quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Ungido - Lucas 4:18

Disciplina e despotismo.
O poder dos homens leva a isso. Para entender o que quero dizer com "ungido" é  necessário compreender a história, na qual Davi poderia tirar a vida de Saul mas não o faz porque reconhece que Saul foi escolhido, legitimamente por Deus, para ser rei de Israel. Deus ungiu Saul, o revestiu de autoridade para ocupar a posição que ocupou.
Isso é capacidade para ocupar essa posição. 

Ungido tem a ver com "legitimidade". Tem a ver com "direito" para ocupar a posição que se ocupa e tem a ver com "capacidade" para ocupar a posição que se ocupa. Portanto, há pessoas que não tem o direito de estar onde estão. Há outras que até tem o direito, mas não tem a legitimidade para estar onde estão porque se valem da posição que tem, para exercer (o excesso de) autoridade ilegítima e inadequadamente. E ainda, há pessoas que tem o direito e legitimidade, mas não tem a capacidade de ocupar o lugar que ocupam. 

O que Jesus diz é: "Fui revestido de autoridade! Tenho o direito de estar aqui, o poder (capacidade) de estar aqui e a legitimidade para estar onde estou" (Lucas 4:18).

Moisés tinha a capacidade de estar onde estava, mas perdeu a legitimidade quando feriu a rocha e perdeu o direito de estar onde deveria estar - não entrou em Canaã. O mesmo aconteceu com Saul quando ofereceu sacrifício (fogo estranho) no lugar do sacerdote Samuel - o que não nos dá o direito de matá-lo.
Procurei no dicionário e vi que, o que Jesus obteve foi "exousia": Competência, poder que é atribuído a alguém por outrem. Liberdade no sentido de que é outorgada por uma instância superior.
No Antigo Testamento esse poder delegado, ao mesmo tempo, era concedido e retirado dos homens. No Salmos 51:11, Davi confessa: "Não retires de mim o Teu Espírito" ou "Tem misericórdia, me dá essa chance!". Assim como aos levitas que recebiam capacitação para uma tarefa específica e depois era retirado. Capacidade esta, concedida pelo Espírito Santo. 
No Novo Testamento, o Espírito Santo foi derramado sobre toda carne (Atos 2:17), não temos mais rei, só Jesus Cristo. A igreja de Jesus é um reino de sacerdotes, somos a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido (I Pedro 2:9), portanto, o Espírito de Deus está sobre nós.
Jesus compartilhou sua autoridade, seu direito, sua capacidade, a sua "exousia", sua capacitação espiritual com toda a igreja - pois toda a autoridade lhe foi dada sobre o céu e a terra, portanto, "saiam em meu nome e façam discípulos, pois Eu dou á vocês toda a autoridade". 

Portanto, não há mais nenhum ungido no Novo Testamento, e todo aquele que está debaixo da autoridade de Jesus, tem não só a autoridade, mas fala e age em nome de Jesus, e está capacitado pelo Espírito Santo, legitimado no direito do Espírito de Jesus, porque o mesmo Espírito age em todos, opera tudo em todos. Estamos revestidos da autoridade de Jesus - o único e suficiente mediador entre Deus e os homens. 

Já ouvi muito: "Vou tirar minha cobertura espiritual de você!". Não precisamos da sua cobertura espiritual. Qualquer um que falar em tom ameaçador, tendo a intenção que alguém seja dependente dele, e não na dependência de Jesus, está usando uma autoridade que não lhe pertence, porque pertence a Jesus. Logo, perdeu a legitimidade, usurpa o que não lhe pertence, oprime quem se levanta contra sua autoridade. Eis um déspota.
Repito: estamos debaixo da autoridade de Jesus! Estamos debaixo do mesmo Espírito Santo que ungiu Jesus.

Quanto mais autoritário o líder, mais infantilizado seu rebanho.


Graça e paz!

domingo, 21 de agosto de 2016

Vida - João 10:10

A vida em abundância que Jesus prega aqui está em tom "pastoral", pois afirma que os que vieram antes dEle eram ladrões e salteadores - roubar, matar e destruir. Jesus tem autoridade que nunca lhe fora dada para se dirigir às ovelhas. Jesus, como pastor, dá Sua vida por suas ovelhas e para suas ovelhas, para que ressuscitem e voltem a ter comunhão com o Pai. E essa vida, foi reenviada no Pentecostes, onde o Espírito Santo de Deus veio sobre as ovelhas de Cristo. 

Vida em abundância, é no dia-a-dia. Algo como transformar água em vinho, sendo a água em seu estado natural: sem sabor, sem cheiro, sem gosto e sem cor/vida. Mas Jesus, o Cristo, deu-nos tudo isso: cor (luz), cheiro (de ovelha), sabor (sal) e gosto (de vida). Tudo para que houvesse festa, pois uma ovelha foi salva, resgatada das trevas.  

Essa abundância de vida deve aparecer no dia-a-dia de cada ovelha, porque esta é a vida que deve ser vivida, viver o melhor, como o vinho feito por Jesus que foi melhor que o vinho anterior. 
Não apenas a ressurreição no fim da vida, mas durante a vida, como se fosse ressurreto todo dia. A felicidade (bem aventurados) não está apenas em quando chegarmos, mas está no caminho até chegarmos. Jesus de Nazaré nos mostra que viver ressurreto é viver desfrutando a vida plena, em Cristo, ou melhor, a Salvação, todos os dias. 

Jesus nos pastoreia através das Escrituras e por meio das pessoas que coloca em nosso caminho, tudo através do Espírito Santo. Somos apascentadores de Cristo, uns dos outros, alguns até, capacitados para esse pastoreio, cooperando com o Espírito Santo, para que todos vivam a Salvação que receberam de Cristo Jesus.
Todo o conteúdo das Escrituras e os apascentadores de Cristo são para que todas as ovelhas desfrutem a Salvação.
Viver feliz, portanto, é viver a vida de Cristo. 

Através da Bíblia, o Espírito Santo pastoreia as ovelhas de Cristo (nós) a viver feliz em cada momento, apesar do momento.
Ser salvo é um ato divino.
Viver feliz é o fruto em termos aprendido a viver, a partir desse ato divino.


NELe, que esteve entre nós para que tivéssemos vida em abundância.

Graça e paz!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Para quem entra e lê o Blog, gosto de dizer que Deus está nesse negócio. Desde 2006, quando me chamou: "Escreve tudo o que acontecer contigo", e assim tem sido. Posto as nações que entraram e leram meu Blog (até dia 16/08), e honestamente, fico muito grato, pelo privilégio e oportunidade, sabendo que a responsabilidade em escrever apenas o que Deus permite, é imensa. Prossigo para o alvo.
Estou á disposição. 
Obrigado!
Que Deus os abençoe!


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Ucrânia (só 2,2% cristãos)
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China (socialista; 33º contra cristãos)
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domingo, 7 de agosto de 2016

Ame - I Coríntios 13

As palavras do apóstolo Paulo são as mais extraordinárias, da literatura mundial, que falam sobre a compreensão do amor.
Amor não é falar muito. Muito mais que falar, em nossa língua, ou nas línguas dos anjos, em mistérios e profecias, o amor é ação.
Amor não é show, espetáculo, mover montanhas. Amor é doação - dar aos pobres e necessitados. Amor, exige comprometimento, auto-doação, entregar seu corpo para ser queimado. Ou morrer na cruz.
Amor é ação, doação e auto-doação.
Mas também é possível agir em favor do outro, sem amor. Sendo assim, amor é mais que ação, mais que doação e muto mais que auto-doação.

Outro lado desse amor é, quem ajuda, parte e reparte, e se dedica inteiramente ao outro, pensando em si mesmo, não age, não doa e nem se entrega ao outro - apenas a si mesmo. Até faz pelo outro, mas na verdade, investe em si mesmo.
Pensando em si mesmo, usa o outro como pretexto para suas expectativas de retorno dos benefícios. Doa, mas espera reconhecimento. Reparte esperando retribuição, festa, louvor. A tal 'vanglória' (ou a glória vã).

Mais ou menos assim: "Lembra aquele favor que lhe fiz?" ou "Lembra que eu te dei quando precisou?" ou "É assim que me paga por tudo o que eu fiz por você?" ou "Dediquei a minha vida a este ministério e é isso que recebo?". Enfim.
Algumas perguntas relatam um pseudo-amor, e é quando a ação, a doação, e a auto-doação, ficaram reféns do amor exclusivo a si mesmo. Então, é falso amor.

Para sair dessa vala comum, desse embaraço, é necessário dar um passo a mais, ir além da ação, doação e auto-doação, e acrescentar a expressão de santo Agostinho: 'amar é não pensar em si mesmo'.

Amor é abnegação.
Quem não se esquece de si mesmo, não é capaz de amar.
Quem não morre, não ama.



Graça e paz!

sábado, 6 de agosto de 2016

Estrelas milionárias, igrejas miseráveis - Mateus 10:8

Business. Infelizmente, a igreja virou business. Que o deus deste século não cegue nosso entendimento. Nesta igreja "de mercado", o objetivo é o mesmo das corporações: lucro. Logo, existimos por ele, para ele e para a glória dele. No mundo, existem os investidores, prestadores de serviço, e na igreja, as estrelas do show business. Se há estrelas, só pode ser noite/trevas. E se a estrela de alguém está brilhando, a estrela da manhã não tem lugar.

Quando não era convertido, o que mais chamava minha atenção era a dedicação á obra de Deus, sem nenhum interesse. A devoção, a graça e a entrega das pessoas que viviam o Evangelho e adoravam a Deus, era impressionante. E não queriam nada em troca, e Deus também não deixava nada faltar. Adoravam, sem pensar em dinheiro. Pregavam porque amavam o Evangelho e cantavam porque eram adoradores. nada além disso. Mas há um hiato do que acabei de escrever e o que acontece hoje em dia.

Como se tratam de artistas, é assim: "Quanto é o seu cachê?" ou "Quanto você cobra para pregar?" ou " E para cantar e tocar, quanto cobra?". Isso não deveria acontecer em nosso meio. Há pessoas que escolhem onde irão pregar/cantar de acordo com quanto pagam. Pagar 10 mil para pregar? 60 mil para tocar e cantar? Isso não deveria acontecer em nosso meio, há pessoas que escolhem onde irão pregar/cantar de acordo com o quanto pagam. Pagar 10 mil para pregar? 60 mil para tocar/cantar?
- "Magnata", ora vem Senhor Jesus! (como diz o pr.Neil)

Porém, quem formou esses mercenários?
Quem aplaudiu essas pessoas?
Se é a própria igreja que cria esses estereótipos, onde está o posicionamento da (verdadeira) igreja nestas épocas de igreja miserável? São os mesmos que, possivelmente, acusam essas pessoas de "mercenários". Respeito muito pastores que vão pregar muito longe para alcançar vidas, á mercê da sorte de hotéis, em não terem almoço ou com passagem no pior horário porque é mais barato. Mas o cachê do cantor é $10 mil.
Este é o fruto de uma igreja miserável.

Tenho a sensação de que este "mercenário" (adjetivo; que trabalha ou serve por um preço; age ou trabalha por interesse financeiro ou vantagens materiais), não começou como mercenário. Deve sim, ter passado maus bocados, e de tanto aperto, perdeu o rumo, se desviou do caminho e olhou para o homem. Viu que essa igreja miserável não sustentava seus profetas, e de tanta necessidade, passando fome, cansou. Cobrou. Percebeu que pagaram. Aumentou, e pagaram. Porta larga.

A igreja miserável gera o sacerdote que merece.
Só há quem ofereça o show-business, rosa ungida, meia ungida, óleo ungido no avião (mais perto do céu=mais unção), água do rio Jordão, caneta ungida, e outros, é porque há quem busque o que oferecem. Se há venda de indulgências, é porque há demanda. Quem procura tais igrejas é porque buscam o que é oferecido. Que Deus tenha misericórdia.

Graça e paz, da parte de nosso Senhor Jesus Cristo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O pobre e o rico - Provérbios 28:11



O pregador não tem poder, mas tem o título de "pastor". Ou a "carteirada", como dizem. Alguns são o "porteiro João", a "costureira Márcia", o "pedreiro Francisco" ou o "contador Benedito". Mas o título, no caso citado, "pastor", tem poder.
Senão, os chamamos: "pastor Francisco", a "obreira Márcia", o "apóstolo João", o "presbítero Benedito". Usam títulos que desumanizam e retiram do homem sua simplicidade, como cidadão, gente, filhos de Deus á Sua imagem e semelhança, para terem um status que tem mais a ver com a relação de poder, que a relação do "ser servo".
Poder, dinheiro e relações na estrutura das igrejas.
Desconfio apenas que, a soma dos salários nas igrejas é superior á 50% da média salarial, dos membros da igreja - entende essa relação? E isso tem mais a ver com iniquidade, por que o contrário disso seria equidade, algo que Deus ordena em Sua Palavra.

Descriminados e descriminadores, ricos e pobres. Em contato com alguns ricos, percebi que ficam chateados nas igrejas por não serem tratados segundo sua natureza humana, como qualquer outro. Deveriam, mas não são tratados da mesma forma, e sim, tratados segundo o dão ou o que doam. Se chateiam por não serem reconhecidos como imagem e semelhança de Deus. E a tristeza do pobre é a mesma: são tratados pelo dão e doam, jamais por serem imagem e semelhança de Deus. A diferença fica exatamente onde não poderia: um vive muito bem, o outro, muito mal. A vida é muito mais que isso.

Que não caiamos na esparrela de pensar como um fariseu, achando que quem deu mais, foi quem levou um saco de dinheiro, e não a pobre viúva, que deu tudo o que tinha. 


A igreja está formando e mantendo mercenários, o que causa morte espiritual entre ricos e pobres. 

Digo, porém, que o Evangelho (aquele, q não se fala tanto) diz que o rico venha com sua insignificância e o pobre com sua dignidade. O rico é reconhecido pelo cifrão que carrega, visto por todos, mas no Evangelho somos reconhecidos pela dignidade de Jesus Cristo. E se, o capitalismo propõe q você só é gente se possuir coisas, e o socialismo diz que você só será gente quando possuir coisas, o Evangelho de Jesus Cristo diz que somos imagem e semelhança de Deus, o filho amado em quem o Pai tem prazer. Quando você vem para o Evangelho, descobre a graça de Deus, o amor de Jesus Cristo e as consolações do Espírito Santo, percebe que tudo isso é esterco. Pronto. Entendemos que não somos nada.
Se quando descobrimos o Evangelho vemos que não somos “nada” (ou esterco), porque cobrar? Fica sem sentido, uma vez que ferimos um princípio da Palavra de Deus: “dai de graça o que recebeis de graça” (Mt 10:8). E pior, só cobram porque tem quem pague. 

Se há business, já não é mais Evangelho.
Evangelho não faz querer um hotel  5 estrelas, mas o céu forrado de estrelas. Sim, precisamos de dinheiro para sobreviver, “mas tu, homem de Deus, foge dessas coisas, apega-te á piedade” (I Timóteo 6:11). Não é pecado ser rico, mas quem busca riqueza cairá em grandes tentações. E sabemos quem é o tentador. Mas saiba que, se há acúmulo de bens, alguém está deixando de ter está tirando de alguém, porque Deus é justo – em Sua natureza. Daí o dividir para multiplicar (mas isso é outra história). O nosso excesso, a nossa sobra, tira o direito de alguém em se beneficiar das coisas que Deus nos deu. Pense nisso.


Graça e paz!