sábado, 6 de fevereiro de 2021

Caminhar cristão (pte.1) - Mt 6.1-21


Ao reler o texto citado, pensei nesta sociedade, e como ela caminha a passos largos para o fim - Não há mais amor nem temor a Deus, as famílias são substituídas pelos valores individuais do mundo, o aborto é legalizado (mata 55 milhões de filhos, vidas já formadas no útero), as pessoas se vitimizam; Drogas cada vez mais dentro da sociedade, pais que não são mais honrados, e a amizade e a confiança não existem mais - deixa claro o modus vivendi de cada grupo social, como devem se comportar e se expressar socialmente.

Ou vive-se de um jeito (certo) ou vive-se de outro (errado). Adivinha o lado que o ser humano escolheu para viver sua vida? 

Destaco o grupo em que vivo e convivo, o cristão. Existia uma expectativa social de que, ao evangelizarmos alguém, baseado no arrependimento, esta pessoa mudaria sua rota de colisão com a morte (regeneração), e teria uma outra vida, mais que abundante, o que aponta para o testemunho pessoal de quem fez uma conversão da estrada em trevas que estava, alterando sua vida para a estrada da maravilhosa luz, através do Espírito Santo. Glória a Deus por isso.

Porém, há uma enorme discrepância entre realidade e expectativa, onde uma não corresponde, necessariamente, á outra. A sociedade hoje tem mais de 45% de cristãos convertidos a Jesus, porém, o que me assusta, é que nada mudou nesta sociedade. A corrupção continua a mesma, os pobres continuam mendigando, o Evangelho continua entre danças, gritos, dinheiro, línguas e falácias, além de paupérrimo, raso, onde trazer o camarada para a Igreja é mais importante que discipulá-lo, e a Igreja-mercado prevaleceu (http://marcioneves67.blogspot.com/2021/02/provacoes-pte1-tg-12-8.html), e nós cristãos, NÃO cumprimos o envio de Jesus! As pessoas até vão, pregam o Evangelho, mas não fazem discípulos. Me perdoem se os ofendo, mas conhecer a Bíblia, é uma coisa, "de-si-para-o-lado" é amar o próximo.

(leia a continuação)

Caminhar cristão (pte.2) - Mt 6.1-21

Missões: Já é conhecido que o brasileiro não contribui nem com o valor de 1 coca-cola (290ml) por mês! Ação social: O crente não faz mais que levar sanduíche, leite, roupa usada, tênis furado, sopão, cobertor nas madrugadas, o que sobra - mas o Pão da vida, Jesus Cristo, os mendigos não recebem - porque não há testemunho do amor de Jesus nos que se auto-intitulam "crentes". Entregar roupa ou alimentos, é ótimo para quem necessita e recebe, mas e para quem doa, acrescenta o quê? Dar do que sobra é fácil. Doar algo de si, é amor. Já ouvi que pastor dizendo que não é "personal-trainner" do evangelho para ir na casa de quem pede visita. Que Igreja é esta? O valor dos crentes de hoje está nas paredes pretas (onde não se vê o rosto do irmão ao lado), som bem alto (alguém pensa nos idosos e crianças?) com melodia pop e refrão igual a um mantra (repete até cansar), fumaça, jogo de luzes, câmeras, show - e os vendilhões se apoderaram novamente da Igreja oferecendo seus produtos - que fique claro, não tenho nada contra fazer louvores, gravar CD e vender esse material para o seu sustento, mas não aceito vender a sua presença de "artista" com cachês altíssimos(https://marcioneves67.blogspot.com/2016/08/estrelas-milionarias-igrejas-miseraveis.html). O que receberam de graça, estão negociando. Cultos, há muito tempo foram substituídos por palestras, os livros vendidos tem o mesmo teor que livros dos grandes pregadores modernos e pós-reforma, mudam apenas as palavras usadas. A liderança infelizmente não tem dado bom testemunho, oprimem o cristão vocacionado por Deus dando oportunidades para os que nem ouviram um "psiu!" de Deus, porque aquele ao qual Deus chamou detrás das malhadas, se tiver oportunidade (como Davi que não fora reconhecido nem pelo próprio pai), Deus falará através dele e ainda os ofenderá - exatamente como os Profetas fizeram e foram perseguidos. Eu fui perseguido, humilhado e deixado de lado por uma pessoa que ficou com medo das concepções e ideias (do alto!) que levei, por acreditar erroneamente ser ali o meu lugar. Quando um pastor amigo me disse: "Você errou. Levou seus sonhos, coisas que Deus deu a você, assim como José. O que você acha que os irmãos de José sentiram ao ouvir os sonhos que Deus tinha lhe dado?". A ficha caiu, ele tinha razão. Não fazer nada por interesse ou vaidade, mas por humildade, considerando outros (vocacionados!) superiores a você (Fp 2.3) já não é uma prática atual das Igrejas. Chorando, ouvi de Deus: "Segue em frente. Você viu? Então, não faça igual". Deus misericordioso!!

(leia a continuação) 

Caminhar cristão (pte.3) - Mt 6.1-21

Há tons de música certa (menores, com nona ou sustenido) para emocionar o coração de quem contribui e oferta, inclusive na hora da ministração (como se Deus precisasse de ajuda). E os jovens? A Igreja se adapta para atraí-los, e claro, agradá-los, porque senão, eles não frequentam. Alguém pode perguntar: "Mas o que isso tem demais?" Respondo: Deus é o Senhor, eu e você, os servos. Não inverta isso.

A sensação de tristeza é grande. Como deturpam a Igreja do Senhor. Tenho 15 anos de conversão e batismo, mas foi suficiente para viver a guinada da Igreja nesses tempos modernos. A Palavra de Deus precisa se cumprir, eu sei, e tudo já foi dito e escrito, mas não posso deixar de chorar por tantas almas. 

Antes, a pessoa sabia que, ao se converter a Cristo, sua vida mudaria, porque a visão e entendimento diante das circunstâncias, mudaria, por opção e escolha. Hoje, ao se batizar, o velho homem que deveria morrer continua vivo. A sociedade esperava muito de nós, cristãos - inclusive, os não crentes. Para quem os ímpios pedem oração quando necessitam? O mundo continua com seu príncipe, mas quem mudou fomos nós, a Igreja que se diz "do Senhor". Houve uma mudança interna, nós mudamos, a Igreja mudou para se adaptar ao mundo, para propor a teologia (?) da prosperidade (?), por mais pessoas nos cultos, por Igrejas-catedrais, pela influência política, pelo poder. Mas o mundo, não, ele jaz no maligno, perpetuamente. 

Partindo deste pressuposto, o que diferencia um cristão verdadeiro, genuíno, do crente confessional, é apenas a sua vida secreta. Jesus, no sermão do monte, demonstrou que existe uma religiosidade vazia, que gera morte, mas que existe também uma espiritualidade secreta, não vivida, que pode gerar vida. Estes conselhos de Jesus, infelizmente, não são praticados, e pior, estão arraigados no coração dos crentes.

(leia a continuação)

Caminhar cristão (pte.4) - Mt 6.1-21

Qualidades como coração quebrantado, ou como digo, um barro mole (pronto para ser moldado quando o oleiro quiser), diligência espiritual (obediência e discipulado, hoje não mais praticado), e abundante amor, onde o desejo de servir deveria estar intrínseco no caráter do cristão, foram esquecidos, não são mais ensinados e, daqui a um tempo, nem serão mais praticados. Pergunte a um crente, ao sair da Igreja, qual foi a Palavra ouvida. Ele nem vai lembrar.

Não há o que se gloriar, esta glória é vã, uma vez que Deus não dá a Glória dEle a ninguém (Is 42.8). Desta forma, ser um cristão e seguir o modus operandi citado, seria normal. Anormal é orar, jejuar, deixar o seu ego de lado, cantar hinos e louvores AO SENHOR, e não a si mesmo, obedecer e cumprir a Palavra de Deus, e principalmente, não fazer a sua vontade mas a vontade de Deus. O caminhar do cristão está ligado e alinhado em harmonia com a natureza de Deus. Enquanto a sua própria vontade for incentivada por satanás, saibam: enquanto fizer a sua própria vontade, não fará a vontade de Deus - a Igreja estará em apuros.

Desculpem o tom pesado, mas não quero ser aquela Igreja conhecida como "porta larga".


Que a Graça e a presença do Senhor testifique essas palavras em seu coração, em nome de Jesus!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Provações (pte.1) - Tg 1.2-8

Temos que compreender que as provações fazem parte do propósito de Deus afim de promover maturidade espiritual. A provação de Abraão (Gn 22) veio de Deus, a provação de Jó (Jó 1.6-12) veio de satanás, e a provação de José do Egito e seus irmãos (Gn 37.14-28) é oriunda dos homens. Lembre que o mundo (religioso, político, socioeconômico, etc) jaz no maligno, e cabe a nós, desviarmos do mal. E Deus monitora cada uma dessas situações visando a edificação, o caráter e a fé.

Nunca vi ninguém saltar de felicidade ou dizer que, na medida que os problemas aumentam, sua alegria transborda. As bênçãos são as coisas que nos saciam, de bem-estar. lembro do espinho na carne de Paulo, que apesar da dor e sofrimento, poupou a vida do apóstolo, pois impediu Paulo de se ensoberbecer e se afastar da presença de Deus e envergonhar o Evangelho. Muitas vezes queremos algo de Deus que, se viesse, faria com que não fôssemos mais usados para abençoar nem seria bênção na nossa vida. Livramentos são a Graça de Deus.

Habacuque (Hq 3.17-19) deixa claro que, apesar de estar de mal a pior, e não do jeito que queremos, o motivo de sua alegria continuava a ser Deus e não as bênçãos. O que dizer de Paulo na prisão? Escreveu cartas aos filipenses exortando a alegria! Suas perseguições, perdas, revezes, fome, nudez, entre outras coisas, foram consideradas presentes de Deus, não como um fardo a ser carregado - como muitos de nós diz quando não recebe aquilo que acha que merece. Se o motivo da sua alegria está somente nas bênçãos, você é instável, se nossa fé está nas bênçãos apenas, sua fé é fraca, e se nosso relacionamento com Deus é baseado nas bênçãos, sua vida será uma confusão. Fica fácil entender que nos dias atuais, as pessoas vão ao culto com o objetivo de receber as bênçãos, como se Deus fosse o gênio da lâmpada. A Igreja hoje gera o mecanismo da religião: apelam para a culpa, ou para o medo ou para a ganância. Dessa forma, a Igreja do Senhor se transformou na Igreja-mercado, ela te oferece tudo o que precisa e você compra, é só ofertar. Eu faço o sacrifício e depois recebo o que pedi.

(leia a continuação)  

Provações(pte.2) - Tg 1.2-8


É desejo de cura, de emprego, restauração familiar, da empresa, livramento, mas ninguém quer ser oferta viva no altar de Deus, cheiro suave e agradável ao Senhor, consagrado, deixando seu "eu" para viver o "nós", onde muitas vezes, o local frequentado tem a Palavra rasa, sem EBD, e só se fala em prosperidade. Quero lembrar que todos esses desejos são válidos, fazem parte da vida, mas a chuva cai sobre ímpios e cristãos. Não é pecado buscar ser abençoado segundo as promessas do Senhor, porém, erramos ao fazer deste presente (bênçãos) o nosso deus. Jesus padeceu, foi homem de dores, por fazer a vontade do Pai, e nos mostra que é possível passar pela tristeza sem ficar triste. Erramos quando as bênçãos, algo que precisamos, são o verdadeiro motivo de nossa presença nos cultos, o que substitui a genuína adoração ao Senhor - Ele é a razão da nossa presença, o fim em nosso servir e o motivo maior da nossa alegria. Mas e as bênçãos? Elas te seguirão, tenha certeza (Dt 28.2).

Quer saber o que nos mata? Quere saber o motivo do sofrimento, não para evitar fazer o que fazemos de errado, mas para tentar o alívio, sendo que, mesmo sabendo os motivos, isso te aliviará? A dor e o sofrimento nos cegam, ficamos incapazes de pensar, e saber o porquê das provações não a invalida, pois ela continua sendo verdadeira e com propósito. Posso não saber a razão, mas Deus o sabe, e isso me basta, pois é Ele quem me liberta e cura. Não vivemos á mercê da história, das circunstâncias e coincidências, somos servos de Deus, aquEle que age sobre todas as coisas, para o bem daqueles que o amam e foram chamados, de acordo com o Seu propósito (Rm 8.28).

Um dos resultados dos propósitos de Deus, via provações, é a fé aprovada. Sem fé é impossível agradar a Deus, e dessa forma, Abraão, ao ser chamado, obedeceu (Hb 11.8), e ao ser provada a sua fé, não vacilou, ofereceu seu filho Isaac (Hb 11.17). Alguém duvida que ele sofreu? Mas perseverou até o fim, e as promessas de Deus foram sobre ele, com a sua descendência, até os dias de hoje. A fé produz perseverança, vontade de continuar, jamais desistir e se prostrar. As grandes mudanças em nosso caráter foram por meio das provações - falo por experiência. O sofrimento como instrumento da Graça acaba com o nosso orgulho, arrogância, soberba e autossuficiência. Quando sou fraco é que sou forte, porque dependo de Deus. Após a queda, a nossa natureza endureceu nosso coração, e diariamente, as situações impedem de ouvir a voz de Deus. Mas, infelizmente, num leito de hospital, desempregado, situação financeira difícil, luto por alguém que amamos, dor e sofrimento, nos fazem transcender, pois é uma grandíssima oportunidade para esquecer o mundo lá fora, entronizarmos Cristo, meditarmos no Seu Evangelho, ouvirmos louvores de adoração genuínos, para que seja a oportunidade que necessitamos de ouvir a voz de Deus.

(Leia a continuação)

Provações (pte.3) - Tg 1.2-8

 

Se a dor das provações gera fruto que nos faz crescer espiritualmente e forja nosso caráter, a ausência de sabedoria e discernimento espiritual, podem anulá-los. Através da sabedoria adquirida pela dor, nos faz compreender os motivos desta provação, além de nos ensinar a resignação - aceitá-la e esperar no Senhor, com paciência. Isso contribui para sabermos que Deus é o nosso aliado. Quem tem sabedoria, aplique. Quem não tem fé suficiente, que peça, e Deus lhe concederá.

E você, como reage a estas provações? Seu comportamento influencia àqueles á sua volta, sabia? Ainda mais se for um líder no ministério, um pastor. Em meio às lágrimas, podemos ver alegria ou murmuração? Lembre de Paulo e Silas na prisão, nus, comendo alimentos jogados no buraco junto às fezes e urina, depois de serem açoitados, louvaram a Deus (At 16.19-26). Sempre imagino eles cantando: "Porque Ele vive posso crer no amanhã...". E eu choro.

Sofrimento, dor e provações, teve Jesus, que nos ensinou em situações adversas e difíceis que devemos ter sabedoria. Senão, vejamos:

- Jesus enfrentou o diabo ao ser tentado no deserto (Mt 4.1-11). Não discursou 1h30min, apenas citou as Escrituras Sagradas, a nossa única arma de ataque (Ef 6.17), a espada do Espírito contra as falácias de satanás;

- Jesus enfrentou as autoridades judaicas, o sinédrio, quando não deram valor algum ao batismo de João Batista. MAs se calaram ao ouvir a pergunta: "O batismo de João é do céu ou dos homens?" (Mt 21.23-27), pois sabiam a resposta;

- Jesus enfrentou as autoridades romanas. Herodes, Antipas e Pilatos, ignorados com o silêncio de Jesus (Lc 23.8-12 + Mt 27.12-14).

Dessa forma, só nos resta encontrar a alegria, a sabedoria e a fé para saber que Deus está no controle, e tem Seus propósitos aos seus escolhidos, além de usar as circunstâncias da vida para forjar nosso caráter cristão, com as indeléveis marcas de Cristo. Aceite com alegria!

Que o amor de Deus nos transforme, ao receber as marcas desta vida, transformando-as em marcas de Cristo, a nos preparar para a eternidade.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Buscar o trono da Graça - Hb 4.16

Não são poucas vezes que lutamos contra o pecado que se fez hábito, e nos sentimos insuficientes. Nesse momento, então, clamamos por misericórdia - o detalhe é que, se corremos para o Pai, este é o sinal de que a Graça nos alcançou, e regenerou nosso coração, porque jamais buscaríamos consolo em Deus se os nossos olhos espirituais não estivessem abertos, se não crêssemos, sabendo que Ele nos amou quando ainda éramos pecadores, e todo o querer e o realizar, vem de Deus (Fp 2.13). Portanto, acredite, ao começar a boa obra em nós, Ele a finalizará (Fp 1.6).

Nos aproximar do trono da Graça, com fé, na intenção de recebermos misericórdia e encontrarmos Graça, é o que necessitamos para nos consolar. Vejo isso com tranquilidade, pois aprendi que a Graça é concedida aos humildes, jamais aos soberbos. Os ímpios buscam em todo lugar, e ainda dizem na aflição: "Meu Deus, o Senhor é minha última esperança!". Infelizmente, alguns crentes aprenderam assim. Amplie sua visão espiritual sobre a Graça porque ela é muito mais que o tal favor imerecido, apesar de ser verdade, mas há mais coisas entre o céu e a terra do que podemos compreender. A Graça nos sustenta diante das armadilhas de satanás, e por isso, resistimos aos seus ataques. É dessa forma que a regeneração faz sentido, porque já nos aproximamos de Deus, e assim, o diabo fugirá. A Graça nos faz resistir, mesmo diante do sofrimento.

Acredito que, ao nos aproximarmos do trono da Graça, como pecadores costumazes, assumimos a Graça doada, e purificamos nosso coração. Há poucos que lamentam e pouquíssimos que choram, pois nos humilharmos diante do Pai, é ser humilde, mas saiba: Ele nos exaltará (Tg 4.6-10).

No livro de Judas, há um verso que acho interessante sobre isso: "Ele é poderoso para nos impedir de cair e nos apresentar diante da Sua glória sem mácula e com grande alegria" (Jd 24).

Apenas lembrando que a Graça é o próprio Cristo - não merecemos, mas Ele se entregou para nos salvar.


Graça e paz!