terça-feira, 24 de maio de 2016

Pecado - João 8:1-11



Jesus era demais. Como não se apaixonar por uma pessoa assim?
No vale da sombra e da morte, quando a vida fecha a porta na nossa cara e o milagre não acontece, quando somos humilhados, cantamos mesmo "Te louvarei, não importam as circunstâncias"? Bastante difícil.

Porém, não é difícil que imaginar a situação desse texto (a mulher adúltera), no contexto dos dias atuais. Se acontecesse na igreja de hoje, provavelmente, os diáconos, muito bem preparados que são, de terno e Bíblia debaixo do braço, aqueles que prezam pela disciplina, diriam:
- "Pastor, pegamos essa mulher em flagrante adultério, e segundo as tradições e normas, temos que excluir essa mulher!".
Verdade. Segundo as normas e tradições da boa e santa igreja, sim. Mas de acordo com a igreja de Cristo, a começar pelo exemplo dEle mesmo, do Filho do Deus vivo, não. O que faríamos? Qual seria a sua reação? Não tenha medo de pensar. Porque seria mesmo esse primeiro pensamento que teve, o primeiro pensamento antes de todos os outros: "Temos que excluir essa mulher. Infelizmente, pois pode ser uma prerrogativa".

Vale um adendo: Só foi "flagrante adultério" porque pegaram? O contrário disso, pecar e adulterar sem ninguém ver, pode? Desde que não haja "flagrante", sim, só não pode ser pego, é isso? Algo para pensarmos, já que o exemplo de Jesus foi outro.

Se Jesus fosse membro de uma igreja, diriam: "Jesus acobertou o pecado dessa aí...". Não. Ele teve misericórdia. E mais, devolveu aos acusadores, aquilo que eles destilavam: pecado. O pecado da mulher adúltera não era maior que o pecado deles. Porque Jesus Cristo não a condenou, e Ele era o único presente, seja pela lei, pelo Seu testemunho ou por Sua existência, a atirar a primeira pedra, se quisesse. A vida dela, naqueles momentos, estava nas mãos do mestre. E que bom, pois nisso, Jesus nos mostra que excluir é fácil, difícil é restaurar. Quando julgamos, não é só temer porque Deus nos julgará da mesma forma. Não julgar, tirar a trave no do nosso olho, olhar para si mesmo. Veja você mesmo, antes de olhar para o outro. Cuide de si, ame a si mesmo para poder amar o próximo, porque se não tem medida para se amar, como amar ao próximo? Não vai conseguir.

Matar é fácil, difícil é gerar vida.
Difícil é ir lá fora, pegar na mão de uma prostituta e trazê-la para dentro. As pessoas que demonstram fraqueza, nós colocamos para fora da nossa vida. Mas, você gerou vida? Só somos no outro. Não há vida para ser vivida, se você exclui.

E para terminar, Jesus não acusou a mulher adúltera, pecadora. E não acusar não quer dizer acobertar o pecado, mas sim, perdoar. Sentir compaixão, misericórdia e amor. Enquanto o homem julga e condena seu passado, Cristo ama, perdoa e muda sua história futura.


NEle, que se fez escárnio, pecador, homem de dores, sem nunca ter pecado. Amou.

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