Ser uma igreja para quem não gosta de igreja e ser uma igreja para pessoas de quem a igreja não gosta. Estabelecer a visão e missão, levando o Evangelho, priorizando relacionamentos, envolvendo todos no templo, num culto á Deus. Tudo isso é se posicionar além da religião e da caricatura religiosa atual.
Fica claro que a igreja de Atos era uma igreja para pessoas que não gostavam de igreja. Porque ela saiu dos limites religiosos, pela experiência que tiveram com Jesus, e essa experiência foi tão transformadora que a religião, se tornou secundária. Graças á Deus!
Aqueles que tiveram experiência com Jesus logo abandonam o culto ao "eu", param de conjugar a 1ª pessoa do singular e seu pronome possessivo ("eu, meu"), como propriedade privada, centrado em si mesmo, egocêntrica, e logo passam a enxergar além de si mesmos - os sofrimentos alheios (Atos 4:32-47). A experiência com Jesus permite olharmos para o próximo e nos ver, afinal as dores e dificuldades são as mesmas. Inclusive o pecado.
Certa vez, perguntaram e respondi: "Olha, eu não tenho resposta para isso. Vamos ler mais a Palavra de Deus, meditar, e esperemos no Senhor, para que revele a nós. Eu mesmo, não sei dizer o porquê disso". Simples assim. Estou esperando que essa pessoa pense que, assim como ele, eu também não sei. Ele poderia até pensar: "Esse cara não sabe nada!", mas não tem problema, pois o que gostaria que entendesse é que, eu não sei, mas Deus sabe. Eu não posso, mas Deus pode. Eu não consigo, mas Deus consegue.
O pecado entrou na humanidade através de um só homem, e a justiça foi feita com a cruz de Cristo, já que alcança toda a humanidade. Sendo membros de um corpo, não deveria existir "eu", "meu", "para mim", pois o Pai é nosso, perdoa nosso pecado, o pão é nosso. Irmanados pelo sofrimento, temos que ser um, assim como Cristo é um no Pai, e o Pai é nEle.
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Já vivi muitas histórias, covardia ou oportunidade, e hoje sei o que é chorar com os que choram e sorrir com os que sorriem, mesmo que uns ou outros me critiquem por isso. Se fosse num Império, poderíamos viver o "eu, meu, para mim", mas no Reino de Deus, tudo é "nosso". lembrando que a diferença de Império e Reino, é que este último, há um rei e seus súditos, soberano, onde servos decidiram obedecer. Já no Império, são castas hierárquicas, poder e trevas, potestades e principados, onde o poder manda, e o escravo obedece (http://marcioneves67.blogspot.com.br/2012/07/o-escravo-nao-fica-pra-sempre-na.html).
Em Atos 2, ninguém considerava propriamente seu. Os apóstolos distribuíam as coisas segundo as necessidades das pessoas. Somos fiéis depositários das coisas de Deus. Gostaria de dizer que, aquilo que você chama de "seu", não é senão de Deus. Está sim, aos seus cuidados para administrar, abençoar o maior número de pessoas. No Cristo ressurreto não há espaço para mesquinharia: o que é meu é seu! Nem pão, nem abraço, nem afeto, nem remédio, nem teto, porque somos irmãos através de Cristo, tendo o mesmo Pai.
Quem já teve experiência com Jesus, muda seu reino do "eu" para o reino de Deus. Habitam na liberdade hoje. A terra foi criada por Deus. Ananias e Safira venderam, retiveram dinheiro e enganaram. Como se disséssemos á eles: "Ô, Ananias, em Cristo, você não era obrigado a vender coisa alguma. Porque quis passar por boa pessoa?". Eis a liberdade que Deus nos dá. Se quiser, vende. Se não quiser, não vende. Se quiser vir, vem. Se não quiser, não vem. Simples assim.
A comunidade que Jesus Cristo semeou e nos deixou é de amor. As pessoas estão ligadas pelo coração. Um pastor querido diz: "Pessoas não seguem ideias. Pessoas seguem pessoas". Ligadas pelo entendimento, no sentimento, só houve a Igreja Primitiva porque houve uma mudança dentro daquelas pessoas, não havendo necessidade em dizer a ninguém o que fazer. Há apenas o desejo imparável de fazer o bem, querer o melhor para o outro. Observe que não há desejo algum de converter ninguém a esta igreja - porque ela serve! Ela é um presente, presente, que serve, que se doa, que ama. Querer que o outro tenha e receba o que você tem e recebeu, e claro, o transformou.
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O engano está quando as pessoas perguntam quanto tem que dar de dízimo (bruto ou líquido?), quando começam a contar quanto é 70x7 (=490). Isso é estar no engano. È o mesmo que perguntar quantas vezes posso transgredir sem Deus ficar muito bravo. Ou qual o mínimo que tenho que dar para que Deus me abençoe. Ou o dízimo do líquido fará com que eu perca minha benção? Este é o caminho dos fariseus que se perderam na sua arrogância. Podemos nos tornar as pessoas que desejam doar sim, mas por medo, não por amor. E essas pessoas são as principais vítimas, porque ouvem que o "dízimo tem que ser do bruto!" (mais polpudo), doam por medo, porque senão correm o risco de perder o emprego, ou o gafanhoto levar seu dinheiro, destruir sua casa, ou se não der na igreja vai gastar na farmácia.
Se chegou nesse ponto, irmão, passou já do afeto ou amor. Nesse ponto, as pessoas estão administrando sua relação com Deus, perdeu-se o 1º amor, não sabe como voltar do ponto em que caiu, porque perdeu o 1º amor e está na confiança do amor de Deus, não no amor dele mesmo. Se não confia mais no seu amor por Deus, perdeu-se a confiança neste relacionamento, se doa, mas com reservas, sabe que é o limite. Não tem mais onde ir.
O contraponto do que vivemos hoje em dia é que, a comunidade do Cristo ressurreto tem um encontro com Jesus, e nem pergunta, esta comunidade se dá, livremente e sem reservas. Quem vive nela, não mente. Ananias mentiu, sem necessidade, ao Espírito Santo. Pensou que com seu dinheiro, assim como um maçom, pudesse comprar uma vaga. Se alguém mente para Deus, não entendeu quem é Jesus, o Cristo, nem o que é o Evangelho, pois ainda está no reino do "eu".
Quem tem intimidade não forja, não mente. Também não quero dizer que irá abrir as portas da sua casa, da conta do banco, para que outros sintam-se á vontade para invadir o espaço de nossa intimidade. Isso requer muito amor, quebrantamento, convivência, que vem do alto, jamais do homem. Verdades sempre devem ser ditas em amor.
Importante: ao olhar para o outro, vemos Cristo. Assim, antes dele de relacionar comigo, esta pessoa se relaciona com Deus. Viver em temor do Altíssimo. Pessoas que tem um encontro com Cristo, preocupam-se em viver com Deus, pois ouvem a voz do Espírito Santo - jamais do inimigo.
"Ananias, como permitiu que satanás enchesse seu coração?" - Não se trata de ouvir o diabo e contrariar a Deus. Mas há transformação em Cristo Jesus!
A pessoa tem que querer.
Na comunidade do Cristo ressurreto tem discernimento espiritual.
Que o amor de Deus, o Pai; Graça de Cristo Jesus, e as consolações benditas do Espírito Santo, sejam para com todos os que leem esse texto, em nome de Jesus Cristo!
Sejamos uma comunidade em Cristo.
Feliz Natal á todos!
Hoje em dia, ser "evangélico", não necessariamente se é um praticante. Nos comparamos aos católicos (com muito respeito) pois muitos dizem ser "não praticantes". Mas como ser um cristão, seguidor de Cristo, fazer obras maiores que o próprio Cristo nos disse que seria possível e não ser praticante do Evangelho do próprio Jesus Cristo?
Não faz sentido.
Cada vez menos temos relação com o que foi a Reforma Protestante - e é só por este rompimento com a igreja vigente, amados, temos acesso à Bíblia.
Quantos querem continuar a ser o que está sendo proposto hoje em dia? Sermos fariseus? Onde tudo o que a igreja pós-moderna enxerga é a ação demoníaca sobre todos os males? E quantos, honestamente, de coração, querem voltar para Cristo, para as Boas Novas, ao Evangelho de Jesus e tudo o que Ele ensinou?
Voltemos a ser adoradores, pois são estes que o Pai procura, e não - ouçam quem tem ouvidos ao que o Espírito diz à Sua igreja - "profissionais da fé"!
Voltemos ao Caminho, á Verdade e á Vida, pois isto é uma pessoa e não doutrinas ou tradições, tentando dissecar Deus. Estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionamento intenso com esta pessoa: Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo. Quero a espiritualidade que se manifesta no caráter, na moral e na ética.
Voltemos à centralidade da cruz, onde tudo, tudo, foi consumado.
Voltemos á compreensão de que fomos achados, e não que "eu aceitei Jesus".
Voltemos às orações e jejuns, á rasgar não só as vestes (exterior) mas rasgar o coração, quebrantado, fruto da paixão pelo Ser amado, não como moeda de troca ou obrigação.
Voltemos ao amor, convicção de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como a nós mesmos - afinal, só amando a mim mesmo, conseguirei amar o outro.
Voltemos aos irmãos, não como conhecidos da igreja de fim de semana, mas como membros do mesmo corpo (de Cristo), num relacionamento parecido com de um bebê com quem o alimenta, em profundo amor e dependência, guardar o meu irmão quando Deus me questionar onde ele está, e jamais seu juiz.
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Voltemos ao amor que esquenta no frio, assiste na dor, é chuva abundante na seca, sacia a sede, alimenta na fome, divide para multiplicar, e jamais usa "eu", "meu", mas sempre usa "nosso(a)".
Voltemos a ser "servos", todos os títulos na igreja se resumem num só: Sacerdote. Então, paremos de usar "bispo", "pastor", "reverendo", "apóstolo". Servos uns dos outros, numa reunião dos santos da igreja, para confirmarmos Mt 18:20.
Voltemos ao culto direcionado ao povo necessitado, chega de show gospel!
Voltemos à função dos presbíteros e diáconos (sei de muitos que nem sabem o que fazem lá), para que cuidem da ministração da Palavra, de uma vida em oração, consagrada, para que ninguém tenha necessidade, seja material ou espiritual. Chega de projetos, chega de ministérios estéreis, fechados em si mesmos, onde o líder nada tem a oferecer, nem conhecimento teológico, fazendo do povo que quer servir, massa de manobra, jogando ministério contra ministério.
Voltemos ao "instruí-vos uns aos outros" (Cl 3:16). Hoje em dia, isso seria impossível dada a diversidade de heresias difundidas pelos líderes de igrejas e pela falta de conhecimento do povo de Deus.
Há tempos, houve pressão por crescimento de igreja. "Quantos membros?", era a pergunta para saber se a igreja era rica ou pobre. Jesus nos ordenou a ser uma igreja que fosse luz: "Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5:16). Não nos ordenou a crescer, enquanto igreja. Nem ter rádio, Tv, jornal, etc.
Voltemos a anunciar as Boas Novas com a nossa vida, com nosso exemplo, serviço e palavras. Quem dava o crescimento à igreja era o Espírito Santo que "acrescentava dia a dia os que haverão de ser salvos" (At 2:47).
Graça e paz!