Importante ou essencial? (pte.2)

Mateus 4:1 - "Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo" 

Na vida há coisas "muito importantes" e "essenciais". O deserto nos ensina isso. 
Para onde está indo? Isso é muito importante. 
E quem está nos levando? Isso é essencial. 

No caso de Jesus, para onde Ele estava indo? Para o deserto (importante). E quem o estava levando? O Espírito Santo (essencial). 

O deserto é o lugar para onde você está indo, porque a situação assim determina. Mas quem disse que foi o diabo? Se é Deus que está te levando para o deserto, entenda que o deserto é lugar de benção! Faz toda diferença.

Jesus não reclamou com o Espírito, sabia que apesar do deserto ser ruim, sabia porém que o Pai é quem estava levando-o. Deus o levou lá para crescer. 

Em Jó, não o ouvimos reclamar da dor ou entrando em desespero (buscando profetas, revelações, correntes de oração, nem campanha de libertação, ou 3ª feira da oração "forte"). Assim como Jesus, não ouvimos murmuração nem reclamação. Não vejo Jó sendo deformado, na dor, nem rebaixado de "adorador" para "murmurador". Jó conhecia o Deus que servia. Aquele Deus, que o acompanhara até aquele momento, não poderia tê-lo abandonado. Ele conhecia Deus. Deus não muda, portanto, mesmo estando no deserto "eu sei quem está comigo". é a certeza da identidade, ou seja, eu sou Filho de Deus. 

Se Deus habita no meio dos louvores, satanás habita no meio da murmuração. 

Jó sabia para onde estava indo, e tinha consciência de quem o estava levando. A esposa de Jó, representação do mundo, faz uma proposta diabólica: Não vale a pena servir a Deus sem receber nada por isso. É o que muitos tem feito. No fim, veja o que Deus fez na vida de Jó. 

Vejo "crentes" achando que a sua prosperidade vem de Deus. Sim e não. Pode não ser das mãos do Senhor. Essas pessoas foram possuídas pelas coisas que correram atrás, e se afastaram de Deus. "Come, bebe e folga, temos depósito para muitos dias, não precisamos mais de Deus" (Lucas 12:19). 

Relacionamento. Precisamos um do outro: "Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; ele se insurge contra toda sabedoria" (Provérbios 18:11). As verdadeiras amizades estarão conosco, mesmo quando não temos nada para oferecer.

Paulo fala de uma relação profunda, que o outro não precisa fazer nada, apenas sua existência já é um presente. ele está presente. ele é um presente. Assim como nós podemos ser para o próximo.
Não há mais amizades profundas porque, se o outro não corresponder á minha expectativa, eu me decepcionarei. Jogamos a nossa felicidade na outra pessoa e, coitada, tem que nos satisfazer! 

Onde fazemos boas amizades: no futebol ou num hospital? Tomando cerveja num bar ou tomando remédio? Bolso cheio de dinheiro ou sem nenhum centavo? Sim, é no deserto que nascem as boas amizades. O que tem valor. 

Se tem consciência que foi Deus que o levou ao deserto, tenha certeza que você sairá melhor do que entrou, vai arrancar a mediocridade de dentro de você e fará brotar um ser humano maravilhoso, abençoado, que fará o que Deus espera. E é só no deserto.

Glória a Deus, no deserto.

Porque Jesus, mesmo sendo Deus, teve que passar por lá, porque estava num corpo de homem, aprendeu a conviver com as dores, com as tentações. Se a dor é interna, o companheiro nada pode fazer. É individual e na alma. Jesus nos leva ao deserto para criarmos anticorpos, para quando voltarmos para convivência das pessoas, não sejamos vítima "da massa". 
Quem passou pelo deserto não é mais refém da opinião alheia, não adora a imagem de si mesmo. E quem é, é o que há no coração de Deus. 

Somos carne e temos fome. Se coloque no lugar de Cristo. 

O diabo vem e oferece. Se Jesus transformasse pedra em pães, qual seria seu pecado? Se Ele transformou água em vinho, não transformaria pedra em pão? Água em cachaça pode? Qual seria o pecado? Aparentemente, nenhum. 

Mas  levou Jesus ao deserto (onde não poderia comer?): Deus. Se Deus me trouxe num lugar onde não posso comer, eu não vou comer. Ficarei com fome, por obediência e honra a Deus.  

Suprir as necessidades carnais é muito importante, mas renunciá-las e obedecer a Deus, é essencial.

(leia a continuação)