sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Meu ministério - Is 61.1-3

Entendi o que significa não se encaixar no ministério. Apesar de estar ali, não cabemos mais, é apertado ou está largo.

Ouço muitas reclamações sobre a liderança, pastores que, acredito, recebam de Deus a direção, ou o propósito da existência da Igreja que dirige, onde alguns (ou muitos?) podem não enxergar dessa mesma forma. Aqui está a Graça, literal, do Senhor sobre nós: um planta, o outro colhe, e a multiforme e Graça do Senhor tem seus meios para que o Evangelho alcance a todos, para que estes estejam indesculpáveis na volta do Senhor, amém.

Foi desta forma que me desliguei da Igreja onde congreguei 16 anos após minha conversão. Tenho 3 alicerces que compõem essa decisão: minha família (que me apóia, diferente do que acontece com a grande maioria dos nossos pastores); o povo de Deus que reconhece o Espírito Santo sobre mim, em várias direções, dons e talentos que, aos poucos, fui enterrando com tanto tempo passado nos bancos sem oportunidades; e a liderança da Igreja, que apesar de nunca mais ter me convidado para nada, onde alguns me diziam que a liderança não queria mesmo alguém que tem o domínio da Palavra de Deus, que honra sua casa, que adquire conhecimento debaixo da sabedoria do Senhor, e até hoje, estuda - Deus não me abandonou, eu sei em quem tenho crido - era convidado não só a pregar como a constituir uma Igreja do Senhor. Sim, um paradoxo. Melhor ter pastores-auxiliares que não questionem do que alguém levantado por Deus denunciando que o lado correto era outro. Enfim, outro ministério. Haverão conflitos, mas compreendo que, se fora da Igreja que congreguei 16 anos, e nunca encurtei minhas mãos ao serviço, as coisas por outro lado estavam borbulhando, meu chamado sendo confirmado, e a minha convicção crescia. Se dentro da Igreja, eu era frio, nada acontecia, fora dela, Deus levantava pessoas para me dizer: "O que está fazendo aqui? Levanta e anda!" - alguns pastores conhecidos e alguns pastores que nada sabiam da minha vida.

Mas entendi, graças a Deus. A foto acima é exatamente como me sentia há pelo menos 5 anos. Nos últimos anos acirrei minhas orações, me dediquei aos estudos das Escrituras Sagradas, finalizei meu Seminário Teológico (presencial) e esperei com paciência no Senhor, onde jamais desonrei a liderança espiritual, por crer que toda autoridade foi imposta por Deus, portanto, qualquer acinte, estaria ferindo princípios de Deus, não as pessoas.

As experiências foram se acumulando e fui convidado a estar junto à liderança de uma nova Igreja. E assim será. A documentação já fora enviada, procuro aos poucos um galpão ou local apropriado e continuo aguardando, debaixo da admoestação e exortação de Deus. O que me dá a certeza deste caminho é que nunca ouvi de Deus "Saia dessa Igreja"; "Monte a sua Igreja", pois nunca quis sair. O Espírito Santo está sobre mim e me ungiu pregar o Evangelho aos mansos, restaurar o coração dos contritos, libertar os cativos, e bradar o ano aceitável do Senhor para a consolação dos desolados (Is 61.1,2).

Deus me deu direções durante estes últimos anos, como fazer, o que não dizer, onde ir, distribuição de ministérios, e principalmente, os propósitos desta nova Igreja da qual estou participando desde o seu nascimento. Certa vez me acordou de madrugada e escrevi 4 (quatro) folhas de sulfite sobre os planos de Deus para a Igreja que Ele gostaria que eu liderasse.

Nunca pensei que isso aconteceria, amava a Igreja e as pessoas onde servi tantos anos, mas os caminhos são do Senhor, não meus. Eu tentei, insisti, mas a visão que Deus me deu do Evangelho permitiu apenas que enxergasse uma Igreja relevante, social, missionária em seu DNA, e acima de tudo, longe da Igreja-mercado ao qual a grande maioria das Igrejas se tornou (pretas, som alto, só novos convertidos, música pop, luzes, dinheiro, fumaça). Mesmo nas Igrejas onde a teologia da prosperidade (?) é difundida, usando a Palavra de Deus em seus versos aleatórios, acredito que há pessoas buscando sinceramente a Deus. É Jesus quem separará os bodes das ovelhas (Mt 25).

Quero sim, ser uma Igreja relevante socialmente, colocando em prática a Igreja primitiva de Atos 2.37-47:

- Aos perdidos, a Salvação de Cristo; Arrependimento para perdoar os pecados; Batismo; Receber o dom do Espírito Santo para serem usados na comunhão dos irmãos da Igreja; Extensivo a todos que estão longe dos caminhos do Senhor; Aceitar a sã doutrina e amar a ponto de repartir o que têm, onde tudo é de todos; Amor, temor do Senhor para que sinais e maravilhas sejam vistos; Comunhão entre os irmãos; Repartir, segundo a necessidade (específica) de cada um; Perseverar em oração, vigílias, repartir alegrias, sanar a fome e necessidades com um coração contrito a Deus; Louvar e adorar a Deus para que sejamos cartas vivas, testemunhas lidas por aqueles que ainda não creem; Ser uma Igreja para os que não gostam da Igreja, e ser Igreja do Senhor para aqueles de quem a Igreja não gosta.

E o mais importante: Jamais esquecer que, quem dá o crescimento não é quem planta ou quem colhe, mas o Senhor, o maior interessado em ver as pessoas alcançarem a Salvação através da fé em Cristo Jesus.


E assim, amados, conto com suas orações. Que Deus seja louvado em todo tempo!

Amém.

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