte.3) - Tg 4.2,3

Sabe porque existem essas Igrejas? Porque existem pessoas nela buscando apenas isso: riqueza. Creio também que Deus não as destrói porque tem gente muito sincera, de bom coração, buscando a Deus num lugar errado. Assim como eu e você, um dia fizemos.

Como fica se disser agora: "Minha vida está nas mãos de Deus" (Sl 91.1)?

Fomos chamados para glorificar o nome do Senhor e falar das Suas grandezas, fora de Deus não há vida, é nEle que vivemos, nos movemos e existimos (At 17.28).

Preste seu culto a Deus na virada do ano mas não vá na perspectiva e na intenção de dizer o que deve ser feito, ou barganhar com Deus. Não diga: "Eu profetizo!", porque o ato de profetizar é dizer algo da boca de Deus. Se Deus não disse, onde está o seu "profetizar"? (Ez 23.16,17). Além disso, os profetas falavam em nome de Deus que nunca falará apenas de vitórias, mas de uma disciplina, uma solução. E só saberá que essa profecia é de Deus quando se concretizar. 

O que tem de pastor e profeta que diz "Eu profetizo em nome do Senhor" é uma grandeza. O que estas pessoas esqueceram é que prestarão conta a Deus por dizer "Em nome de Deus" quando Deus não abriu a boca. Estes são os mercadores da fé, construíram a Igreja-mercado (o que você necessitar, eles tem), pregam o evangelho do coaching, hedonistas onde a confissão positiva está incrustrada na alma, e o objetivo no fundo, no fundo, não é a glória de Deus. No máximo a vanglória ou a satisfação dos homens.

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Culto da virada (pte.4) - Tg 4.2,3

Vá a sua Igreja, participe do culto da virada, finalize o ano adorando a este que pode todas as coisas, ao nosso Cristo ressurreto, mas faça de forma submissa, como servo em amor a Deus. Dia 31/12 não é uma data mística.

Podemos não saber o que acontecerá no dia 01/01/2021, mas sabemos que servimos a um Deus soberano, criador dos céus e da terra, e de tudo que nela há. Que reina, tem domínio e poder sobre todas as circunstâncias, e só Ele pode nos guardar e proteger do mal, e de nós mesmos, e ainda nos fazer frutificar, e assim, nos fazer prosperar - só não tenho garantia que irá fazê-lo, pois mais altos são os Seus pensamentos e caminhos que os meus. Que seja assim, segundo a Sua vontade - jamais porque eu ou você queremos, por ordens ou determinações.

Lembra do que exigiu de Deus em dez/2019?

E o que aconteceu em 2020? 

Muitos que profetizaram, decretaram, deram ordens no culto da virada de 2019, em Fevereiro/2019, tiveram que saber viver e conviver com a COVID-19.

E você, terá que começar a entender o que é viver na dependência de Deus, na Graça e misericórdia do Senhor Jesus, e nas benditas consolações do Espírito Santo?

Que assim seja, amém!


Feliz Ano Novo!!



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Qual seu desejo para 2021? (pte.1) - Fp 1.9-11

Antes de desejar o que acha melhor para você em 2021, quero dizer: Quanto mais egocêntrico, preocupado com realizações  pessoais, individuais, maior a possibilidade de insatisfação, vazio espiritual e de infelicidade. O hedonismo e a religiosidade repassam o conceito de "vida feliz" como sendo algo que temos que buscar invariavelmente, sempre maior que a si mesmo, e não buscar algo dedicado, algo que não temos, que está fora de nós. Será que por isso mesmo há tantas pessoas infelizes? Desejar algo que não é para si mesmo, fica fácil perceber que está fora de nós, e isto sim, é chegar próximo da felicidade.

Jesus teve uma boa conversa com Bartimeu (Mc 10.46-52). Cego (nada via) e mendigo (nada tinha), Jesus perguntou o que era importante para a sua vida, ou o que ele desejava: "O que quer que Eu te faça?". E você, o que resolve sua vida? Tem certeza que é dinheiro? Qual é o seu desejo para 2021? Neste caso, um cego, é quase óbvio que ele desejava ver. Não necessariamente. Ele poderia querer ser rico, ou sair da mendicância, ou um iPhone 12, ou até um bom casamento. Tantas opções. O problema é saber pedir. Muitos nem saberiam o que pedir, outros pediriam errado (Tg 4.2,3). 

Nos achamos pequenos deuses (algo que alguns coaching-pseudo-pregadores andam dizendo - FUJA destes!), a coroa da criação, logo não nos bastamos em nós mesmos. É diferente de Deus, que se basta em si mesmo, não precisava ter-nos criado. Mas por amor, criou. Agora, pense: Por ter nos criado Ele seria menos Deus? E nós, porque termos sido criados, somos deuses? Se somos algo, enquanto filhos de Deus é apenas para glorificar o Seu nome, não a nós mesmos. Chega dessa vanglória (a glória vã). Somos fruto do amor, do sacrifício, da bondade e do cuidado. Só por isso existimos, porque precisamos de algo fora de nós, não temos vida em nós mesmos, é nEle que vivemos, nos movemos e existimos (At 17.28). Como seres desejantes - não é ruim desejar, está intrínseco ao ser humano - e se desejamos, é porque não temos, está fora de nós.
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Qual seu desejo para 2021? (pte.2) - Fp 1.9-11

Tudo isso para dizer que sonhar e desejar carrega em si uma responsabilidade enorme. Adão e Eva, entregaram-se ao objeto do seu desejo: serem iguais a Deus. As esposas dos patriarcas bíblicos (Sara, Rebeca e Raquel) desejavam filhos. Estéreis, carregavam a pecha de maldição (Raquel desejou morrer se não tivesse filhos). 

Desejos estão ligados à existência humana, ligados ao legado a ser deixado, e estes desejos, nos faz sentir vivos, como conquistar um sonho, uma realização.

Existem pessoas vazias de desejos, e são monótonas, porque não há sonhos ou ambições, estão anestesiadas (deixa a vida me levar). Existem pessoas que até sonham, mas aguardam, até que se realize seu desejo como num passe de mágica. Existem aquelas pessoas que também aguardam algo acontecer, como um destino (assim a culpa da não-realização jamais será delas), a ponto do desejo possuir ela, não que elas tenham um desejo. Mas para nossa alegria, existem pessoas que jamais deixam de sonhar, e nos ensinam tanto. Ao fazer nossas filhas dormirem quando pequenas, dizíamos que era hora de sonhar. Minha esposa dizia para as minhas filhas: "Agora vamos sonhar. O que você vai sonhar, filha?", e ela respondia: "Mãe, hoje eu vou sonhar com isso, isso e aquilo também". Aprendi que pessoas assim, além de realizar o sonho, o que nos alegra bastante, podem se apaixonar pelo que alcançam, o que conseguiram obter, mas também, desapaixonam fácil, não se apegam às coisas. Acredito que estas pessoas são as mais felizes.

Não é o desejar, o querer, ou como dizem os pastores-coachings hoje: "Vá atrás do seu sonho, planeje, e alcance, pois Deus quer ver seus filhos felizes". Que dó... A Palavra de Deus nos mostra que mesmo sendo homens separados por Deus, desejaram, mas erraram: Davi desejou Bateseba (II Sm 11.2), viu morte. Salomão obteve tudo o que viu e desejou, viu enfado (Ec 2.10). Há o comerciante da pérola que não pensa em outra coisa e vende tudo apenas para obter o seu objeto de desejo (Mt 13.45,46). Nas palestras e treinamentos em empresa que faço, sempre digo que as pessoas projetam sua felicidade: Quando eu casar, quando eu ganhar dinheiro, quando eu subir de cargo, quando eu tiver filhos, quando eu comprar um carro 0km... quer dizer que só será feliz "quando" conseguir essas coisas? E antes ou durante o caminho, não?
Sonhos de Deus são completamente diferentes do desejos humanos (Pv 19.21). O homem deseja, e Deus dá risada.
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Qual seu desejo para 2021? (pte.3) - Fp 1.9-11

Tem algo nesse "desejo" que captura e justifica nossa vida. Um desejo é capaz de arrastar alguém, abrir mão da própria vida, e nenhum sacrifício é tão elevado quanto o desejo de Paulo (Fp 1.21) - porque tem relação com o propósito de Deus - afinal, quem prefere a morte a não realizar algum desejo, podendo ser uma pérola, um filho, um romance, um trabalho ou um chamado?

Garanto que, se confundir o objeto de desejo, vai te destruir.
Somos excelentes em desejar mas não temos a menor ideia do que realmente nos satisfaz. Neste mundo com tantas opções e caminhos, somos cada vez mais treinados a ter um radar dentro de nós, olhando para algo que vai nos fazer perder, e o que se tem na mão, pode não ser valorizado. O mundo prega isso, deixa á disposição tantas coisas que desejamos, a ponto de nos confundir, que perdemos o que deveríamos ser. É como conversar com alguém, enquanto seus olhos estão focados no ambiente, para ver se tem alguém mais interessante para conversar.
Desejar deve ser um caminho de vida.

Neste texto de Paulo, aprendo que temos que saber o que desejar. O amor deve ter discernimento, não viver de ilusões. Saber o que é melhor, aprovar as coisas excelentes, escolher o que é melhor, saber dizer "sim" e saber dizer "não", saber a hora de "falar" mas também saber a hora de "calar". 
Há pessoas que, para não perderem oportunidades, aceitam tudo o que lhe oferecem. O ourives diz o que é ouro, o que tem valor e o que não tem valor. Mas garanto que ele não saberá dizer se o motor de um carro está bom ou não. Somos despertados para o desejo, mas o que nos resta é escolher o que vale a pena. 
Que nossos desejos sejam santificados antes de escolhermos, como uma estrada reta, sem curvas, pistas largas, durante o dia. Ter uma conversa com Deus sobre nossos desejos para 2021 será a mais importante da sua vida. O que tem atraído nosso coração? Para o que estamos fazendo sacrifícios?
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Qual seu desejo para 2021? (pte.4) - Fp 1.9-11

Lembra do exemplo de Bartimeu (1ªpte)? Se fôssemos nós, ao levantarmos em estado de adoração, e ouvíssemos de Jesus: "Quero dar um presente para 2021. O que queres que Eu te faça?", responderíamos: "Ô, Senhor... me pegou desprevenido... nem sei... Olha só, pode voltar domingo que vem? Preciso orar...ter uma conversa com Deus sobre desejos" - perceba que a religião substitui o próprio Filho do Deus vivo, pois tenho certeza que muitos pensam: "Como você pediu sem orar? E agora? Leia Tiago 4!". Meu amigo(a) e irmão(ã), quero dizer que, a Bíblia é sagrada por conter Jesus, o Cristo. Sua oração, portanto, é submetida ao Senhor dos senhores. Orar, nesse momento, é desnecessário quando o Príncipe da paz lhe concede algo.

Isto posto, podemos fazer uma oração para o ano novo, ouvindo agora Jesus perguntando: "O que queres que Eu te faça?". Acredito ser um bom princípio. 
E assim, faço minha oração como aprendi com Paulo: Jesus, eu queria que o Senhor mesmo me ensinasse a desejar, a ter a capacidade de escolher as coisas excelentes para não ter tropeços na vida, mas para produzir frutos dignos da justiça e da glória do Pai.

Se Jesus aparecesse agora, o que pediria? Sugiro que tenha uma boa conversa com Jesus sobre sua vida e seus desejos. Fatalmente, saberemos pedir, o que pedir, aprovar as coisas mais excelentes e encontrar coisas fora de nós que valem a pena. Faça uma lista em branco, e depois escreva: "De acordo!"

Desejo a todos os leitores Feliz Ano de 2021! 

sábado, 19 de dezembro de 2020

Feliz Natal!! (pte.1) - I Cor 8.2-13

Gosto do que muitos não conseguem enxergar. Não há Natal nos Evangelhos, mas se Jesus Cristo não nasceu nessa época (fato), que sentimento é esse que toma conta da nossa alma e nos transforma em pessoas bondosas, doadoras, perdoadoras, dando ao outro o privilégio, e amáveis? 

Uma vez por ano, unimos a família, levamos presentes dizendo "Você é importante para mim!", por querer fazer um afago em quem amamos. Pequenos gestos de amor.

Continuo a celebrar o Natal e sei que há pessoas que torcem o nariz para isso, como se eu e minha família fôssemos a 2ª classe dos cristãos. Nem todos compreendem dessa forma, e não os culpo, pois o entendimento vem do alto - e se o temos, não devemos escandalizar o irmão que ainda não amadureceu (I Cor 8.7). Não tem problema, pois a minha alma celebra a encarnação do Cristo, além do quê, em nenhuma época do ano, vejo tanto amor a ser distribuído. Ame a Jesus, com toda a sua força, com seu entendimento e com todo seu coração. Jesus nos libertou e queremos ser escravos de coisas e fatos? Onde está a sua vida em abundância, consciente que devemos ter ações de Graça, em tudo? Torne-se puro de coração.

Hoje em dia, é mais fácil crer no papai noel que em Jesus, afinal, um presente marca mais que o amor sacrificial. Mas persevere, encha o seu coração com a Palavra de Deus. Afinal, o que Jesus faria? Amaria as pessoas que me julgam e não compreendem, reprovando, ou estaria com estes, justamente por serem os que não compreendem e precisam se libertar do jugo da religião?

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Feliz Natal!! (pte.2) - I Cor 8.2-13

Natal é herança cultural (séc.IV), celebração religiosa, e Jesus não nasceu em 25/12 - mas o Natal acontece em nós por crermos que Jesus é Deus, a encarnação da Graça! O que empresta sentido às coisas são os olhos de quem vê com o coração (http://marcioneves67.blogspot.com/2012/12/e-natal_2769.html)

O Natal de quem crê no Cristo ressurreto é todo dia. Afinal "Deus estava em Cristo reconciliando-se com o mundo" (II Cor 5.19). Ora, conheço muitos que odeiam este mundo em trevas, decaído, que não crê em Jesus Cristo, esquecendo que Deus o amou (Jo 3.16) e ainda tenta reconciliar-se conosco, apesar de nós. Porque tantos o odeiam e querem separar-se dele? Estar no mundo não quer dizer pertencer ao mundo. Com quem devemos estar, senão com os necessitados? O Natal continua a ser uma grande oportunidade de falar do amor de Deus que muitos desperdiçam.

Não há adoração à árvore de Natal, não substituição de Jesus Cristo por papai noel. É melhor explicar que "ídolos nada são" (I Cor 8.4) do que levantar paredes que impedem filhos e pais de se reconciliarem.

Agradamos a Deus pela fé, sendo amor - o maior dos dons. De que adianta não comemorar o Natal, não ter árvore de Natal, não ter ceia em família, mas não amar o próximo? A ceia é o momento de oração, gratidão, de falar do amor de Deus, e tudo isso regado a pernil com frutas, bacalhau ou lasanha, tender com abacaxi e sobremesa. E ainda há os presentes a serem trocados. Acha mesmo que Deus não se agrada de um momento assim em seu lar, com sua família, agradecendo a benção de estarem juntos, felizes e em paz?

Desejo á todos, um Feliz Natal. Que Cristo nasça e seja Natal, todos os dias em você, e a partir de você! Que haja ininterruptamente, um processo de transformação, amadurecimento, e não percamos mais tempo com a religiosidade do Natal, mas que possamos refletir o que fez existir o Natal, esse sentimento de amor e doação que está intrínseco em todos nós. Que possamos refletir, de glória em glória, a imagem do Cristo em nós...


Feliz Natal!!

Amigos (pte.1) - Lc 5.17-26

Em Cafarnaum, amigos levaram um paralítico até Jesus. Na casa, não havia mais espaço. Se por um lado, meu olhar é de esperança ao ver esses amigos, com fé ativa, atentos à impossibilidade de seu amigo num leito, e na primeira oportunidade, o ajudam a chegar até Cristo para que seus pecados sejam perdoados e ainda ser curado, por outro lado, a fé destemida do paralítico que abraçou a ideia, transpirou, e acreditou que poderia dar certo, também me alegra. 

Estes, são os amigos que aprendi a chamar de "parteiros": não desistem, acreditam na possibilidade, te ajudam a (re)nascer, a florescer, a se curar. Sim, havia obstáculos seríssimos, mas o olhar dos amigos estava na empatia, não nas condições desfavoráveis. O desceram pelo teto porque a casa, lotada de pessoas, não houve quem cedesse espaço ao outro, não saíram de seu conforto, nem choraram com os que choram, ou se compadeceram pelo que mais necessitava. Fico feliz pois estes amigos "parteiros" ajudaram a gerar vida no paralítico, já que apesar de ver a pedra, não viram o fim do caminho. Os dons recebidos devem ser usados na Igreja, para benefício de outrem. 

Esses amigos "parteiros" nos mostram que as pessoas tem valor, e que só as coisas tem preço. Mesmo não interrompendo o pregador, Jesus atende o ser humano, perdoa seus pecados e o cura, antes mesmo de finalizar seu sermão. Afinal, o que é mais importante? Deveríamos saber a resposta mais rápido.

Qual o tamanho da fé dos amigos? Qual o valor desta amizade? É o mesmo valor que o próprio Jesus deu aos discípulos, pois já não eram mais servos, mas amigos (Jo 15.12-15), tamanho o Seu amor! E o Mestre se entregou à morte de Cruz por este amor.

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Amigos (pte.2) - Lc 5.17-26

É preciso entender que nem toda doença é fruto de pecado, mas todo pecado adoece o pecador, logo, o paralítico só poderia voltar a andar após ser perdoado. Alguns dizem que perdoam mas mantém a liberação do perdão como dívida, e não libera o outro para andar. O perdão de Jesus nos liberta completamente, pois Ele esquece, e podemos assim continuar a andar.

Já imaginou, quando não termos mais fé, mas nossos amigos "parteiros" crerem por nós? São estes que quando não conseguimos andar, nos carregam. Cito o psicólogo suíço Hans Bürky para o que Jesus inaugurou entre nós: "o reino de Deus é um reino de amigos". Que nossa Igreja seja assim, verdadeiros amigos que nos carreguem e enfrentem situações que nos levem ao perdão e nos curem, pois sabem o que precisamos, pensamos e queremos.

Tudo bem, sabemos ter também os amigos "coveiros", que sempre nos querem mortos em nossos pecados, não nos ajudam porque querem ver a "justiça de Deus" pela sua própria língua, são nossos juízes e algozes, são os Tobias e os Sambalates, sem perdão e sempre jogando contra, traem e maldizem, não se incomodam em dizer que não dará certo, jogam areia em nossa fé, e enterrar-nos, é o seu sonho.

Que como Igreja do Senhor, sejamos amigos "parteiros", pois este mundo já tem "coveiros" demais.

Este paralítico é curado em seu físico, mas há uma transformação integral nele - corpo (cura), alma (alegria e bem-estar) e espírito (perdão) - pois só Jesus, o Filho do Deus vivo, tem toda a autoridade para perdoar pecados.

Para todos nós, Jesus diz agora: "Pega o teu leito e vai para casa", pois assim como o gadareno, que quer segui-lo, primeiramente, temos que cuidar dos nossos, da nossa parentela, dos nossos amigos, pois se já fomos perdoados e curados, somos testemunhas da verdade, de um milagre, e a prova é o próprio leito, agora sendo carregado, não mais carregando. E acima de tudo, temos o testemunho vivo em nosso coração.


Que a paz do Senhor seja contigo!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Imaturidade cristã (pte.1) - I Cor 13.11

Nos dias atuais, vejo homens querendo ser pastores, sem nem ao menos respeitar as pessoas. Usam a Palavra de Deus como "acusadores" (Ap 12.10), deixam de amar para usurpar algum tipo de poder - que honestamente, nem quero saber qual é.

Continuo acreditando que a Igreja é inclusiva, jamais excludente. O texto de Jo 8.3-11 é claro sobre isso, e o verso "Onde estão seus acusadores?" (v.10), demonstra que homens com este perfil tem mais a ver com satanás do que com Deus. Porque Deus nos amou primeiro e perdoou, mediante ao arrependimento sincero, os pecados que foram jogados no mar do esquecimento. Porém, tais homens, os "acusadores" dizem que tem que ser do jeito que eles interpretam a Bíblia. Chegou atrasado? Banco. Não deu dízimo? Não participa da Igreja. Vem com ideias diferentes? Tem que sair da Igreja. Homossexual, travesti ou traficante? Tem que se transformar, senão, não é aceito na Igreja.

Pregar a Palavra qualquer um prega. Tais homens fazem algum Seminário, com formação ou não, mas não cresceram, são imaturos na fé. Fazem uso de versículos para justificar suas posições. Não tem visão espiritual, são egoístas. Jesus disse que se não fôssemos como crianças não entraríamos no reino de Deus. Estes "acusadores" confundem o ser criança com o ser infantil. Incapazes de amar, não lidam bem com a definição de Paulo: "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (I Cor 13.7), não enfrentam a realidade, não tem compaixão, não sentem misericórdia, nem empatia. E por isso, seu orgulho é facilmente ferido e querem que o objeto do seu embate, seja esmagado e posto para fora. Resultado da imaturidade espiritual/cristã onde o Evangelho pede para considerar o outro superior a nós mesmos (Fp 3.2b). Esse comportamento egoísta e centralizador, além de inseguro, é fatal para a Igreja do Senhor.

Alguns se preocupam com justiça, misericórdia e fé, tanto quanto outros se preocupam com o dízimo da hortelã, do endo e do cominho, a diferença é que estas últimas se tornam hipócritas (Mt 22.23,24), e são as mesmas que coam o mosquito mas engolem um camelo.

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Imaturidade cristã (pte.2) - I Cor 13.11

Baseado nisso, tenho certeza em dizer que, a maturidade cristã só virá depois de reconhecermos que somos pecadores, iguais a estes que não desejam ver dentro da sua Igreja. Sim, porque qual seria a reação do seu pastor, do seu presbítero, da sua recepção, ou da pessoa sentada, ao ver um homossexual ou traficante entrar, e sentar no banco? Estamos preparados? Soube de uma pessoa no RJ que queria se suicidar, cansado que estava da sua vida miserável, vestido de mulher, com silicone, e foi andando em direção ao viaduto. Parou em frente a uma Igreja enorme, catedral, com a recepção á frente da Igreja, e ele foi entrando, impelido por uma força sobrenatural, seu pés não obedeciam, não podia controlar a voz que dizia: "Entra!!". Então, ao passar pela porta daquela linda e enorme Igreja, foi barrado: "Onde pensa que vai assim?". Ele explicou que estava indo se matar. As pessoas que o barraram disseram: "Aqui é a casa do Senhor, você não pode entrar assim, vestido de mulher. Essa é a casa de Deus, vai para sua casa, se troca e volta!". Ele saiu desanimado, chorando, e seguiu para o seu destino. No caminho, passou por outra Igreja, agora menor, pequena, simples, e sentiu o mesmo impulso de entrar. Já decepcionado com a 1ª experiência, relutou, mas foi vencido por aquela voz: "Entra!". Ao passar pela porta, ouviu uma senhora dizer: "Entra, meu filho... Seja bem-vindo, me dá um abraço, a casa é simples, mas tem sempre um lugar no coração de Deus para aqueles que o procuram", ao som de um violão e pandeiro, que cantavam: "Essa obra é de Deus, ela não pode parar". Quando ele percebeu, estava de joelhos, chorando muito e se entregando para Jesus. E hoje, é um pregador da Palavra de Deus. O material da Igreja é gente, aprender a desenvolver diálogos que vão além do ouvir a dor alheia, enxergar além do que se vê. Isso é maturidade cristã.

Assim como Jesus, gerar vida naquele que peca, porque matar e apedrejar, é fácil, gerar vida é bem mais difícil. O tolo tem sempre uma resposta. O sábio, um motivo.

Podemos ser pacientes e tolerantes com os imaturos espirituais, não delegando qualquer função eclesiástica, porque estes machucam, marcam e afastam os pecadores, pois não os perdoam. Temos sim, que dar tempo, para aprenderem a andar, a mastigar quando tiverem dentes, e agir como homens que Deus chamou. O contrário disso é imaturidade espiritual.


Graça e paz!

domingo, 6 de dezembro de 2020

O que desonra a Deus - Js 1.7

Deus é compassivo e se importa com as nossas emoções. Acredito que Deus queira que sejamos corajosos. Será insignificante, àqueles que creem, terem dúvida e medo? Acredito que Deus queira que estejamos livres da inquietação, ansiedade, dúvida e covardia, nessa ordem. A incredulidade é algo sério da parte de Deus, já para nós, é algo "normal", sempre arrumamos desculpas para não crer.

Depois o incrédulo é Tomé...

Ao estarmos com medo, ficamos sujeitos à desordem - algo terrível que deveríamos entregar imediatamente ao Senhor - que nos deixa cabisbaixos, entristecidos. Quem é pai, já viu seu filho triste, de cabeça baixa? Queremos retirar essa tristeza do nosso filho, imediatamente! Porque não só ele, mas o nosso coração se entristece junto. Assim também é com Deus, é quase uma ofensa, pois denota a nossa pouca fé no Deus que pode todas as coisas.

O rei Assuero (Ne 2.1,2) não permitia que alguém viesse à sua presença entristecido. O nosso Deus permite que nos acheguemos a Ele com o coração contrito e quebrantado, para que Ele seja o motivo de exaltação, adoração e altere o estado do nosso coração. Mas em contrapartida, deseja que nos livremos deste espírito de opressão, desânimo, tristeza e desesperança. Que possamos vestir as vestes de louvor, para glorificar a Deus por suportarmos as provações, passar pela tristeza sem ficar triste.

Sentir tristeza, medo e o coração desanimado, desonrá ao Senhor, pois Ele é o nosso refúgio e fortaleza, socorro presente, sempre. Essas enfermidades chamadas "medo e desânimo", desencadeiam dúvidas, contaminam (até dentro da Igreja), ao contrário de alguém que crê, e se mostra como cartas vivas, permitindo que outras façam a leitura do Evangelho através de você. Percebe a sua responsabilidade? Tudo isso pode ser ser revertido pela sua coragem e fé.

Lembre: vestes de louvor no lugar de espírito entristecido. Não há força sem alegria. O cristão que trabalha e se alegra em Deus, e crê de todo coração, terá sucesso garantido. Seja forte e corajoso.


Graça e paz!

sábado, 5 de dezembro de 2020

Minha filha casa hoje! (pte.1) - I Cor 13.7

Não há amor sem casamento. Precisamos compreender isso. Minha filha casa hoje, estou bastante feliz porque eles me chamaram para celebrar essa união. Honestamente, não esperava. Nem sei se tenho capacidade para isso. E a minha felicidade é completa porque ela compreendeu que, sem Deus, nada podemos fazer. Desde o princípio, ela insistiu em casar no civil mas queria uma recepção onde eu pudesse abençoar suas vidas.

Resolvi escrever devido à tamanha alegria, mas em gratidão á Deus, porque sei que a família, a partir do casamento é o 1º plano de Deus para o homem. Honestamente, não acredito nas convenções humanas desta união (vestido branco, bolo, decoração da Igreja, música, festa) uma vez que a Palavra de Deus fala sobre "cohabitar".

O casamento está tão intrínseco em nossa sociedade, como festa, que alguns itens importantes são esquecidos ou negligenciados. Todo dia tem alguém casando, procurando a felicidade, por quê? Primeiro, porque não há realização no indivíduo, mas no outro. Segundo, Deus colocou dentro de nós Seu plano ("Não é bom que o homem ande só" - Gn 2.18a) com um propósito de vida abundante e felicidade: sermos uma só carne (Mc 10.8).

Como casal, somos 2 (dois) mas apenas um, em unidade. Assim como a Trindade, são 3 (três), mas uma só unidade. No plano de Deus foi determinado:

- O homem deixará sua casa, pai e mãe, e se unirá à sua mulher, sendo agora uma só carne (Gn 2.24);

- O que Deus uniu, o homem não separa (Mt 19.6);

- Apenas a morte quebra esta aliança (Rm 7.1-3);

- E finalmente, Deus envia vários presentes, dádivas ao casamento: filhos, companheirismo, alegria, segurança, relacionamento íntimo e felicidade.

E a base que sustenta todas essas determinações é o amor, o vínculo mais que perfeito, pois o amor "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (I Cor 13.7).

(Leia a continuação)

Minha filha casa hoje! (pte.2) - I Cor 13.7

Casamento tem a ver como parceria, cumplicidade, amizade, companheirismo, bom humor, intimidade, aquele lugar ao qual queremos voltar no final do dia. No jantar, talvez a única hora em que podemos olhar nos olhos e perceber o outro, estar juntos. Como Jesus, lavar os pés do outro que está cansado, ser o ombro amigo, a força para o dia da adversidade, e assim, encorajar nas dificuldades, estarem juntos na alegria, nas vitórias. Ser colo para que o outro descanse. Estar bem consigo mesmo ajuda a suportar situações, e assim, possa celebrar a grande escolha da sua vida: seu cônjuge.

Casamento tem a ver com a certeza da presença do outro no dia ruim, a mão estendida na noite de fraqueza e necessidade. Tem a ver com ânimo, esperança, estímulo, confiança, valorização, dedicação, solidariedade, admiração, somar adjetivos que construam um futuro. Tem a ver com treinar as palavras, a comunicação (tão importante num relacionamento), a qualidade do tempo, administrar o dinheiro juntos, perdoar.

Espero que estejam prontos para o casamento. Que minha filha, e quem irá casar, vivam a experiência de serem um casal, tão profundamente esposa e esposo, individualmente, para que juntos não sejam 2 (dois), mas uma só unidade.

Sabe porque Deus nos ensina que "Maridos, amem sua esposa" (Ef 5.25) e "Esposas, sujeitai-vos (honrem) a seus maridos"? (Ef 5.22)? Porque são exatamente essas as maiores dificuldades num casamento, o homem demonstrar sentimento, dizer "eu te amo" (ele continua achando isso uma fraqueza), e a esposa, principalmente nos dias de hoje, se sujeitar e honrar o marido, porque isso soa como ser submissa, receber ordens. Saibam, esposas amadas do Senhor, vocês foram levantadas como ajudadoras, auxiliadoras, na mesma missão, jamais destruidoras. Lembrem-se: Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, homem e mulher os criou (Gn 1.27; Gn 5.2), e lhe chamou Adão. Só depois criou uma auxiliadora para lhe fazer companhia, e a chamou Eva (Gn 2.18).

Que Deus te abençoe!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Chega de "eu"! - Jo 15.5

Depois de compreendermos que Deus, sendo Trindade (três) mas unidade (um) criou seres comunitários, que não sabem viver sozinhos e nem deveriam aprender, deveriam usar a 1ª pessoa do plural em qualquer circunstância, mas devido ao pecado e á separação de Deus, iniciamos uma caminhada de poder - o "nós" nos dias atuais, é "eu"!

Mas o amor de Deus por nós não permitiu nos abandonar, assim como seres criados, não conseguimos apagar totalmente a imagem e semelhança do criador em nós - sim, aquele vazio que invariavelmente sentimos, insatisfeitos com o que conquistamos, não conseguindo ser amados do jeito que gostaríamos, não alcançando nunca o estágio de satisfação, sempre buscando algo que não se sabe o que é - porque Deus colocou em nós a eternidade. Como podemos querer nos satisfazer com restaurantes, carros, viagens, pessoas, praias, selfies, redes sociais, corrupção, poder? Nada disso é eterno...

Deus enviou seu Filho unigênito para nos salvar, para que Ele fosse o primogênito. Resgatar nossa eternidade e preencher este vazio existencial que costuma nos pegar completamente desprevenidos e incompletos.

Jesus, ao se entregar na Cruz, mais que o preço do nosso pecado, resgatou a ideia dos filhos originais, é em Cristo que vemos como deveríamos ser. Como uma grande família, Cristo é o cabeça, o primogênito, a pedra angular. 

Sim, somos diferentes. Mas um quebra-cabeça é feito de peças completamente diferentes, onde todas as peças diferentes, se encaixam. E elas se encaixam, tenha certeza! Só assim poderemos glorificar a Deus, de todas as formas e servir ao reino do Senhor.


Graça e paz!

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Na lama - Jo 9.6

Jesus cuspiu. Como frase solta é até repulsivo e na verdade, nem imaginamos isso. Talvez, se fossemos nós, faríamos uma oração, imporíamos as mãos sobre, fecharíamos os olhos, uns falariam em línguas, outros rodopiariam. Mas cuspir e ainda pegar a lama para curar?

É amados, é por isso que somos humanos a caminho da santidade, e não Jesus, o Cristo. O Deus encarnado, o verbo, o pão, com a calma de um pintor, recolheu a lama, da qual fomos criados e, como se preenchendo um vazio, o curou.

Tiro desse texto para minha vida, que Deus permite que alguém chegue à lama para ser curado, e só o será, pelas mãos de Jesus Cristo.

Lama, neste caso, é o submundo, são as agendas secretas, mensagens de whattsapp que só você tem, conversas paralelas, olhares maliciosos, pornografia e corrupção, tão presentes na alma do ser humano. Porque se não chegarmos ao ponto de enterrarmos o pé na lama, não buscaremos em Deus o perdão tão necessário, sentir arrependimento a ponto de mudar, e enxergar o que antes não víamos - eis a transformação.

O  milagre chega até nós muitas vezes é por meios não tão agradáveis (demissão, doença, frustração, crises, solidão) e acredito que é justamente para nos mostrar a realidade do que fazemos, mas não percebemos. 

Jesus não está desatento à nossa luta, mas sim, nos fazendo crescer, amadurecer na fé, nos aproximar dEle, que pode todas as coisas. Nunca se esqueça, irmão, você não está só!


Graça e paz!

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Não se perca! - Hb 3.13

Sem rodeio: a minha geração está voltada aos prazeres, deleites, vontades deste mundo tenebroso. Qualquer vento de doutrina é logo abraçado.

Ora, somos ou não discípulos de Cristo?

Quando algumas Igrejas, que já foram do Senhor, onde o Espírito Santo era quem determinava eventos, ações e direções mas hoje, quem rege essas igrejas são pesquisas, quantidade de membros, valor de arrecadação, palavra rasa, sem qualquer discipulado, ministérios que sustentam quem a Igreja quer ser, sem qualquer ação social, elitizada, mas cheia de posts, propagandas das atividades, e pastores que nada tem a ver com o cheiro das ovelhas, irão se tocar que estão no caminho errado? Já se perguntaram "por quê" as pessoas saem das Igrejas, abandonam a fé? Meu Deus...

Me preocupo, mesmo que não tenha nada a ver com a sua vida, irmão, com o ódio nas redes sociais, que propagam mentiras e querem a queda do seu inimigo. Falam de amor mas não amam! Os versos bíblicos estão lá mas a fé bíblica não. Pessoas estão aprendendo a Palavra através dos louvores não pela Palavra de Deus.

O que Jesus te ensinou? Qual Evangelho você vive? Não pode ser o Evangelho de Jesus. As pessoas se vitimizam ou se culpam, apenas para as pessoas ao seu redor serem á favor da sua opinião ou sua causa - que abraça cães e gatos mas maltrata o próximo, que abraça causas humanistas mas esquece que Jesus Cristo quebrou paradigmas, dogmas e se entregou para te salvar. Salvar do que? De você mesmo, ingrato.

Há pessoas que apontam o erro do próximo, mas em seu quarto fechado, em seu celular, tem coisa muito pior. Hipócrita! Sepulcro caiado! Pode ser homem por fora mas por dentro, você está morto. Os outros podem não ver, mas jamais esqueça que Deus é onipresente (Is 55.9).

Gente que esqueceu sua identidade, perdeu sua conexão com o alto e se conecta com o pior desta terra. Ei, meu irmão, você é cidadão do céu! Não há nada aqui há para você. Conheço pessoas, parentes e amigos, que um dia frequentaram a Igreja do Senhor, mas o foco que tinham caiu do céu para a terra, olharam para o homem (como se fossem diferentes disso) e começaram a justificar seus "achismos" porque viram líderes e ministros fazer coisas humanas - ei, amado, lembre de uma coisa: eles estão no lugar certo, dentro da Igreja. E você? Onde está neste momento? Nos braços de quem está sua alma? Deixou o lugar secreto e agora perde tempo em suas vaidades que levam ao vazio, que sente mas não confessa, por correr o risco de estar errado? Perdeu o 1º amor e aceitou que nada pode fazer? Que bom... você não pode nada mesmo, quem pode é Deus.

É uma pena que leia esse texto como um julgamento, ao invés de ver como uma alerta. Não esqueça que eu erro, e muito. Sou pecador como você, e por saber quem sou, me agarro em Cristo Jesus, o único mediador entre Deus e os homens, capaz de perdoar meus pecados. Isto se chama "exortar" uns aos outros (Hb 3.13) - porque o meu desejo é que você, irmão, nunca se perca.

Desculpe, não quis ofender, mas gostaria de saber que tem alguém preocupado comigo e que diz boas palavras. Me preocupo realmente contigo. O exemplo de Jesus eu aprendi: Quem ama, cuida. Vou atrás da ovelha que se perdeu, falo a verdade para que Jesus Cristo seja louvado e você, meu querido, não renegue tamanha Salvação.


Se quiser e precisar, estou aqui, irmão!

Graça, paz e misericórdia do Senhor!

Jesus, a esperança eterna - I Cor 16.22

Temos esta esperança eterna: Que Jesus Cristo é o nosso Senhor, único e suficiente Salvador da nossa vida, e buscará Sua Igreja para morar eternamente com Ele. Que convite maravilhoso! Ainda mais se olharmos para o estado de coisas que deixamos e permitimos aqui na terra. Isso nós merecemos, o que não merecemos, o Senhor Jesus nos promete.

Limitar nossa expectativa no que Deus pode fazer agora, é perder de vista o que Deus pode fazer eternamente. Ser feliz é ter essa esperança, não em nós mesmos, mas nEle, o Filho do Deus vivo.

A promessa de Jesus é de novos céus e nova terra, e essa, funcionando como nos dias do jardim do Éden. Como desejo que as coisas sejam reestabelecidas, cada uma em seu devido lugar - mas isto será apenas quando Jesus voltar. Revelado Cristo, seremos revelados junto com Ele, e seremos como Jesus é. Pois a criação - a terra toda, os animais, as plantas, tudo - anseia pelo dia da manifestação ("apocalipse") visível da Glória de Deus. Ser semelhantes a Cristo será apenas quando esta era acabar, esta era decaída, fora da presença de Deus, onde o príncipe deste mundo impera, influencia pessoas e circunstâncias, para tentar de todas as formas, nos afastar dos propósitos de Deus. Se conseguirmos compreender e do que se trata o nosso futuro, começaremos a nos purificar agora. 

E então, viveremos a plenitude em sermos parte do corpo de Cristo (Ap 22.17), como Igreja, cujo papel estará plenamente identificado com o papel de "Noiva" do cordeiro, em unidade através do Espírito Santo de Deus, gerando em nós aquele clamor que não cansamos de dizer: "Maranata" (em aramaico), ou melhor, "Vem Senhor Jesus" (I Cor 16.22b).

Que a esperança encha nosso coração diariamente!


Graça e paz!

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Autoridade - Sl 66.7

Estar em posição de autoridade exige algo que nós temos que lutar muito para alcançar: santidade. Deus é santo, e é tão profundamente santo, que propõe que sejamos também (Lv 19.2). Nenhuma palavra hebraica semelhante a "autoridade" é usada nas Escrituras Sagradas como exousia. A autoridade de Deus como soberano é ensinada, mas não vem desacompanhada de Seus atributos visíveis, que através da teologia sistemática conhecemos as qualidades do caráter divino, de acordo com a revelação permitida por Deus para que o compreendamos, não mais que isso. É impossível compreender Deus, mas é possível ver Sua autoridade através da história.

Logo, quando aprendemos a estar na posição de autoridade precisamos nos santificar, pois um líder corre o risco de fazer o que não se deve, e também palavras que jamais devem ser pronunciadas. A autoridade nos permite conduzir, ensinar, jamais expor. A santificação vem através da Palavra de Deus, e os sentimentos decorrentes desta transformação permite termos o discernimento de que convivemos com quem ainda não foi transformado. Assumimos atitudes, segundo nosso ponto de vista, que os filhos de Deus esperam que sejamos santificados - só assim poderemos aconselhá-los e teremos sua confiança. Isto influenciará nossa comunhão com estes irmãos, nem descuidados nem frios demais.

Quem se concentra na verdadeira função de autoridade, está numa posição de representar a Deus, nas palavras e ações. Mas apenas àqueles a quem Deus honrou para ter autoridade, fiel à Palavra e em amor às pessoas. Confesso que conheci poucos assim. O homem, ás vezes, quer ser autoridade (poder) sem ter recebido de Deus tal função.

É por isso que estar em situação de autoridade (sim, porque não somos, nós estamos) exige restrição - é necessário santificar-se. Não há outro caminho para tratar situações e pessoas com amor. Outros poderão, você não. Deve obedecer ao Espírito Santo, conforme é dito á você, enquanto autoridade, sacerdote, pastor, líder ministerial, pai, avô, e não ouvir e cumprir o que você, ser humano, quer ou acha correto. Este é o preço que se paga por chegar à ser usado como canal de benção, ou uma autoridade que representa Deus, porque deve ser exemplo para todos, de dentro e de fora da Igreja do Senhor. Na qualidade de membro do corpo, está junto, na mesma missão, sem demonstrar ou assumir ser uma categoria especial. Não existem cristãos de 1ª classe e outros de 2ª classe. Não existe "unção" sobre uns e outros, existe só um ungido, e este, é o Cristo. A autoridade espiritual só existe quando demonstrada através do fruto do Espírito Santo, caso contrário, é apenas uma autoridade humana, sem valor divino, e devidamente reconhecida entre as pessoas, não para Deus.

O Espírito Santo testifica com o nosso espírito quem somos.


Graça e paz!

sábado, 3 de outubro de 2020

Formação espiritual (pte.1)

Aprendi como teólogo, partir das cartas para o Evangelho, para que assim nos tornemos sistemáticos. Mas se estamos fixos às doutrinas e elas não nos levam ao Evangelho, confesso que prefiro mudar as doutrinas. A sistematização nos leva a compreender melhor o Evangelho, mas as doutrinas, fruto desta compreensão, jamais podem substituir o Evangelho do Senhor. 

Vejo Paulo dizendo que, se alguém ler suas cartas e não o levar ao Evangelho, pare de ler suas cartas. E é isso que farei, são 4 passagens bíblicas. Isso quer dizer, falo da formação espiritual que devemos ver no Evangelho de Jesus.

Para início das leituras, deixo claro: Jesus é uma pessoa, não um programa. Modelo de liderança sem ter nada a ver com os mecanismos modernos (motivacional, leadership, autoajuda, palestrante, coaching, por exemplo) que empresas do mundo inteiro usam para quantificar, qualificar e treinar, não discípulos, mas seus "robôs" que parecem seres humanos. Se tiver que puxar o saco, puxam. Se tiver que babar diante do chefe, babam. Se tiver que puxar o tapete, se acotovelar com o amigo, puxam e se acotovelam. Posso dizer tranquilamente isso pois 25 anos da minha vida foram de viagens pelo Brasil, de empresa em empresa, de administração em administração, vendo e ouvindo casos surreais, seres humanos humilhados, corruptos e sem valores, não viviam, apenas existiam para perpetuar em seus empregos. Eu não era convertido ainda, por isso, nem posso descartar minha experiência. Foi Deus quem permitiu.

Esse  mundo corporativo compreende o Jesus histórico, que marca a humanidade em seu nascimento e a partir de sua morte e ressurreição, mas não entende nada da aplicabilidade do Evangelho de Jesus, o quanto é eficaz em suas vidas - e poderia ser, por conseguinte, na vida profissional também. Mas não o são, porque o mundo não trata, nem quer, as pessoas, apenas cuida delas. Para exercer meu ministério, descobri que devo conhecer e amar as pessoas. Hoje, entendo porque passei 25 anos no mundo corporativo.

Ao falarmos de liderança, até o ímpio já descobriu que Jesus é o modelo perfeito e que nos mostra a formação espiritual ideal. Ao falar disso, falaremos mais da vocação e menos de liderança.

 (leia a continuação)


Formação espiritual (pte.2) - Mc 6.30-34

Imagine que está cansado, precisando descansar um pouco. Num domingo, após as 22h, toma banho e deita ao lado de sua esposa. Neste momento de descanso merecido, o telefone toca e alguém precisa muito conversar, orar, desabafar e resolver um problema. Assim, quer sua visita. Seja sincero: Qual é seu primeiro sentimento?

Calma, aconteceu com Jesus. Ele sabe. Jesus foi para o outro lado da margem do rio descansar, assar um peixinho, relaxar, depois de um dia estafante. Mas a multidão vai até Ele, como a situação acima trouxe essa pessoa até você, porque sabe que o mundo nada tem de bom a oferecer, mas você, assim como Jesus, tem refrigério, cura, oração, boas palavras, uma saída. Chamo sua atenção para o olhar de Jesus... é pura compaixão: "São ovelhas sem pastor" (Mt 6.34).

É nesse momento que vejo se Jesus está formado em mim. No momento que estou relaxando, quase dormindo, mas há alguém que necessita, grita, e esse ministério que você alega ter sido chamado, a vocação fala mais alto. Este propósito de Deus em nós faz com que, mesmo com sono, dor, ou prejuízo, nossos olhos "enxerguem" o outro, sentimos compaixão - nos colocamos no lugar de quem sofre - e compreendemos sua realidade. Se teus olhos aprenderam a vida inteira a enxergar padrões e valores ensinados, abram os olhos para tudo o que é bom, honesto, justo, puro, se há virtude e se louva a Deus, e não para valores como preço, beleza, fama, aparecer na mídia, etc. Nossos olhos querem mais, sempre mais.

Jesus olha e enxerga a multidão com compaixão: "Olha essas crianças... os doentes...eu preciso ir até lá!". Jamais olha com raiva ou como perda de tempo. Aliás, como os discípulos viram: "Sujou! Lá vem esses caras esfomeados e interesseiros de novo!".

O olhar fala muito sobre nós. O poeta já dizia que "os olhos são a janela da alma". Assim, devemos aprender a interpretar o que os olhos dizem. Pois os olhos de Jesus são de amor, acolhimento, misericórdia, compaixão, olhar de quem está presente, de abraçar e sorrir. Precisamos ser líderes que tenham os olhos de Cristo. E quando isso acontecer, a riqueza e profundidade do Evangelho chegará às pessoas.

O Evangelho muda o jeito de ver o próximo, inclusive de relacionar-se com ele.

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Formação espiritual (pte.3) - Mt 14.14-21

Mais uma vez, os discípulos estão preocupados com a hora, com a multidão com fome, com seu cansaço. Jesus não para e sempre tem alguém querendo falar com Ele. A multidão faminta, na visão dos discípulos, não vai dar certo: "Mestre, diz amém, chega de sermão, dispensa essas pessoas". Mas Jesus, querendo transformar e ensinar seus discípulos delega: "Deem vocês de comer a essas pessoas".

E pior é que essa é mesmo a nossa lógica: "Se esse povo não for embora, como faremos? Temos pouco dinheiro... Quanto vamos gastar? Não vai dar...".

Somatizamos nosso cansaço, a crise política, desemprego, juros altíssimos, o momento socioeconômico mundial, orçamento, queda nos dízimos e ofertas, etc. Onde estão os olhos de quem foi vocacionado a ministrar a Palavra de Deus?

Trazem o menino, que pode ter algo na cesta. Essa cena me encanta, porque Jesus sabe que há 5 pães e 2 peixes. O encontro dos olhos de Jesus na direção deste menino, que recebe de volta um sorriso, sabendo que é olhado pelo Cristo. É lindo este momento, olhar acolhedor que diz ao menino sem mesmo abrir a boca: "Ei, estou contando com você, hein!?!". Porque o céu será daqueles que se assemelham às crianças. O colo de Jesus é imenso, dá colo como nós não sabemos. Assim, esse menino se sentiu abraçado, acolhido. Há um mistério aqui: os pães e peixes são trazidos à tona, um milagre, e é na oferta que esse menino faz que se multiplica nas mãos de Jesus - é o milagre, que na real, satisfaz quase 5 mil pessoas.

E os discípulos (e hoje em dia, nós!), fazendo conta baseado na lógica humana, que não tinha dinheiro nem padaria aberta. Qual a lógica que você trabalha? E a lógica que lidera? Qual a lógica que vivemos em nossa vocação, como ministro do Evangelho? Qual o pacote de 'management' (gerenciamento) que usamos nas Igrejas para dar certo?

O gerenciamento divino é o gerenciamento do milagre, é oração, encontro de Jesus com o menino. Estou cansado da minha lógica, dos meus números, dos cálculos que me faz mandar a multidão embora porque não sei o que fazer com a fome delas. E vejo Jesus trazer a multidão para um abraço: "Come aqui comigo, meu irmão". Isso acaba com qualquer pesquisa marketeira, igreja com propósitos ou não, querer crescimento a todo custo (inclusive á custa de Deus).

Isso é Graça, reino de Deus aqui, jamais um programa de liderança implantado na casa do Senhor para que cresça. Uma multidão é alimentada porque as mãos de Jesus fizeram o milagre com as coisas que um menino trouxe. Essa é a lógica do reino de Deus, e para o homem ilógico (avesso da lógica). Não é programável, mas pode ser vivenciado, e como experiência com o Espírito Santo, num gesto de ação de Graças, presenciamos o milagre e devemos viver graças a isso, graças a Deus.

(leia a continuação)

Formação espiritual (pte.4) - Mc 8.13-21

Os discípulos esqueceram de levar o pão para o barco após a multiplicação no monte. Jesus os indagou: "Vocês não entendem?". Tem olhos mas não veem, tem ouvidos mas não ouvem. Jesus fala comigo e com você, apesar de já termos visto e/ou vivido experiências sobrenaturais, milagres de Cristo, assim como com os discípulos, mas assim como eles, também muitas vezes não entendemos , duvidamos, e discutimos ainda sobre o pão esquecido, olhando para o dinheiro e a padaria - possiblidades humanas. O menino entendeu, os discípulos, não. E você? Ao repartir o pão e o peixe, quantos cestos sobraram? E ainda não entenderam? Honestamente, ás vezes acho melhor que líderes de ministérios não entendam, pois quão arrogantes mais seriam? Se pudéssemos supor que controlamos a multiplicação, então... Cheios de poder. Os evangelhos mostram que Jesus tem dificuldade em fazer os discípulos compreenderem a lógica do reino, porque o reino não tem a nossa lógica. Lógica, no reino de Deus, só vivida  enquanto Graça, e os enfermos, livres, crianças, pobres, os que tem fé, nos ensinam essa Graça - estes ensinamentos não existem em Seminários, Teologia, hebraico. Tal ensinamento vem do mistério da Graça, surpreende pois vem de pessoas simples, de fé, daquelas Igrejas simples, essas pérolas do reino, da boca dos pequeninos, já que deixa claro que o céu é destes, num princípio de liderança do reino de Deus: torne-se um pequenino. Imagino o quão difícil é nos tornar um destes (Mt 11.25).

Louvo a Deus pois o Evangelho chega até a mim como Graça. Não tenho que dominar, sujeitar, porque se tiver que fazer isso, fatalmente me suicidarei espiritualmente. E o Evangelho brota onde jamais pensei que brotaria. Enquanto líderes espirituais e ministeriais, somos chamados a nos tornar os pequeninos.

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Formação espiritual (pte.5) - Jo 21.15-17

Pedro pensa em abandonar tudo, então Jesus o chama para uma conversa: "Nós andamos juntos, Pedro. Você não entendeu, vivemos juntos cada situação, não? Você não queria que eu morresse, etc. Mas eu queria saber, Pedro: Tu me amas?". Pedro diz claramente: "Senhor, sempre quis fugir dessa pergunta...". Sim, porque essa pergunta é profunda demais. A resposta que queremos dar, não é a que sentimos e nem a que cumprimos, apenas desejamos. E traz em si uma realidade que eu não aguento - sim, a pergunta é para todos nós. Eu queria mostrar o que fiz, meus planos, estratégias, as pessoas e Igrejas que ajudei, almas que ganhei, quanto dinheiro dei, quantas roupas usadas doei... Não podemos falar, Senhor, sobre coisas, ações ou serviços? Crescimento da Igreja? Ou investimento missionário? Vale do Jequitinhonha? Ou ajuda ao sertão nordestino? Ou Seminário e minha média alta?

E assim como a Pedro, Jesus nos diz: "Não. Quero falar sobre você. Quero perguntar se você me ama. Eu quero saber se a  sua agenda é mais que um programa, se tua vida condiz com as coisas que diz, com o que ganha, com o que conquista, e até viagens. Se tua vida é mais que um show, luzes, som alto, politicagem, ou se o teu ministério é apenas isso (planos, estratégias, exclusão, atas de reunião, salário, carteirada, relatórios, só grandes coisas). Eu quero saber se há outras coisas, porque essas coisas que Eu disse, só te esconde, é só casca!".

Pedro diz também sobre as lutas ao qual Jesus teve que caminhar com ele. Assim, sabe tanto de Pedro, quanto de mim e você, acredite.

E Jesus, de novo, indaga: "Eu quero falar de nós dois: Você me ama, Pedro?". É a resposta que dá a verdadeira sustentação ao nosso ministério (chamado, vocação).

Sem isso, o ministério cansa, e se torna administrativo (relatórios, números, etc). O sentido profundo em amarmos a Deus é sobre todas as coisas e de todo coração. Nos exemplos administrativos, isso não acontece. E a resposta, todos sabemos: "Tu sabes todas as coisas, Tu sabes que eu te amo".

Essa deve ser nossa resposta, para que as lágrimas corram em seguida e os suspiros vem, e saibamos, como Pedro, que descobriu: "Eu consegui dizer!".

Que possamos ouvir, como Pedro ouviu. Jesus diz: "Agora vai, Pedro. Agora você está pronto para apascentar as minhas ovelhas".


Graça e paz!

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Unção - Tg 5.13-20

Só posso discutir a palavra "unção" dentro do contexto bíblico. Ou seja, derramar azeite sobre alguém para consagrá-lo, santificá-lo, para o qual Deus o chamou (I Rs 19.16; I Sm 16.13; Ex 40.9). A unção buscada sempre deve se a que Deus ordena através do Espírito Santo (I Jo 2.27). Assim, o final desta história é, e sempre será, Cristo. Jesus é o único ungido, não há outro ungido. Cristo, que é um título e significa "ungido" (grego) e "messias" (hebraico) para o qual é o Filho do Deus vivo, que se entregou para morrer na Cruz, derramar seu sangue, como o cordeiro pascal, e nos dar a Salvação. Não há outro "ungido", e sim, àqueles que estão debaixo da unção do Cristo - mas não somos Cristo, somos co-herdeiros com Cristo, se o aceitarmos como único Senhor e Salvador da nossa vida. 

Vira e mexe, um crente pede para ungir aliança, carro, casa, chaves, xbox, computador. E este óleo, muitas vezes é comprado na Conde de Sarzedas/SP (local de objetos religiosos duvidosos em sua origem), sem qualquer tratamento e origem, oração, onde apenas o querer do crente opera. Vamos combater isso de modo bem simples: Ensino bíblico. 

Já se perguntaram porquê algumas Igrejas não tem estudo bíblico? Onde lemos no NT, Jesus orientando os discípulos a ungirem objetos? Ou os apóstolos distribuindo óleo ungido? É assustador as distorções teológicas em função do interesse pós-moderno em obter e centralizar poder. Não concordo com os que veem o óleo como remédio. Os abusos cometidos (catolicismo e neopentecostais) contrariam a adoção de práticas supersticiosas, que nada tem de divino, e sim, de origem humana para corromper a fé dos que creem. O texto acima (Tg 5) repreende líderes da Igreja do Senhor, cuja a fé é pouca para curar, não ensinam o povo de Deus a orar (difícil vermos "campanha de oração"). Ao ler "orar sobre ele" (v.14), vejo alguém acamado, fraco, pois quem ora, ora ao redor e "sobre" o doente. Em seguida "o Senhor o levantará" (v.15), primeiro por estar deitado enfermo, segundo, pelos pastores orarem justamente porque esta pessoa está impedida de sair e ter comunhão com os irmãos.

E finalmente, a fabricação deste "óleo ungido" extrapolou, se transformou num grande negócio onde usam o nome de Deus para dar credibilidade a esta negociata com um único objetivo: untar quem necessita de bênçãos espirituais. Além disso, observei ao longo de 15 anos, líderes e ministros de Deus alardearem a chegada de um avivamento, que só será avivamento se originar no Espírito Santo de Deus! Não se inicia avivamento nos homens primeiro... Além dos conceitos pregados pelos reformadores forem resgatados e proclamados - o mais rápido possível.

Afinal: Que avivamento é esse que dizem estar acontecendo, mas que não produz frutos de arrependimento? Que avivamento é esse que não muda caráter nem comportamento? Que avivamento é esse que não tem como base as Escrituras Sagradas?

Sério que você já pediu e foi atendido em ungir seu carro ou casa?


Graça e paz!

Que Deus tenha misericórdia de nós.


quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Vivemos a era da ansiedade (pte.1) - Lc 10.41,42

 

A ansiedade é esmagadora, nos consome, nos imobiliza até retirar toda a alegria de viver. O impacto é tanto físico quanto emocional - eu mesmo já senti insônia, insuficiência respiratória, pânico, dor de cabeça insuportável, medo de morrer, sudorese, coração acelerado, pressão alta, olheiras, ganho de peso e insônia.

Até compreender e aceitar que a ansiedade existe porque acredito em mentiras. Simples, não? Sim, é simples, porque se a ansiedade, como eu entendo, é medo do futuro, então ela me mostra cenários e fatos mentirosos, pois eles não aconteceram - tenho medo que aconteçam, mas ainda não aconteceram. E se a ansiedade me faz acreditar que estes fatos, que não aconteceram, são "verdades", então eu deixei de acreditar nas promessas de Deus que sustentam a minha vida. 

Afinal, os que esperam no Senhor renovarão suas forças. É isso que Deus nos diz para acreditarmos.

As mentiras estão dizendo que Deus, a quem eu creio e entrego minha vida, não é bom, nem onisciente nem onipotente. Precisamos parar de ouvir (e acreditar) em mentiras.

(leia a continuação)

Vivemos a era da ansiedade (pte.2) - Lc 10.41,42

A ansiedade oprime as pessoas diariamente. Como cristãos, precisamos saber combater o inimigo. Paulo nos mostra (Fp 4.6) como não ficar ansioso. Certa vez, numa loja de departamentos, senti um calafrio e Deus me alertou: "Olhe seu neto (5 anos)". Falei para minha filha: "Onde está o Pedro? Dê a mão para ele"; e ela respondeu: "Ele está ali, brincando perto do manequim". Andando na frente e eles atrás, ouço minha filha gritar: "Pedro!! Pedro!!". Meu neto desapareceu naquela loja enorme. Quase tive um infarto, e não adiantava dizer "Eu avisei!", porque seria pior. Procuramos e percebi que estava ficando sério, quando pedi para anunciarem na loja. Meu coração estava acelerado, os músculos do meu corpo começaram a travar, por dentro eu queria gritar e por fora, tentava conter as lágrimas. Imaginei voltando para casa sem ele... meu Deus! A ansiedade me esmagava! Quando minha filha avistou ele, no mesmo manequim que estava brincando, um pouco assustado (talvez pela nossa cara de pavor!), mas tranquilo, disse: "Não vi mais vocês. Fiz o que sempre disseram: Parei e esperei no mesmo lugar". Foi isso que combinamos mesmo. Deus cuidou dele.

Neste exemplo, podemos até perceber que a ansiedade é, perfeitamente normal - afinal, quem nunca se sentiu assim? - mas é exatamente este o problema da ansiedade! É a resposta natural do ser humano para algo que não tem controle. Mas Paulo (Fp 4.6) nos diz para não ficarmos ansiosos, por nada. Na verdade, a ansiedade é uma escolha. E a escolha de Paulo é "orar", e compreender que todas as situações estão nas mãos de Deus e só temos que confiar e descansar. Alguém preocupado (pré-ocupado = ocupado demais antes) não tem, muito provavelmente, uma vida de oração.

Sim, é mais fácil dizer que fazer. Mas descansar na Graça requer conhecer antes a Deus, e ao orarmos, reconhecemos que necessitamos do amor e misericórdia de Deus, pois apresentamos nossas necessidades e pedidos, e o que é mais importante, lançamos toda nossa ansiedade e cuidado em Deus, declarando nossa total dependência do Senhor, afinal, sem Ele, nada poderemos fazer (Jo 15.5).

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