sábado, 3 de outubro de 2020

Formação espiritual (pte.2) - Mc 6.30-34

Imagine que está cansado, precisando descansar um pouco. Num domingo, após as 22h, toma banho e deita ao lado de sua esposa. Neste momento de descanso merecido, o telefone toca e alguém precisa muito conversar, orar, desabafar e resolver um problema. Assim, quer sua visita. Seja sincero: Qual é seu primeiro sentimento?

Calma, aconteceu com Jesus. Ele sabe. Jesus foi para o outro lado da margem do rio descansar, assar um peixinho, relaxar, depois de um dia estafante. Mas a multidão vai até Ele, como a situação acima trouxe essa pessoa até você, porque sabe que o mundo nada tem de bom a oferecer, mas você, assim como Jesus, tem refrigério, cura, oração, boas palavras, uma saída. Chamo sua atenção para o olhar de Jesus... é pura compaixão: "São ovelhas sem pastor" (Mt 6.34).

É nesse momento que vejo se Jesus está formado em mim. No momento que estou relaxando, quase dormindo, mas há alguém que necessita, grita, e esse ministério que você alega ter sido chamado, a vocação fala mais alto. Este propósito de Deus em nós faz com que, mesmo com sono, dor, ou prejuízo, nossos olhos "enxerguem" o outro, sentimos compaixão - nos colocamos no lugar de quem sofre - e compreendemos sua realidade. Se teus olhos aprenderam a vida inteira a enxergar padrões e valores ensinados, abram os olhos para tudo o que é bom, honesto, justo, puro, se há virtude e se louva a Deus, e não para valores como preço, beleza, fama, aparecer na mídia, etc. Nossos olhos querem mais, sempre mais.

Jesus olha e enxerga a multidão com compaixão: "Olha essas crianças... os doentes...eu preciso ir até lá!". Jamais olha com raiva ou como perda de tempo. Aliás, como os discípulos viram: "Sujou! Lá vem esses caras esfomeados e interesseiros de novo!".

O olhar fala muito sobre nós. O poeta já dizia que "os olhos são a janela da alma". Assim, devemos aprender a interpretar o que os olhos dizem. Pois os olhos de Jesus são de amor, acolhimento, misericórdia, compaixão, olhar de quem está presente, de abraçar e sorrir. Precisamos ser líderes que tenham os olhos de Cristo. E quando isso acontecer, a riqueza e profundidade do Evangelho chegará às pessoas.

O Evangelho muda o jeito de ver o próximo, inclusive de relacionar-se com ele.

(leia a continuação)

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