sábado, 29 de outubro de 2016

Sabedoria (pte.1) - II Crônicas 1:7-12 e I Reis 4:29-34


Sabedoria é a capacidade que temos de discernir o certo do errado. Se colocar seu dedo numa tomada elétrica, levará um choque (sabedoria). Mas, ao levar um choque, terá a experiência (conhecimento). 

Deus perguntou a Salomão: "Pede o que queres e te darei" (v.7). O que você, na atual situação da sua vida, pediria á Deus? Pergunta difícil pois são tantas as nossas necessidades, não é mesmo?
Diante desta possibilidade, Salomão, fruto da promessa enquanto filho de Davi com Bateseba, pediu o que poucos de nós pediria. Nossos olhos, fitos no mundo contemporâneo, está nas coisas, nos desejos, em adquirir, possuir, ter. Salomão, em seu íntimo, preferiu ser uma pessoa que pudesse sair e entrar no meio do povo, governá-los. 
E cada vez que leio, medito, com uma certa indignação:
- Porque pedir isso? 
Salomão vai contra a nossa contemporaneidade, e é exatamente nisto que consiste o dilema de Deus: amar o próximo em detrimento do amor próprio. O "eu" fala mais alto nestes dias, e Salomão foi contra essa maré. A igreja contemporânea está infiltrada de egos, louvores a si mesmos, lideranças mal amadas e ressentidas, ministérios armados até os dentes, prontos para atacar e matar, se necessário, espiritualmente quem se opõe.

(leia a continuação)

Sabedoria (pte.2) - II Crônicas 1:7-12 e I Reis 4:29-34


Salomão, até hoje, é o homem mais sábio que passou pela terra. Porém, morreu longe da presença de Deus, pois fez o que não devia. Isso demonstra que Deus "destruirá a sabedoria dos sábios e aniquilará a inteligência dos inteligentes" (I Cor 1:19). A sabedoria não é medida pela quantidade de informação que temos, mas pelo uso destas informações que fazemos.
As informações que recebemos são para nos afastar do pecado, de uma vida desregrada e miserável, sobre efeito da concupiscência da carne, bebedices, glutonaria, prazeres enfim, nos quais afastaram Salomão dos caminhos do Senhor, no que chamo de desconfiguração do original criado por Deus. Assim, nos desconfiguramos, como um vírus num computador. Ele fica pesado, já não roda com facilidade, precisa ser constantemente reiniciado, e no fim, não tem mais jeito. Somos assim. 

Salomão, assim como nós, apesar do conhecimento e sabedoria (razão), descuidou das mesmas coisas que nós, homens da pós-modernidade, descuidamos: do espírito, da alma, das fontes das emoções, e acreditamos estar blindados, pelo simples fato de amar a Deus, andar com Ele, conhecermos a Bíblia, sermos batizados, e esquecemos que somos entregues á morte todos os dias, o mal jaz á nossa porta e este mundo é do maligno. Assim como Salomão, acreditamos ser possível estar blindado para qualquer queda. A sabedoria de Salomão não foi capaz de livrá-lo das ciladas, porque achamos que nós sim, nos livraremos? 

Assim, quanto mais informações, perdemos a capacidade espiritual.
As emoções nos fazem sofrer.
E assim, não sabemos mais o caminho de volta para Deus. 
A fé abre portas onde não existe saída, cura o que não tem cura. E as pessoas estão perdendo esse caminho pois as informações, esse conhecimento, não leva a lugar algum, senão a si mesmos. É só olhar para Salomão.
Freie suas paixões irracionais.
Não de rédeas soltas á sua razão. Porque a razão não permite transcender no espiritual, muito menos a fé.



Graça e paz!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Fé e mudança (pte.1) - Gênesis 12:1-3

Fé é acreditar muito em algo que queremos que aconteça. Tenho fé que esse emprego é seu, fé que Deus te curar, fé que Deus o fará superar isso. Acreditamos que Deus é capaz de fazer tudo, e não só isso, confundimos fé com o fato de que Deus fará aquilo que eu quero que Ele faça – Ele é capaz de faze tudo.
Uma pessoa com fé apresenta uma suplica á Deus e recebe, Deus a atende, diz "sim" á sua oração. Esta pessoa, para nós, passa a ter um status de uma pessoa de fé. 

Sermos capazes de extrair de Deus o bem que queremos, como se Deus estivesse de mãos fechadas, segurando nossa benção, e nós vamos até Ele, e pedimos. E assim, pela fé, vou buscar minha benção. Mas Deus não quer dar, e pela nossa fé, a gente consegue, na força, abrir a mão de Deus, pegar a nossa benção e sair. Tudo pela fé. Só que isso não tem nada a ver com fé e está mais para feitiçaria. 

Fé é confiar em Deus, não no que Deus vai fazer. Uma pessoa perguntou se acreditava que Deus poderia transformá-la. Sim, acredito mesmo que possa mudá-la, mas não tenho certeza que o fará. Porque acreditar que Deus pode, é acreditar e confiar em Deus. Agora, acreditar que Deus fará o que você quer, é outro coisa. 

Fé é confiar no caráter e na bondade de Deus. Deus é bom (Hb 11:6), e fé é necessária aos que o buscam, creem que Ele existe e é abençoador – portanto, Deus abençoa sim, porque Ele é bom, sua natureza é assim. Mas isso nada tem a ver com acreditar q Deus me dará o que estou pedindo. Mesmo que tenha muita fé, isso não quer dizer que receberá aquilo que você quer. São coisas diferentes.
Confiamos no Senhor, tanto, que dizemos (ou deveríamos dizer), “seja feita a Tua vontade na minha vida”, seja lá qual for, sendo Tua, é boa, perfeita e agradável. E fé é depender da provisão de Deus, fé é crer que Ele cuida de nós, e nada do que nos é necessário há de faltar. Fé é crer como os passarinhos – “olhem as aves do céu... olhem os lírios do campo...”. Isso é fé.

(Leia a continuação)

Fé e mudança (pte.2) - Gênesis 12:1-3



Fé é se entregar á Deus confiando que nada faltará. Descanso, portanto. 
E aquilo que, apesar de não ser necessário mas gostaríamos de ter? Pode ser que chegue até nós, mas se não chegar, conseguiremos viver. Porque Deus é maior do que as coisas que Ele nos dá, e sua companhia é maior e melhor que qualquer um de nossos desejos. 

Ah, mas eu não tenho fé” – bem vindo ao mundo dos humanos. Poucos confiam em Deus a ponto de abandonar sua vida e crer que Deus cuida e provê, poucos atravessam a vida em paz (aquela que excede nosso entendimento) sem medo do futuro, do que possa acontecer. Poucos dormem, descansam no colo de Deus – ou tem fé para isso. A maioria busca socorro em Deus, uma minoria descansa no Senhor.
Buscar socorro em Deus não é ter fé, buscar socorro em Deus, desesperadamente, ansiosamente, desconfiadamente, não é fé. Fé é dormir no barco em meio á tempestade.

Andar pela fé, viver em fé, é uma experiência extraordinária, especialmente em tempos de mudança. Mas qual momento em nossa vida não é tempo de mudança? Só os mortos não mudam. Nossa vida muda, as circunstâncias mudam, o tempo todo.
Em alguns momentos, tais mudanças são mais profundas, visíveis, sentidas, nítidas, e se avolumam, aceleram, e então temos a impressão de uma verdadeira mudança.

Estive no Vale do Jequitinhonha (MG). Mudança total e radical de ambiente, pessoas, comida, temperatura, casa. Desestabilizados e sacudidos na nossa zona de conforto, e tomamos providências, acompanhamos o balanço do barco, com novas respostas, e foi um tempo de fé - confiar que o Senhor prepararia tudo o que precisássemos.

Em tempos de mudança temos que confiar em Deus. Estamos “cegos”. Fé não é pedir á Deus para que Ele faça o q você quer, lembra? Não é desejar muito algo, quase um pensamento positivo. Ele pode fazer, mas não necessariamente fará. O que nós enxergamos, aquilo que você quer que Deus te dê, você enxerga – “daqui há 10 anos, quero estar assim e assado, com dinheiro, carro novo, morar naquele lugar”. A sua expectativa de futuro você enxerga. Então, não é fé.

(leia a continuação)

Fé e mudança (pte.3) - Gênesis 12:1-3

Temos que entender que planejar o futuro, querer uma situação ou transformação para alguém não é experiência de fé - você ainda está no controle, tem nas mãos o que acredita ser o melhor, mas se não é capaz de saber o que é melhor, nem desenhar seu futuro melhor, isso é prepotência já que as pessoas orgulhosas, vaidosas, as que não precisam de Deus e cuidam de suas próprias vidas, estão do lado oposto da fé: "Não enxergo o amanhã e eu não sei o jeito certo, não consigo, não posso obter o melhor para esta pessoa que amo tanto, então, eu entrego nas Tuas mãos, Senhor!"
Pronto. Agora está nas mãos de quem pode tudo. 

Fé é uma profunda experiência de fracasso, admitir nossa incapacidade. Para logo em seguida, despertar nossa sabedoria. Sempre digo que as grandes coisas acontecidas em minha vida, não foi por mim, não fui eu que escolhi. Se Deus permitisse que eu escolhesse a mulher que gostaria de casar, há 23 anos atrás, não seria a Alessandra. Nem seria eu o homem que ela teria escolhido. E teríamos errado porque ela é a mulher da minha vida onde descobri o que é o amor. Ouvi Deus dizer: "Olha, Márcio, meu presente pra você!".  

Descreva sua vida daqui há 5 anos.
Deus deve sorrir ao descrever, não por desdém, mas por dizer "Só isso? É só isso que enxerga?"
E o Espírito Santo diz: "Pai, ele ainda não enxergou".
As coisas que os olhos não viram e ouvidos não ouviram, nem subiram ao coração do homem, estas são as coisas que Deus preparou para os que o amam.
E Jesus diz: "Eles ainda não entenderam que somos poderosos para fazer infinitamente mais daquilo que pedem ou imaginam" (Ef 3:20).
O problema é que temos sonhos de menos, em relação ao Deus que servimos, aonde Ele sabe bem quais pensamentos tem ao nosso respeito, e são pensamentos de paz, para nos dar o que esperamos. Afinal, tanto os pensamentos quanto os caminhos, são mais altos e profundos que os nossos.
Deus quer muito mais para nós, já que Ele é o grande promotor das mudanças. Tanto que diz a Abraão: "E aí? a terra tá boa? Riqueza e prosperidade, né? Agora, sai dessa terra e larga tudo. Eu vou te mostrar para onde você vai". E certeza absoluta que, o sonho de Deus para Abraão era muito maior do que um dia sonhou Abrão. O que Deus tinha para Abraão era tão grande, que se partisse do próprio Abraão, de um sonho seu, seria loucura aos olhos dele. Uma insanidade. Mas, partindo de Deus... pode ser realidade, como de fato vemos na Palavra de Deus. Senão, vejamos:
- "Pai, estou saindo!"
- "Para onde, meu filho?"
- "Vou para uma terra onde emana leite e mel, colheita farta, e me tornarei pai de uma nação inteira, onde as famílias todas serão abençoadas".
- Abrão, você cheirou o quê, meu filho? Você tomou seu remedinho hoje?"

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Fé e mudança (pte.4) - Gênesis 12:1-3

Qualquer sonho que tenhamos, é megaloucura, porque não temos como bancar nossos sonhos. Mas são definitivamente pequenos, em relação á Deus.
Tempo de mudança é tempo de fé. Anda sem enxergar nada, na cega mesmo, e se é assim, estamos confiando em Deus. A mudança, impulsionada por Deus, é sempre para melhor. A fé crê na bondade de Deus, porque quando Deus diz á Abraão: "Sai daqui e vai para lá", é porque lá é melhor, e se assim não fosse, Deus me deixaria aqui. 

Se o destino é definido por Deus, se é Deus quem conduz, chama, promove a mudança, é melhor ir, porque só podemos sair ganhando. Ninguém perde com Deus - mesmo aqueles que, aos seus próprios olhos, acham que perderam. 

Será que Paulo teria apanhado como apanhou se continuasse como oficial romano? Teria ele dormido em cadeias? Será que o inferno teria se levantado contra ele? Para todas as perguntas, a resposta é a mesma: "Claro que nada disso teria acontecido, porque eu era o inferno". 
Apesar disso, quando Paulo se entregou á Jesus, e não mais á Roma, não levou a pior. De jeito nenhum. Ele combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a fé. A coroa da justiça está reservada aos que amam o Senhor Jesus. Assim como Paulo, nós que amamos a Cristo, teremos uma vida, a qual eu particularmente, não troco por nenhuma outra, onde fui já avisado pelo Espírito Santo que me aguardavam insultos, perseguições, cusparadas, prisões, sofrimentos e tribulações, e então, o que tem ocupado o espaço do meu coração é tão extraordinário, que minha vida não tem sentido nem é mais preciosa para mim, por isso vivo a vida que Deus tem para mim - compreendendo agora o que é aquele "viver é Cristo, morrer é lucro" (Fp 1:21), que Paulo disse.
Quando Deus nos chama para algo (ação ou lugar), tenha certeza que será melhor.

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Fé e mudança (pte.5) - Gênesis 12:1-3


Esteja ansioso para fazer o que Deus te chamou para fazer, porque o que está bom, ficará melhor. Não poucas vezes, felizes com o "bom", deixamos de experimentar o "melhor" de Deus, como se Deus tivesse mais e nós disséssemos: "Não, aqui está bom".
Pessoas sem ambição espiritual são chamadas de covardes. 

Geralmente, quando viajamos, gostamos de ter o controle: saber onde vamos, o que vamos fazer lá, quem vai conosco. Abraão não sabia nada disso. Se o Senhor vai comigo, então, está tudo bem. Simples assim. 
Com Enoque foi assim (Gn 5:24). Andar com Deus, em Sua companhia, é mais importante que o destino e o propósito - afinal, qualquer lugar com Deus sempre será o melhor. 
O Senhor comigo, não importa qual o caminho, nem para onde vou. Não faço ideia do que o Senhor tem para mim, mas pode enviar porque eu estou a fim. E se o Senhor vai estar comigo, será bom demais. Diz o salmista que "na presença de Deus, há plenitude de alegria e delícias perpetuamente" (Sl 16:11). 

Ás vezes enxergo coisas que estão no futuro. Ainda bem porque se fosse hoje, não estaria preparado. E é justamente por estarem no futuro, que temos tempo para nos transformar, alinhar, capacitar, mudar e fazer chegar até nós o que precisamos. Fé é pegar uma estrada que não sabemos onde vai dar, para uma terra onde não sabemos onde é, mas sei que será melhor para onde vou do que onde estou - Jeová Jireh proverá!

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Fé e mudança (pte.6) - Gênesis 12:1-3


Não me preocupo se Deus está ou não conduzindo esta mudança. Não sei o que será o amanhã, mas sei que está comigo. Amanhã será melhor que hoje.
Experiências próprias:
Desemprego: Se amanhã disserem: "Olha, obrigado, mas não precisamos mais dos seus serviços". Claro que tudo mudará. Mas, em oração, diga: "Senhor, mudou tudo. O amanhã será melhor que hoje, não é? O Senhor estará comigo, não é?". 

Doença: Um diagnóstico ruim faz tudo mudar. Diga: "Senhor, amanhã será bem pior que hoje, não é? Estará comigo, não é? Não sei sobre amanhã, se estarei bem ou mal. Entrego em Tuas mãos o meu amanhã. Quero descansar em Ti, pois o Senhor é especialista em transformar notícias ruins em notícias boas". 

Amor: Alguém diz: "Não te amo mais". Então ore: "Senhor, acho que não consigo viver sem essa pessoa. Mas eu tenho certeza que não consigo viver sem o Senhor. Ela não me ama mais. Mas o Senhor não vai me abandonar, não é? E amanhã, como será? Sei que me ama e jamais me abandonará". 

Acho que isso é fé.
Melhor do que forçar a barra para que Deus dê aquilo que a gente quer. O risco de fracassar é enorme quando nos privamos de viver o melhor de Deus.
Minha vida é Tua, Deus. 
Muda o que o Senhor quiser, eu confio. Venha o que vier para desarrumar meu mundo, a minha vida continua Tua. Sei que é capaz de fazer infinitamente mais do que pensamos ou queremos.
Em tempo de mudança, é preciso de ter fé para que Deus atue.


Graça e paz!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Vale que precisa ser monte (pte.1) - II Coríntios 8:13-15

Faço parte da ACADH (associação cristã de ajuda e desenvolvimento humano), que cuida de 50 crianças no Vale do Jequitinhonha. É um projeto que almeja chegar a 300 crianças assistidas, que por força da lei teve que ser uma associação, onde cristãos cuidam, suportam e falam do Evangelho de Jesus a crianças carentes - principalmente no combate à miséria espiritual. 

A primeira igreja também nasceu na pobreza, deixou lições preciosas ao enfrentar esse mal que Jesus mesmo nos disse que "Pobres, vocês sempre terão convosco, e poderão ajudá-los sempre que o desejarem"(Marcos 14:7b).
As lições desta igreja primitiva foram de enfrentamento desta pobreza, não tolerando tal situação onde as pessoas estão imersas. Demonstraram solidariedade, os irmãos, desfaziam-se voluntariamente de suas posses para ajudar a quem nada tinha.
Interessante neste texto é que a medida da ajuda, não era o quanto tinham e poderiam abrir mão, mas o quanto era a necessidade do outro irmão - este tinha o direito de ser assistido e cabia à comunidade assisti-lo. 

Assim como Paulo nos alerta "quem não quiser trabalhar também não coma" (II Ts 3:10), o assistencialismo (praticado e recebido) é algo fácil de se fazer, pois quem dá, alivia o coração praticando o "bem" (para quem?), e quem recebe, senta na zona de conforto e espera até a próxima doação. Sim, porque ela virá. A sugestão aqui seria de uma ética do trabalho, ou seja, trabalhamos, também, por responsabilidade pelo outro, ou por solidariedade. Quando Paulo diz "A ninguém deveis nada" (Rm 13:8a), diz para que aquele que pode, trabalhe e sustente aquele que não pode (II Cor 8:13-15). A igreja, que somos nós, templo do Espírito Santo, tem que trabalhar solidariamente, e se assim fosse, a erradicação da pobreza já teria sido efetiva. Até para ensinar quem não crê. Pois a eterna busca pela igualdade de condições, entre as nações, o partilhar, quem tem mais partilha com quem tem menos, onde todos trabalhariam por todos, já que todos somos irmãos, uma vez que todos teríamos um mesmo Pai. A proposta da fé cristã é algo do trono de Deus, para o homem, sua humanidade que deságua na solidariedade, gerando uma comunidade - eis nossa meta! Deus determinou, desde o princípio desta igreja, um modelo de economia e parâmetro para a divisão das nações, suas riquezas e seus beneficiários.
O assistencialismo dito aqui é como praga que acaba com a lavoura. Ao doar roupa, sopão no inverno, tênis e roupas usadas e rasgadas, que na verdade não utilizam mais, portanto doam do que lhes sobra, e não doam de coração, suprem a necessidade momentânea. Semana seguinte, todos os pobres estarão necessitados novamente. E tudo se retroalimenta, num looping sem fim.
Não há como não lembrar da mulher samaritana, uma vez que a água que Jesus lhe daria, jamais ela teria sede novamente. Continua valendo para nós ainda hoje.

(leia a continuação)

Vale que precisa ser monte (pte.2) - II Cor 8:13-15


Paulo, disse que, se o irmão se recusasse a trabalhar, recusando-se a participar da comunidade, estaria se recusando a ajudar o próximo, e jamais participaria da igreja, como estava sendo formada pela vontade de Deus - pois o nosso Deus é quem acrescentava aqueles a quem seriam salvos. E perceba bem: até as viúvas, a quem não tinham acesso (à época) ao trabalho remunerado, seguro social algum, eram assistidas. E foi levado tão á sério, que foi designado uma liderança específica (diáconos) para cuidar deste problema. 
Apesar de muitas mulheres ainda acharem que foram excluídas (e eram mesmo), Jesus ensinou a inclusão, tratada e conferida pelos discípulos, movidos pelo amor ao próximo, numa época que as mulheres nem eram contadas.

Não cansemos de fazer o bem. Os valores citados deveriam ser inegociáveis. Se somos, enquanto evangélicos, mais de 40 milhões de brasileiros, porque as coisas ainda não estão melhores?
Afinal, o trabalhador não pode ser impedido em ser o primeiro a comer seus frutos - eis a ética cristã. Karl Marx (cristão batizado), ícone do socialismo, bebeu muito bem nas fontes de seus pais (convertidos ao luteranismo, 1816) e avós (rabinos), mas errou feio o alvo.

A igreja primitiva - onde já ouvi pregações de pastores dizendo que esta igreja não serve de parâmetro - foi intolerante com os que nada tinham. O estado de pobreza deveria ser catapultado para o estado de Graça. Ser igreja hoje em dia, é desafiar o que temos e vemos neste mundo. É muito mais que ir ao culto, cantar umas musiquinhas, chorar e sentir o espírito (?), mas na 2ª feira nem lembrar qual foi o tem da pregação.



NEle, que propôs sermos sal e luz onde formos.
Graça e paz!

sábado, 15 de outubro de 2016

Transforme preocupação em oração - Filipenses 4:6,7

Transformar preocupações em oração. Primeiro, porque colocaremos nossas necessidades nas mãos de quem pode verdadeiramente, fazer algo por nós. Segundo, acabaremos por ter mais intimidade com Deus - já que é a única forma de falar/ouvir a Deus.
Tento lembrar, e não consigo, de quantas coisas consegui pela minha própria mão, e que ainda continuam em minha vida. Agora, tudo o que chegou até a mim, pela vontade de Deus, continue firme, comigo.
É um processo contínuo: orar, dizer nossas necessidades, e ao colocarmos em oração, agradecemos - porque vai acontecer. Este é o firme fundamento das coisas que espero mas ainda não existem, mas trago a existência, pela fé. Não é pensamento positivo, nem crer nas coisas que poderão acontecer. Mas crer no Deus poderoso, provedor e amoroso que temos e conhecemos. 

Ao entregarmos nossos pedidos e necessidades, a paz de Deus nos alcançará e nos guardará, em Cristo Jesus, pois Ele tem cuidado de nós. 

Evitaremos a ansiedade (que é o medo do futuro), que é o grande mal da saúde das pessoas, as doenças psicossomáticas, que inclusive adoecem mais que as doenças coronárias.
A fé, aquela que traz á existência o que ainda não existe, é fé em Deus, não nas coisas que queremos, é muito mais que comer, beber e vestir. Destas coisas, Deus bem sabe que precisamos, e que pai daria uma serpente para um filho que chora com fome? Imagine agora, o Pai celestial, que nos ama a ponto de entregar seu único Filho para morrer por nós. Se nosso pai, que é pecador, faz o melhor para um filho, imagine um Deus criador, todo-poderoso, cujo amor é intrínseco ao Seu caráter? 

Não entendemos, mas esta deve ser mesmo a nossa oração:
- Pai, eu não entendo, mas Tu entendes.
- Pai, eu não sei, mas Tu sabes.
- Pai, eu não consigo, mas Tu consegues.  

Deixe Deus conhecer seus desejos e necessidades, ore, e dê graças, em tudo. Permita que a paz de Deus, que não conhecemos, guarde nossos corações.



Graça e paz!

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Vantagem na adversidade - Filipenses 1:12,13

Uma prisão leva muitos a se entristecerem, e até, desistirem da vida. Escrevo cartas para pessoas que estão encarceradas, em prisões, cuja realidade é dura. Dependem até de pasta de dente, escova, chinelo de dedos e roupas, coisas que nem imaginamos, já que os condenamos pelos seus atos, achando que nossa justiça é correta, além do que, nossos pecados não são inferiores aos deles. Assim, que a justiça de Deus não venha sobre nós. 

Paulo, na prisão, nos ensina que em todas as situações, podemos ter a oportunidade de falar do amor de Deus. Se dependemos de Deus, cremos que Ele nos ama, e todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam, não podemos enxergar uma situação adversa como empecilho, mas uma oportunidade de estar onde jamais estaríamos "se" não vivêssemos isto neste momento.
Espero estar sendo claro.
Transformar uma situação adversa em vantagem, é só para quem é habitação do Espírito Santo. Se alguém estiver lendo isso e não crer em Cristo, vai me achar louco. E o que diriam de Paulo? Qualquer outra pessoa chora ou se desespera, porque olha para si mesmo. O cristão não, Ele olha para Cristo.
Paulo alcançou a tropa de elite do palácio e ainda deu ânimo e força aos cristãos perseguidos, mostrando-lhes, como agora, que temos grande oportunidade de falar das grandezas de Deus e maravilhas do Evangelho de Jesus.
Não quer dizer que deva deixar de trabalhar para enviar e-mails ou posts nas redes sociais falando de Deus. É muito mais que isso.
Evangelize. Se necessário, fale. É pelo exemplo. 

Cito a prisão (devido ao versículo) mas tem muitas pessoas encarceradas e desanimadas dentro de casa, num leito de hospital, numa relação doentia. Todos passamos por desânimo, indecisões, responsabilidades financeiras, um desemprego, conflitos familiares, e até na igreja. E como você reage a essas situações, refletirá sua fé aos outros. 

Deus nos concede milhares de formas diferentes de demonstrar nosso comportamento e nossa fé a quem está ao nosso lado. Aliás, é aprender a passar pela tristeza sem ficar triste. Se as situações vividas por nós não melhorarem, não tem problema - mas garanto que a nossa fé será fortalecida e nos aproximaremos de Deus. 
Talvez, seja só isso que Ele queira.



Graça e paz, da parte de nosso Senhor Jesus Cristo!