Substituição e acumulação. É nosso modus vivendi, é a nossa sociedade, ou a Babilônia. Em Apocalipse 18 Deus julga a Babilônia, que é foi um grande comércio, vendendo desde tecidos finos, ouro, ervas, madeira, e até corpos e almas humanas. Um grande mercado. São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York, Itatiba, são grandes Babilônias - pode-se comprar o que quiser, quando e onde quiser. Nelson Rodrigues dizia que dinheiro compra até amor verdadeiro. Quem inventou isso foi Lúcifer, que entendeu que felicidade é não ter desejo sem realização, que feliz é o ego que não passa vontade, quando tem vontade, corre e a satisfaz, feliz é quem não espera. Tomo posse, me satisfaz e não passo vontade.
Mateus 4: "Jesus, você está com fome? Transforma essas pedras em pão... não é você o Filho de Deus?"; "Auto-imagem abalada, sozinho? Pula do Pináculo, vai aparecer em todas os jornais e TVs. Será adorado e aplaudido"; "Tem vontade ou desejo que brilha na vitrine? Não passe vontade, eu te dou tudo! Você pode ter tudo o que você quiser, você afinal, é o Filho de Deus!"
Os livros de auto-ajuda tinham que ter prefácio de Lúcifer, pois promete felicidade, solução para tudo, que não pode passar necessidade, pois você é Filho do Rei, não é mesmo?
O Pai é amor. O Filho não fala de felicidade, e o caminho do Filho de Deus é amor. Porque o caminho do egocentrismo (só eu!), é o caminho de Lúcifer. E isso gera toda a competição citada acima. Jesus sabe que todos somos um, se estamos em Cristo, ele está no Pai. O irmão é um pedação de mim que está fora de mim.
"Onde está o seu irmão?" (Gênesis 4:9)
Você pode responder "Sou eu guardador do meu irmão!", como Caim, ou responder: "Está aqui, Senhor, comigo, junto e misturado!".
Temos que ser um, nenhum homem é uma ilha. Há muitos homens que estão "fora". enquanto não der pão a quem tem fome, posso comer muito pão, mas nunca estarei satisfeito. enquanto houver alguém sem pão, roupa, preso, sem festa, com sede e fome. Enquanto do outro lado da minha janela tiver alguém com fome, uma parte de mim não estará satisfeita, terá fome.
Isso é amor e não cabe em si.
Quanto mais esqueço de mim mais bem-aventurado sou. Porque assim, estaremos mais perto de Deus. Nada faltará porque Ele é meu pastor, porque se Ele não deu, eu não preciso, e se Ele me deu, eu distribuo, porque não é meu, só administro.
Em Cristo, que se humilhou perante o Senhor, nos deu o exemplo, e ao seu tempo, foi exaltado.
O mundo hoje está em guerra, não apenas o ocidente e oriente, cristianismo e muçulmanos, católicos e protestantes, petróleo, partidos políticos ou pretos e brancos. Há uma violência geral. E numa instância menor, uma violência dentro de casa: pedofilia, casais que não querem se entender, competição, egoísmo, altivez, desamor, como tivéssemos adversários.
A força motriz: inveja e cobiça.
Desejamos e invejamos o que não somos nem temos, queremos e não temos a plenitude, a felicidade. Olhamos para pessoas, a qual elegemos como pessoas felizes, que tem a "cara" de felicidade, são populares, admiradas, devem ser feliz. E isso é inconsciente, profundo e inconfessável.
Gostaríamos de ser e ocupar o lugar delas. Não podemos. Então, compramos o que elas tem para nos parecer com elas (e nos fazer passar por 'pessoas felizes'): roupa, smartphone, carro, frequentar bares e restaurantes, o emprego, o salário, morar no mesmo bairro. Desejamos por imitação. Só que isso é o exterior.
Hoje há menos restaurantes finos que pessoas aguardando para entrar. Esse ambiente é para poucos. Há menos sandálias que pés aguardando para usá-los. E corremos para comprar o que não precisamos, ser aquilo que não somos, pagar com o que não temos, para mostrar para quem não gostamos, aquilo que não somos.
E nessa "corrida" pelo emprego, pelo smartphone, creme renew, bolsas e sandálias, damos soco, pontapé, soco no olho, cascudão, cotovelada, rasteira e uma voadora no próximo, puxamos seu tapete, corrompemos, damos gorgeta, falamos mal pelas costas, matamos espiritualmente, puxamos o saco, ou seja, chegar primeiro passando por cima dos outros, competindo entre nós torna-se válido para sermos quem queremos ser, sem nunca ter sido. Brigamos sem ninguém saber o porquê dessa briga. A busca por felicidade nos faz entrar em competição.
Todos tem acesso aos privilégios - cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, prestações. Somos essa parcela da sociedade que vive a tentação em ceder ao discurso daqueles que dizem saber o que precisamos para sermos bem sucedidos. Tanta violência vem da inveja e da cobiça. Desejamos, competindo por aquilo que as pessoas tem, e nós não, trazendo o mundo para dentro de nossas vidas.
O texto de Tiago 1: 4-6, falou disso, há quase 2 mil anos.
O caminho onde a sociedade, individualista e consumista, vive pela acumulação. Isso é pensar na minha felicidade - "tenho direitos, não?".
Mas, isso trará felicidade á você? O que tem nas lojas e sites para você comprar trará felicidade? Matará sua fome? Vai substituindo, de tempos em tempos, uma coisa pela outra. Um curso, um celular, uma carreira, um dinheiro, uma sandália, uma TV, e até pessoas.
(leia a continuação)
Assim como nós, que saímos para pregar o Evangelho, ouvimos o chamado do "ide" ("eis-me aqui" ou "usa-me"), estamos não só adorando, mas servindo.
Não é "melhor", é apenas "maduro", mais profundo. Pois as pessoas como Marta, continuam a adorar ao Senhor, sabedor que um adorador é aquele que adora a Deus, em espírito e em verdade e nesse espírito vamos produzir, semear e colher, pregar o Evangelho em tempo e fora de tempo. Entendo que Jesus disse para Marta que há tempo para tudo.
Se alguém adora a Cristo, é porque o reconhece como Deus. Hoje, sabemos quem é Jesus - Marta e Maria ainda não haviam visto Jesus ressuscitar. Sabemos que o Espírito Santo já foi derramado sobre toda a carne (Romanos 5:5), e todos sabem quem é Deus (até os ímpios). Portanto, quando saímos para "servir" o próximo, amando-o, é com a direção do Espírito Santo. O excesso de serviço também causa males e dor, mas antecipo que a obra de Deus não é pesada a ninguém.
Deus vem em primeiro lugar, depois a família e depois o trabalho. Digo isso baseado no que Marta fez aqui.
A ansiedade é o medo do futuro e deixa o rosto abatido. Porém, o coração alegre aformoseia o rosto (Provérbios15:13), e Marta servia com seu coração.
Ao lermos essa história, sempre ouvi e vi Marta de modo negativo e Maria de modo positivo. Marta, no entanto, se colocou á frente para servir. Maria, se omitiu em servir, e só achegou quando tudo estava pronto. Assim como Marta, devemos servir, demonstrar que a oportunidade de mostrar nosso carinho e gratidão por quem nos dá o privilégio em tê-los como companhia.
Maria escolheu a melhor parte, Jesus. Isso é amar a Deus sobre todas as coisas.
E Marta escolheu servir, com o melhor que podia. E isso é amor ao próximo como a ti mesmo.
Como eu disse no início, aprendemos em dobro nesse texto.
Em Cristo, onde o fim da lei é toda a graça.
Marta e Maria nos oferecem um aprendizado duplo. Criadas em Betânia, irmãs de Lázaro, amigo do Senhor Jesus. Em suas personalidades diferentes, amavam a Jesus.
Muito se fala de Maria pois "escolheu a melhor parte" (Lucas 10:42), pois ficou ao lado de Jesus, enquanto Marta se preocupou com o jantar e arrumação da casa, estava inquieta com o trabalho sem ajuda. Essa é uma qualidade rara na mulheres modernas, ser hospitaleira, receber bem, com amor e alegria (I Pedro 4:9).
Você pode até pensar que Jesus a censurou, e o fez mesmo, mas criticou o "excesso" de serviço, não o servir. Marta já pertencia ao Senhor Jesus.
Apesar de Marta ter reclamado enquanto fazia tudo sozinha (Lucas 10:40), não podemos desviar nosso olhar do zelo e amor com que fazia o jantar e preparava a casa, para a vinda de Jesus. Assim como nós, servos do Senhor, aguardamos a sua volta. E quem, senão Marta, faria o jantar e prepararia a casa para a visita de Jesus? É necessário organização para dar prioridade ao que é urgente e o que é imprescindível. Afinal, não podemos fazer a obra de Deus relaxadamente, quem relaxa é irmão do que destrói (Provérbios 18:9). Ninguém pode dizer que ela não amava a Jesus pois além de também escolher a melhor parte, optou em "servir". Maria, no entanto, só o adorava. Comparo Maria aos que se sentem confortáveis na igreja, sempre no mesmo lugar, no mesmo horário, e louvam, choram, são 'crentes' na igreja. Mas, "servem" a quem? Deixam do seu tempo para "servir" o próximo? Cedem espaço em suas vidas? Aqui a crítica é ao excesso de serviço, que se torna um fardo pesado.
Porque Marta, somos nós, trabalhadores da vinha onde os campos estão brancos. Quando Jesus a repreende é no sentido de "esteja comigo, assim como sua irmã, pois amanhã não estarei mais entre vocês".
A maneira de Marta demonstrar seu carinho e amor por Jesus era servindo, trabalhando, suprindo a necessidade alheia, que fazia de todo coração. Marta adorou o Senhor e após isso, queria servir. E apesar de não gostar de comparações, é a diferença de Maria, que assim como muitos, continuam adorando, adorando e adorando, mas esquecem que Deus quer que saiamos do leitinho e comecemos a comer alimento sólido, ou seja, amadureçamos.
E isso, nada tem a ver com deixar de adorar, mas acrescentar o servir.
Vejo isso no "servir" de Marta. Maria adorava apenas. E fico muito tranquilo para dizer isso, pois há chamados diferentes para nós.
(leia a continuação)
O texto de Isaías 61:1-3 foi lido por Jesus ao voltar para Nazaré, com as pessoas com quem cresceu, que já o conheciam, meio que se apresentando como o Filho de Deus e seu ministério. ao ler, apresentou á Israel o Messias, e neste dia, se cumpriu a Palavra que dizia que o Espírito do Senhor estava sobre Ele.
Mas porque Jesus precisava da interferência e capacitação do Espírito Santo? A resposta está em Filipenses 2:5-8 e nos exorta a buscar o mesmo que Jesus buscou: Não ser igual a Deus, esvaziou-se e assumiu a forma de servo, se tornando homem, e se humilhando, obediente, morrendo na cruz. Isso é desapego e obediência.
Apesar de ser o Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade, desfez-se da Sua glória, não exigiu ser o Rei dos reis, e ao desapegar-se, assume a forma de servo, mostrando como um homem, como eu e você, devemos ser.
Ainda assim, porque Jesus precisaria do Espírito Santo? Para cumprir toda a profecia de Isaías 61:1-3 (leia!) e vencer a morte, pois nada do que foi profetizado poderia ser feito. Como homens, esse é o mal irremediável, a morte. Mas Ele ressuscitou, e essa é a diferença, venceu a morte, triunfou sobre a morte e a venceu para sempre. Para isso Ele foi ungido, para morrer e ressuscitar, herdar um corpo que jamais experimentará a morte outra vez.
Nascer de uma virgem e habitar num corpo mortal, precisaria do Espírito Santo (lembrando que o Espírito Santo foi derramado sobre toda carne em Atos) porque o Senhor da vida, eterno, agora vive num corpo que pode adoecer, onde a vida e o corpo carrega o resultado da queda humana (Gênesis 2:17), o que dignifica ainda mais o sacrifício feito de uma só vez e para sempre exaltado. Por habitar num corpo que padece para nos mostrar que "sim, é possível não pecar enquanto homem", o Senhor precisa do Espírito Santo.
(leia a continuação)
Jesus suportou graças ao Espírito Santo que estava com Ele, pois não foi a tentação em si, mas o seu corpo que pedia ajuda, era fome e sede, cansaço, carência gerada. Algo que nunca experimentaremos. Como Jesus resistiu?
- "O Espírito Santo está sobre mim" (Isaías 61:1), essa é a resposta. Toda a resistência vinha do Espírito Santo. Jesus abriu mão das prerrogativas divinas e habitou num corpo humano experimentando as dores e a morte. Isaías 53 descreve Jesus como "homem de dores...fomos sarados (procurar).
Vemos por aí um Jesus demonstrado como super-herói, intocável, galã, dando autógrafo. engano, Ele era comum. Tão comum a ponto de seu traidor Judas ter que identificá-lo com um beijo, caso contrário, não saberiam quem era em meio aos discípulos. Em Hebreus 5:7,8 mostra um Jesus humano, sofrendo e chorando como um homem. Mostra um Jesus não querendo ir para a cruz. A oração de Jesus era para que morresse em missão pelos nossos pecados, não pelos dEle. Nosso corpo mortal cobra, o tempo todo.
Estamos sendo reconstruídos pelo Pai, através de Cristo. O Espírito do Senhor está sobre mim, Ele me capacita, posso vencer as demandas do meu corpo. Aliás, a vitória não é não sofrer, mas não ser derrotado pelo sofrimento. Agora estou num estado de obediência e humilhação sob a mão de Deus, me capacitando na missão que recebi, pois o Espírito do Senhor está sobre mim.
Se eu levantar, estou com Jesus.
Se não levantar, Jesus está comigo.
Para todas as perguntas a resposta é sempre a mesma: O Espírito do Senhor está sobre mim, e diante disso, todas as coisas serão capacitadas em você, para que se cumpra o que Deus quer que você faça. Portanto, não se omita, pegue no arado. Os campos estão brancos. Lembre que nem Jesus de Nazaré conseguiria sem o Espírito do Senhor sobre Ele.
A missão é ser pai como Jesus seria. Não serei sem o Espírito do Senhor. A missão é ser filho como Jesus seria. Não serei sem o Espírito do Senhor. A missão é ser cônjuge como Jesus seria. Não serei sem o Espírito do Senhor. Minha missão é ser vizinho como Jesus seria. Não serei sem o Espírito do Senhor. Minha missão é ser agente de Cristo em todos os lugares onde for. Caso contrário, serei derrotado pela vaidade, orgulho, altivez de espírito. Preciso entender o Espírito do Senhor sobre mim.
Que eu viva como o Senhor Jesus quer que eu viva, que eu leve o amor, o perdão, o bom conselho, o caminho, a vida, correção, para que através do Espírito Santo, haja arrependimento.
Não vou resolver minha própria vida, mas a vida do outro que talvez nem conheça a Deus. Sonda-nos, Senhor. E veja se há algum caminho mau.
Amém.