segunda-feira, 8 de julho de 2013

Quem tem ouvidos que ouça (pte.3)

I Timóteo 1: 8,9 

Quando Paulo escreve: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé" (II Timóteo 4:7), é o momento em que mais está sozinho. Sem discípulos, amigos o traíram, sem família. O que ele tinha era fé. Ou seja, nada que tenha acontecido, das milhares de ovelhas que batizara, dos abandonos, nenhuma ingratidão, nada roubou a fé no Deus da minha vida, daquEle que me salvou. Até o fim, diz Paulo, vou cumprir minha missão.
Isso é Evangelho.
Um Evangelho que não precisa que dê certo o tempo todo. Que sejamos vitoriosos, sim. Mas que essa vitória não dependa de vencer aqui, neste mundo. Uma vitória que me capacita, pela fé, caso meu sonho não se realize ou o fracasso me alcance ou a doença abata meu corpo.
Hoje, só somos vistos como vitoriosos, se tiver prosperidade. Isso é uma praga que se alastra pelo Brasil. Ao nosso lado, há alguém que te olha de cima a baixo, para ver suas roupas, seu relógio, se dá o dízimo, qual é o seu carro, onde mora, etc. Simplesmente, para saber se você é mesmo abençoado. Meu Deus...
Conheço um pastor que confessou que sua esposa acredita que a empresa que possuem e seu dinheiro, são a prova de que Deus está com eles, e a prosperidade é por serem "abençoados". E esse pastor, teme por isso. 

Temos que viver um Evangelho que independa de resultados. Como? Se dói um dente e murmuramos? Se alguém faz uma fofoca sobre mim, me abato? Se nada saiu como planejei, tenho raiva de Deus? Precisamos nos converter. Precisamos da Graça. Precisamos amadurecer.
Esse é o evangelho que precisa ver para crer, se não acontecer, é porque Deus não está agindo. 

O conselho de Paulo para Timóteo foi que alguém que vive um Evangelho verdadeiro "não esquece de suas origens". 
Porque essa fé habitou primeiro, na sua avó e depois na sua mãe. Jesus fora crucificado 60 anos atrás e seu ministério  durou 3 anos. Uma soma rápida: Timóteo tinha 25 anos, sua mãe, uns 45 anos, e sua avó, uns 65 anos. Então, a avó de Timóteo se converteu a Jesus, ainda no início de seu ministério. Onde passou para a mãe, e depois, para Timóteo.Os ensinos da avó e da mãe foram presenciais, foram através do exemplo, pois não havia Bíblia. 

Não se esqueça das suas origens. Siga para o futuro, mas não menospreze o seu passado. 
Não permita que a ingratidão te alcance, não esqueça quem plantou a semente da fé e da salvação. Porque muitos crentes ficam pelo caminho. Reféns da circunstâncias, um dia ama Jesus, no outro não quer saber de Deus. São os modismos eclesiásticos, bandeira de Israel, oração no monte, igreja do fogo puro, etc. E esses extravagantes são sempre os pisados, são sal que não salgam, não dão gosto algum. Ou joga-se fora ou é pisado.
Quando alguém discorda é porque "está fora da visão!". 

Pessoas entram na igreja como uma manada. E saem, pela porta dos fundos da igreja, como uma manada, maior ainda.
Crentes que envelhecem mas não amadurecem.
Se transformam em pessoas amargas e infelizes, que sempre tem como alvo, um culpado. E isso tudo começa quando esquecemos da nossa origem.
Não posso esquecer das pessoas que me trouxeram aos pés da cruz, usadas por Deus, a ser quem sou. Estou no caminho, na Graça. 

Não esqueça de onde você veio. O que deve ser esquecido é o pecado. Paulo, se trouxesse á memória quanta gente ele matou, a culpa o consumiria. Agora, ele não pode esquecer do homem que o pegou pelo braço enquanto estava cego, que foi recebido pelos cristãos, mesmo com medo. 

Muitos de nós não temos famílias que possamos nos orgulhar. Então não se esqueça da sua origem para que nunca mais volte a praticar o que praticaram. De onde Deus te tirou? 

Leia II Crônicas 21. E entenderá o que significa "não esquecer do sua história". 

O que dirão sobre você, quando você partir?

(leia a continuação)

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