segunda-feira, 16 de julho de 2018

Customizar é fazer do meu jeito... - I Tm 2.5

Vivemos uma época de customização da fé. A saber, 'customização' significa adaptar, personalizar individualmente.
Em se tratando de fé, significa dizer que cada um adapta a fé ao seu gosto, à sua religião, traz o entendimento que consegue do Evangelho para si - e do jeito que quer.
Já dizia Santo Agostinho: "Aquele que seleciona da Bíblia aquilo que quer, e rejeita o que não quer, acredita em si, não mais na Bíblia". E ele nem imaginava o que aconteceria hoje.
Acredita em Deus? Sim.
Maria, virgem, engravidou do Espírito Santo? Não acredito.
O Papa é infalível? Não.
É á favor ou contra a pílula anticoncepcional? Sou contra.
É pecado roubar, matar, enganar? Depende, acho que não.
Então, no que acredita?
Todas as perguntas e crenças acima são pertinentes ao Evangelho do Senhor, então, qual Deus você acredita? 

A autoridade contemporânea - o "eu", o indivíduo - diz "Não, é que eu acho que...". O "eu" se sobrepõe a tudo. Algum católico que acredita na reencarnação, por exemplo. Apenas como fato, vale lembrar que o Papa Pio IX definiu reencarnação como heresia. E ouvimos: "O Papa é o Papa, eu sou eu. Eu acho que..." - ou estou enganado? Quem diz "Eu acho" não fala como quem tem conhecimento (estudou, pesquisou, vivenciou) e teve experiências, dogmático ou não, adventista, judaico, católico, presbiteriano, luterano, mas apenas baseado em seu "achismo", customizado, adaptado ao meu interesse.

O Deus do séc.XXI é o mais pessoal e subjetivo de todos os tempos, é o 'meu' Deus, não o 'nosso' Deus, menos autoritário e exigente (mandamentos), pois ninguém acredita que será condenado ao inferno (pesquisa Datafolha) por seus erros e delitos, diferente da Idade Média, onde todos acreditavam que iriam para o inferno. 

Atualmente, ninguém vai para o inferno, todos acham que praticam o bem - a si mesmos e aos seus interesses, claro!

A fé se customizou, todos se acham dignos de viver no paraíso e Deus "me entende" - afinal, Deus é o que carrego no coração - logo, Ele me entende, e eu e meus erros estarão justificados. Pronto! não preciso mais de salvação...
E isto implica dizer que o sacrifício vicário de Cristo, não é importante, que Jesus morreu á toa na Cruz, e minha fé no Filho de Deus, é vã - condição exclusiva para termos livre acesso a Deus.
Assim, sem Cristo, sem justificação, sem paraíso, teremos o inferno pela frente, sem dúvida. E o pior: não estamos preparados para isso.

Uma pastora que admiro disse ter subido às favelas onde via garotos entre 15 e 18 anos, com UZI nas mãos, enrolando papelotes de maconha e cocaína, cantando: "Porque Ele vive posso crer no amanhã...". Bandidos e assassinos fazem o sinal da cruz antes de assaltar. Presidiários tem marcado seu corpo com tatuagens do Salmo 23. Jogadores de futebol, fazem o sinal da cruz e pisam com o pé direito ao entrar em campo (para ter sorte), arrebentam o joelho do adversário numa entrada maldosa, ou tentam burlar a autoridade (árbitro), enganando-o, mas se abraçam ao final do jogo e se dizem cristãos: "Graças a Deus ganhamos o jogo".

É a prova provada de que Deus "me" entende, é o "meu" Deus, rezo do meu jeito e Ele entenderá meus atos. 

Peço ao Espírito Santo que haja um avivamento, do alto, renovando nossas mentes, que abra nossa visão, amplie e fortifique nossa fé, em Cristo Jesus - que substituiu o sacerdote, o sacrifício certo (cordeiro sem mácula), o lugar certo (templo de Jerusalém), o dia certo (todos os dias, em obediência) - como único e suficiente Salvador, e mediador, entre Deus e os homens (I Tm 2.5), amém.



Graça e paz!

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