segunda-feira, 17 de maio de 2021

O outro e eu (pte.1) - Gn 1.26,27

Ouvi um pastor que gosto muito falar sobre "outramento". Achei o termo bizarro, ao mesmo tempo, curioso. Descobri que o poeta lusitano Fernando Pessoa inventou tal termo: "Eu, poder ser tu, sem deixar de ser eu" - o que tem tudo a ver com o Evangelho de Jesus.

E o verbo correspondente "Outrar-se" é simplesmente deixar-se contagiar pelo outro, em vários sentidos, tanto novo quanto diferente, no que se refere à cultura, linguagem, pensamentos, etc. E durante este processo de outramento transformar-se em novo ser, com nova forma de olhar e percepção ao seu redor, inclusive, do outro.

A pandemia nos deu isso de presente. Em tudo dai graças, e louvo a Deus porque várias pessoas, OSCs e entidades diferentes perceberam que a fome é maior que a pandemia. E muitos tem se motivado a ajudar o próximo.

Ser imagem e semelhança de Deus é uma "unidade plural" - um só Deus na comunhão de 3 pessoas (o Pai, o Filho e o Espírito Santo), ou o mistério da Trindade. Este Deus que é uno e plural, sem qualquer incongruência, criou o homem semelhante/igual, logo, somos também um ser "unidade plural". O conceito de "indivíduo" (ou cada um por si) cai por terra já que na Bíblia não existe o indivíduo, mas existe a pessoa, e sabemos que a Salvação é pessoal, mas não é individual. A relação com Deus sempre foi pessoal, desde Adão, mas não é individual. Ser humano é ser plural.

(leia a continuação) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Só há um caminho. Uma verdade. Uma vida. Deixe um comentário.