segunda-feira, 17 de maio de 2021

O outro e eu (pte.4) - Gn 1.26,27

O próximo pode ser a materialização do que te perturba. Quando vejo algo no outro que não tolero em mim, por exemplo, isso me afeta, porque revela minhas sombras - este é o poder do outro sobre mim. Consciente ou inconsciente, quero acabar com ele (Caim e Abel). O próximo desperta instintos primitivos, justamente pelo poder que tem sobre nós, e acabamos perdendo o controle emocional, falamos coisas que não gostaríamos. E o mais perturbador, é que este próximo é a o modo de nos aproximarmos de Deus.

 A imagem de Deus está no próximo - Deus é Espírito - e só assim podemos servir a Deus, através do próximo. Se Jesus teve fome, sede, sentiu frio, foi preso e doente, como nós servimos a Ele? Porque servimos ao próximo! (Mt 25.35-40). Quer servir a Deus? Sirva ao próximo.

Deus não precisa de manjar, frango, farofa ou vela na esquina, nem daquela musiquinha que canta aos domingos. Mas nós, sim, precisamos do próximo, um sacramento para não ficarmos no vazio, pois sem o próximo, nem de Deus nos aproximamos. E tenha certeza: ao se aproximar de Deus sozinho, ouvirá: "Cadê o seu irmão?" (Gn 4.9). Entenda que não poderá se aproximar de Deus vendo seu próximo sendo violentado em seus direitos, com frio e fome, acreditando que nada tem a ver com seu irmão, que sofre.

Aliás, Deus se achega a nós através do próximo.

(leia a continuação) 

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