domingo, 2 de dezembro de 2018

Pó, água, barro e fogo - Jr 18.1-6

Somos obra das mãos de Deus, em honra, para a glorificar ao Pai que está nos céus.
A terra, onde pisamos é pura, é , pois do pó viemos, frágeis, onde até o vento leva. E a Palavra de Deus nos alerta para o cuidado de não sermos levados por vento de qualquer doutrina. A terra, seca, de nada adianta (Gn 3.19b), mas misturado à água (que significa a Palavra de Deus), começa a ser vida - eis o barro. Este barro (mistura do pó com a água), se torna moldável, sem resistência (Ef 5.26) nas mãos de quem nos criou.
A última fase para a sedimentação deste vaso para a honra é o fogo (que significa o Espírito Santo), onde mesmo que achássemos que está pronto, ainda deve passar por altas temperaturas (Lc 3.16) - é como o barro se sedimenta, endurece, pois só assim suportará o conteúdo que Deus colocará dentro deste vaso. Deus faz com o nosso caráter algo parecido: primeiro forja, trata, modela, e depois coloca o conteúdo que Ele quer. Odres velhos não suportam vinho novo.
As quedas, os desertos, as provações, as dificuldades, os destemperos de personalidade, as enfermidades podem quebra este vaso, apesar de ter sido feito para a honra. 

Após ter sido moldado, forjado pelas mãos de Deus (o oleiro), seremos mergulhados na Palavra de Deus, através da santificação em Cristo Jesus, e este vaso não quebrará facilmente, pois o fogo do Espírito Santo nos enrijece. Não nos perderemos em qualquer ensinamento vão, nem seremos levados por vento de doutrinas, não nos jogaremos do pináculo, nem tentaremos a Deus - mas estaremos sempre prontos a servir. 

Se durante a caminhada você cansar ou se incomodar, lembre-se: Tudo coopera para o bem, segundo o propósito do oleiro.


Graça e paz!

sábado, 10 de novembro de 2018

Redes sociais (pte.1) - I Cor 10.23

Algo que ninguém pode se esquivar é que fomos criados para a glória do Senhor e às boas obras.
Assim, não há aspecto algum que não seja governado por Deus em nós. Porém, há princípios ao adequarmos nossa vida às redes sociais.
Exemplo de princípio das redes sociais: Elas foram criadas por pessoas que não temem ao Senhor. Vale um adendo aqui: Assim como o mundo da moda e a comunicação (Tv, jornais, revistas, sites, etc), salvo raras exceções.
Se por um lado, a única coisa que temos que fazer é glorificar a Deus, por outro, negamos isso no Facebook. Algum desavisado pode questionar: "Como assim?". Só falamos de nós, ostentamos tudo como se fosse nosso, enquanto por princípio, somos apenas administradores das coisas de Deus. Postamos fotos de onde fomos e o que comemos - enquanto muitos não tem. Fomentamos e suscitamos a inveja, a cobiça, o orgulho, a avareza, a depressão (por não ter nem ser), desprezamos o próximo enquanto Jesus nos mandou amar. Fazemos na exata proporção contrária, o que está escrito em At 2.45: "Segundo a necessidade de cada um", ou seja, não era por igual a divisão, era algo mais sublime, do alto, era segundo o que cada necessitava. Enquanto um precisava pagar uma conta de luz, o outro precisava de uma cesta básica, e o outro, de remédios. E todos tinham o necessário, não sobejava nada. Sempre vou bater nessa tecla, nosso governo é o Reino - há um Rei sobre todos nós - mas a forma de governar a Igreja sempre deve ser social (jamais socialista!), porque como ser feliz se ao olhar pela janela ainda vejo necessitados, mendigos na fé, pedintes, tão longe do Pai? 

Na verdade, mostramos quem não somos para quem não gostamos nem nos conhece, aquilo que não temos. E pagamos sabe-se lá como.
A glória aqui, após as 'curtidas' e 'compartilhadas' não é de Deus. E desculpem, se a glória das coisas que fazemos não é para Deus, alguém quis tomar a Sua glória, e este, tem sua história contada nas Escrituras Sagradas.
E essa é a tal "vanglória", a glória vã, essa glória para nada serve. 

O feed de notícias é sobre o "eu", sobre o amor por si mesmo que promove seu ego. Levamos a pessoa para o nosso mundo ou as encorajamos na caminhada com Deus, em Cristo Jesus, desafiados que somos a viver em comunhão, santidade e obediência, buscando em todo tempo a Salvação?
(leia a continuação)

Redes sociais (pte.2) - I Cor 10.23

Férias na praia é uma delícia, mas postar fotos destas férias dizendo "Deus tem nos abençoado", pode não necessariamente, louvar a Deus. Tudo (até dinheiro) é espiritual, mas edificamos alguém ou estamos dando um tempinho em ser cristãos - porque não é fácil ser cristão... Precisamos repensar nossa vida cristã e para edificar requer altruísmo, reflexão. 

Ao postar nas redes sociais sobre a corrupção de políticos, por exemplo, exige de nós uma base moral profunda, caráter, e além de tirarmos a justiça das mãos de Deus, trazendo para nós mesmos como "paladinos da justiça", não honramos a autoridade estabelecida sobre nós (I Pe 2.17). Honrar não significa anuência.
Ao declarar o colapso da civilização (e é isso que tenho visto durante e após as eleições) promovemos preocupações, tanto com o futuro quanto a nossa confiança no Senhor (Mt 6.34) pois colocamos Deus em xeque. 

Há posts com total falta de modéstia: posições ou opiniões sobre a fé do outro, a posição política do próximo, a prática religiosa do ateu,e até pessoas colocando-se acima dos outros - acho que encontramos os semideuses. Famílias, filhos e pais, irmãos de sangue, em passeios, praias e jantares, inimigos pelas redes sociais, fugindo da única forma de glória que nos é permitida (Jr 9.24) - a Glória de Deus. 

O post pode refletir humildade considerando sempre o outro superior a nós (Fp 2.3). Se é feito com ambição, orgulho e egocentrismo, não é o padrão de Cristo. 

Querer atualizar sempre a foto foto do perfil, entrar nas redes sociais durante o expediente de trabalho, deixar de cumprir seu papel enquanto família, nem ao menos o chamado do Senhor, tem tudo a ver com seu perfil moral, ética e caráter, pois é assim que mostramos quem somos. Debates, dificilmente geram amor, e a resposta branda desvia a raiva (Pv 15.1). As redes sociais promovem rusgas e brigas, egoísmo e narcisismo, destroem famílias e amizades, suscitam pecado. Perceba se, ao entrar nas redes sociais, alguém pode sentar ao seu lado e ver o que faz, o que conversa, o que posta, ou tudo tem que ser em segredo, no escuro.
O Evangelho deve ser multiplicado, inclusive, se for necessário, fale de Jesus. Mas não confunda a mente nem o coração de quem está vendo o seu perfil.


NaquEle, que nos conhece, do sentar ao levantar, do falar ao deitar, sabe todos os nossos caminhos, e nada podemos esconder.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Pai nosso (pte.1) - Mt 6.9-13



Orar a Deus, em nome do Filho, sob intercessão do Espírito Santo. Ao dizer "Vós orareis assim", ensinando-nos a orar, Jesus está dizendo que a oração não é passe de mágica, como se fosse um 'abracadabra', nem dizer "Em nome de Jesus", como uma chave que abre aquela porta que tanto precisamos e queremos.
Não é manipulação, segundo a nossa vontade, como coagindo Deus com as nossas lágrimas, obras mortas, nossas virtudes humanas ou nossa fé. A oração ensinada por Jesus brota do coração, quase derramada, em discernimento. É cosmovisão, transcende as palavras e alcança Deus.
Medite nisso: Porque ora? Para quê ora? O Evangelho nos ensina sobre o Reino de Deus que chegou permitindo conhecer as boas novas: viver em comunidade, partilhar e dividir, amar o próximo, servir, etc.

"Pai nosso que está nos céus, santificado seja o vosso nome"
Os céus são do Senhor, mas a terra, deu aos homens. Chamar Deus de PAI é um privilégio, pois Deus permite que todos o chamem de PAI, nos colocando como iguais, em direito e dignidade - é o único momento em que todos somos mesmo iguais.
Se o PAI é nosso, é porque temos irmãos, e assim, foi restaurado o relacionamento entre pai e filho (Ml 4.6), como família - hoje tão sucateada e apedrejada. Eis o sonho de Deus para nós - uma vez que o irmão nosso, hoje é visto como concorrente e adversário.
Além disso, nos céus há paz, harmonia, sabem que é Deus, aclamam dizendo "Santo, Santo, Santo", tudo está em Seu controle, até o mal. Tudo conforme a vontade de Deus. Porém, aqui na terra, o nome de Deus não é santificado. Não há paz e Seu nome é profanado - há dúvidas se Deus existe mesmo (Ez 36.23-25). O nome de Deus é jogado na sarjeta, confundido com outros deuses.
E quando o nome de Deus é santificado?
Quando vivemos em obediência para nos conformar à Sua vontade, e como é feito no céu, santificar Seu nome aqui, entre nós, na terra.
Para que o nome de Deus seja santificado, venha o Teu reino... Faça a Tua vontade... Nos alimenta, física e espiritualmente... Perdoa-nos e perdoaremos... Não nos deixe cair em tentação... e nos livra do mal.
(leia a continuação)

Pai nosso (pte.2) - Mt 6.9-13



"Venha a nós o Teu Reino, seja feita a Tua vontade"
Ao pedir que seja feita a vontade de Deus, temos que entender que Jesus diz que a vontade de Deus não é feita aqui na terra. Por conseguinte, se o céu não descer, não conseguiremos fazer o bem. Ao não cumprir as boas obras para as quais nascemos permitimos que o nome de Deus seja profanado, através da minha vida e testemunho. Orar, pedindo que o Reino de Deus seja cumprido, pedimos que que o domínio, o governo de Deus seja sobre nós - então, a vontade de Deus começará a ser feita. 

Tudo é de Deus, por direito. Mas nem tudo é de Deus, de fato. 

Vem, Senhor,  com o Teu reinado, governar sobre nós, em nós, porque não sabemos nem conseguimos. Assuma a autoridade aqui na terra, na minha vida.

"O pão nosso de cada dia nos dá hoje"
É um pedido que fazemos ao PAI para que nos seja dado algo mais que o pão do padeiro. É interessante que no deserto, Jesus teve fome, mas disse: "Nem só de pão viverá o homem" (Mt 4.4), ou seja, não se trata de necessidade física na oração do Pai nosso, mas do pão da vida - o próprio Cristo.
O maná era físico e diário - e isto, aponta para Cristo. Na 6ªfeira pegavam o maná para o sábado (shabbat). Quando Jesus morreu? E quando ressuscitou? Pronto. O próprio Cristo disse ser o pão da vida (Mt 6.48), uma referência ao maná do céu
Todos nos preocupamos com o que beber, o que comer e o que vestir, mas o PAI sabe que precisamos de tudo isso.
Por isso, Jesus pede o shalon (plenitude, reino) de Deus, a fartura abundante para todos.
Tem gente que o pão sobeja na mesa, mas tem um buraco na alma. Apesar de ter tudo sua alma tem fome. 

O Senhor é meu pastor, assim, não preciso de mais nada. Sou feliz na abundância e na escassez. 

Precisamos mesmo é do pão do céu, não do pão do padeiro.
(leia a continuação)

Pai Nosso (pte.3) - Mt 6.9-13

"Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores"
Jesus se refere ao Jubileu - Lv 25, em como tratar nossos devedores, onde tinha que haver perdão da dívida, o bem vendido, no ano do Jubileu, recebia perdão, e se houvesse o pedido, deveria ser restituído. Houve perdão.
Quem pede emprestado é escravo do que emprestou. É a diferença entre desculpas e perdão. O perdão é necessário quando não há desculpas pelo que fez. Perdão é contrário à vingança, não de justiça.
Aprendi que Deus, ao criar todas as coisas, disse: "Haja luz!" (Gn 1.3). E houve. Assim, penso eu que disse também: "Haja Cruz!", porque Deus é onisciente. E penso também que Deus disse: "Haja perdão" - porque o universo criado precisou de perdão para continuar existindo.

"Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal"
Adão ao cair na conversa da serpente, virou outra serpente. O veneno chamado pecado nos faz ceder ao mal e nos tornamos maus. Jesus nos ensina a orar clamando para que o mal seja erradicado, que nos livre da aliança feita com o maligno, arranca com raiz e tudo, Senhor. E ao arrancar das entranhas a nossa maldade, passo a olhar o próximo como irmão. Não olharemos mais para o outro como alguém que me deve, que é menor que eu e me vejo também melhor do que realmente sou. E ao compreendermos isso o pão é nosso: não há acúmulos, nem privações, as necessidades são supridas (At 2.45) e as abundâncias racionalizadas. Eis o espírito da oração do Pai nosso.

Minha oração é que reconheçamos o PAI como único, crido e adorado Deus. Que o PAI venha reinar aqui na terra, retirando o mal que habita em nós e libertando-nos do maligno, transformando-nos em imagem e semelhança do Filho, para fazermos o bem. Assim, perdoaremos aos que nos devem, não dominando os que nada tem como escravos.. E por fim, que não tratemos como 'nosso' tudo o que é Teu, PAI. Que assim seja.



Graça e paz!

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Solus Christus (pte.3) - Gn 3.10



O amor de Deus que me alcança, me transforma (I Jo 4.19). O bem não é para compensar o mal que fazemos - na verdade, não pratico o mal porque estou cheio de amor - e quando se ama, não gera sofrimento, não agredimos, não usamos as pessoas, e deixamos de ser o problema para ser a solução na vida das pessoas. É algo de dentro para fora. 

Aqui começam os questionamentos:
- Você diz que não precisa ir na Igreja, mas vai. Porque?
- Porque eu quero.
- Disse para não dar dinheiro na Igreja, porque você dá?
- Porque eu quero.
- Disse que não precisa de boas obras...
- Para obter o favor de Deus, não precisa mesmo. Faço para ajudar os outros. 

Faço não por medo de Deus ou medo do julgamento de alguém, faço para ajudar os outros. Meu coração mudou, Deus me libertou do medo e da culpa, do jogo nefasto de manipulação e compensação do bem e do mal.
Só Cristo. 

Já pensou como viveria se perdesse o medo de Deus?
Enquanto uns dizem "Não consigo imaginar", outros dizem "Vou enfiar o pé na jaca! Não serei castigado mesmo".
Eu? Eu consigo viver sem medo de Deus. Amo e sou amado. Conheci o amor, tive experiência em ser amado por Jesus, e vivo hoje tentando amar. Assim, culpa, medo e castigo, não me acompanham mais. Posso até ser julgado de soberbo, mas caminho assim hoje. Prefiro obedecer a Deus do que aos homens. 

Não há mais espaço para ouvir: "Não dá o dízimo e vive em pecado, roubando a Deus, não vem ao culto, depois que o filho morre de bala perdida ou pega uma doença ou fica desempregado, e a mão do Senhor pesa, não reclama". Chega, né?
Certo dia, um amigo se machucou jogando bola. Na Igreja, ao chegar mancando, ouviu: "Jogando bola, né? No domingo, né? No dia do Senhor? Só podia dar nisso...". 
O que estão pregando nas Igrejas hoje? 

Só Cristo.
Se um morreu por todos, todos morremos. E se morremos, também ressuscitaremos com Ele. É o amor de Cristo que nos constrange, não o medo de Cristo.
Há 2 (duas) maneiras de orar: Seja feita a Tua vontade ou seja feita a minha vontade.
Se mesmo depois de conhecer a Cristo continuarmos a viver para nós mesmos, será o mesmo que dizer: Vou continuar comprando indulgência. 

Que Deus nos ajude a andar pelo bom e novo caminho que é o amor de Cristo.


Graça e paz, da parte de nosso Senhor Jesus Cristo.

Solus Christus (pte.2) - Gn 3.10

Ouço muito "Porque Deus faz isso comigo? É castigo?" ou "Sei que Deus me perdoou mas não consigo me perdoar". Lembremos que a religião é uma máquina de fazer culpados, e manipulação das consciências a partir da culpa e do medo. A culpa era imposta sobre as pessoas comuns, até hoje. 

Desde a Reforma, a Igreja ensina que, apesar do batismo, os pecados lavados, as pessoas continuavam a pecar. Portanto, o que fazer com os pecados de ontem, de hoje, dessa semana? Já foi batizado... Criaram então, as penitências (que livravam do pecado cometido após o batismo) que eram longas, sacrificiais e custosas. E se não conseguir? Então vamos para o purgatório. Então, deram um jeito: diminuímos sua pena ao converter isso em indulgência - uma oferta em dinheiro para pagar nossos pecados contra Deus. Se a pena era de 100 anos, diminuiu para 10 anos. O tempo fez com que as indulgências abrangessem o filho, o marido ou esposa, pai e mãe, etc. É o tal marketing religioso - tão sensacional quanto diabólico. 

Só Cristo.
Veja que, não é que não adianta, não precisa. Não precisamos de mais nada: penitências, purgatório ou indulgências, confessar, castigo, medo e culpa, nem fugir de Deus - pois Cristo pagou tudo na Cruz. O sangue de Jesus vertido na Cruz por nossos pecados é suficiente. Quem tem medo do castigo duvida do sacrifício de Jesus. 

Não tente apagar as consequências de nossos pecados dando dinheiro para a Igreja. O dano causado pelo pecado não é castigo de Deus, e sim, consequência destes pecados. Logo, não há como perguntar "porque Deus fez isso comigo", entendeu? 

Nossa relação com Deus está resguardada no amor de Cristo. E agora? Ora, descansa e desfruta o amor de Cristo, pois ao descobrir que Deus nos ama, vemos que Ele é a única solução, quem sussurra o tempo inteiro: Eu te amo! 
Sabia que isso nos transforma?

(leia a continuação)

Solus Christus (pte.1) - Gn 3.10

Só Cristo.
É uma resposta para Gn 3.10 - o medo que fez Adão se esconder, e a culpa que sentiu. Que medo é esse onde só o amor pode jogá-lo fora? Que medo é esse, se quem está no amor é livre do medo?
O amor pressupõe castigo, mas quem ama e é amado por Deus, não tem medo do castigo, muito menos de Deus. 

Medo e culpa fazem parte da condição humana, antes mesmo da experiência religiosa. Todas as religiões, os "ismos" existentes são uma busca do homem pela resposta para essa culpa. A fala de Adão (Gn 3.10) é a sensação do homem criado, que cometeu alguma falta contra o Criador (pecado). Assim, perdemos a intimidade com Deus, e agora fugimos, por medo dEle.
O que era para ser uma experiência de amor e afeto, virou culpa e medo (hostilidade). Não vivemos nem fazemos o que deveríamos, por mais consciência da minha falta, do meu pecado e que estou aquém do original criado por Deus - e isso gera culpa, medo - e me escondo. 

Viver achando que algo ruim pode acontecer, somado ao fato de que todo dia envelhecermos, ficamos doentes e caminhamos para a morte, é o contexto em que as religiões são construídas. Pior, é achar que merecemos. 

Havia sacrifícios (dia, animal, local, pessoa certas) para nosso pecado. Até Jesus Cristo, cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, único e suficiente sacrifício para aplacar a ira de Deus contra nossos pecados. O castigo que nos trouxe a paz estava sobre este cordeiro - por isso não há mais condenação para s que estão em Cristo Jesus. Este é o Evangelho. E tudo isso para dizer que não precisamos ter medo de Deus, pois pelo novo e vivo caminho que Jesus abriu, podemos entrar com tanta ousadia, a ponto de chamar Deus de "Pai". Ao contrário de Adão, que fugiu e se escondeu, teve medo e carregou culpa, nós não precisamos esperar Deus andar pelo jardim e chamar nosso nome, hoje apenas invocamos o nome do Pai, "Aba-Pai"! Quem se apropria do sangue derramado e revelado na Cruz, não tem medo, nem culpa, pois tudo está na Cruz.
Só que não...

(leia a continuação)

sábado, 27 de outubro de 2018

Não ao alcoolismo - Ef 5.18



Sempre ouço alguém tentando justificar-se aqui e ali, mas definitivamente, a Palavra de Deus diz "não" à bebida alcoólica. Sim, poder, nós podemos, mas será que convém?
E para combater quem ousa convencer outros irmãos e até Deus, de que "não posso ficar embriagado, mas beber posso", vejamos algumas citações:
- Is 28.1 - Soberba;
- Pv 20.1 - Escárnio e tolo;
- Pv 23.21 - Acabarão na pobreza;
- Pv 23.29-35 - Olhos vermelhos, pesadelos, quedas, dependência e destruição. 

Todos os versos acima tem relação com os efeitos derivados da bebida. Segundo a OMS, num documento chamado "Self-Help" (2010), não é a quantidade de álcool, mas a frequência. Se a pessoa bebeu, há risco para a saúde, de alguma forma - uns mais, outros menos. Um exemplo deste documento são duas doses diárias ou ficar sem ingerir álcool apenas 2 (dois) dias/semana, já é considerado vício e fará mal à saúde.

O álcool leva o homem a perder sua estrutura, desmanchando-se na falta de pudor, praticando coisas abomináveis e imorais, pois o homem se torna escravo daquilo que o domina (II Pe 2.19), e quem o domina é o inimigo através do álcool, ao qual ele fica sujeito - e qual o limite para quem veio apenas para roubar, matar e destruir? Veja depoimentos de pessoas após flagrados em seus crimes hediondos e dirão: "Não sei o que eu fiz, uma voz me dizia para fazer". E assim, destrói lares, deixa aleijadas as famílias, provoca discussões e violência entre as pessoas, e em muitos casos, leva à morte.
Ocorre isso porque estão debaixo de maldição, conforme a Palavra de Deus. 

Não nos deixemos parecer com este mundo, mas transformemos as pessoas que nele vivem, para que estas vejam e sintam a boa, agradável e perfeita vontade de Deus na vida delas (Rm 12.2)

Avalie você mesmo se Deus se agrada da bebida alcoólica:
- "Os alcoólatras não herdarão o reino dos céus" (I Cor 6.10).
E quem dá acesso às pessoas comprarem essa bebida que mata a criação de Deus? Isso mesmo, alcança até quem serve, vende ou mesmo possui dentro de sua casa, essa espécie de arma contra nós mesmos, a coroa da criação, impedindo a Salvação - quem semeia na carne, colherá corrupção (Gl 6.8). 

Aos olhos de Deus, quem dá bebida alcoólica aos outros ou usa a bebida para interesses escusos, é corresponsável pelas consequências na vida de quem bebe (Hq 2.15,16). Ore, peça transformação, cura, lucidez, e principalmente, as consolações do Espírito Santo, pois só Deus lhe trará cura e restauração, em nome de Jesus.


Graça e paz!

domingo, 21 de outubro de 2018

Perseguição - Mt 5.10



No mundo em que vivemos, cada vez mais corrompido onde os valores, a ética e a moral são questionados, por serem subjetivos, levam o princípio de uma vida em sociedade para a discussão distorcida. Não ouvimos mais "o meu direito termina quando começa o direito do próximo". Não. O "eu" tomou conta de tudo como uma erva daninha que se espalha.
Hoje, quem anuncia o reino de Deus e pertence a Cristo, não é mais bem visto. Certa vez, nós não éramos convertidos e precisávamos de uma pessoa para olhar as crianças. A direção foi uma só: "Tem que ser crente". Simplesmente,  porque tinha valores que o mundo não tem (honestidade, caráter, amor ao próximo, etc). Mas nós mesmos não éramos convertidos! Não deixa de ser surreal. 

O maior exemplo de quem prega o reino de Deus e não é bem quisto, foi Jesus. Quem quer um chato mostrando que estamos na direção errada, indicando a direção correta? eu vivo isso hoje. Todos nos abandonaram - família, amigos, oportunidades de trabalho, até na Igreja. Porque somos luz, escolhemos viver em retidão e justiça, logo, sabemos o que é perseguição. É o preço a pagar que muitos não suportam, pois só é louvável perante Deus, os valores do reino são bondade e justiça, não dinheiro e fama. Quem suporta sofrimento, dor, solidão e perseguição por feito o bem (I Pe 4.12-14)? 

Jesus deixa claro que os perseguidos neste mundo serão privilegiados e felizes, simplesmente porque o reino dos céus é deles. A perseguição é na medida da oportunidade que temos (através da Graça) em reinar por meio do Senhor em vida (Rm 5.17). 

Ninguém gosta quando a luz acende e mostra tudo o que está errado ou precisa ser limpo. Atitudes justas glorificam o Senhor, enquanto que a retidão motiva a perseguição.
Fique firme nas promessas do Senhor.


Graça e paz do Senhor.

Ateus (pte.1) - II Ts 1.6-10



Li a respeito do crescimento do ateísmo. Sim, claro, a despeito do que vemos e ouvimos no mundo moderno, não pode ser possível que Deus esteja presente - ninguém entende que tudo (sem exceção) que o mundo é e produz hoje, foi feito pelo homem. O único braço de Deus na terra é a Igreja do Senhor. Anthony Flew (pai do ateísmo moderno) concluiu que em sua pesquisa sobre DNA "mostrou uma complexidade inacreditável dos arranjos necessários para a produção de vida, que houve inteligência envolvida neste processo".  

Quem precisa ou quer o socialismo dos ateus? 
Os ateus gostam de dizer que estamos em evolução (sic) mas que não iremos a lugar algum. Dizem também que a ciência pode tudo, e que a verdade vem apenas dos vencedores, onde os mais fortes (seleção natural, Darwin) sobreviverão, e sendo assim, é um direito natural deles. Manifesto meu repúdio a este pensamento!

Pense: quem quer o mundo oco e solitário dos ateus? Eu não quero. Gostaria mesmo é que o mundo fosse cheio de cristãos, judeus, muçulmanos - porque eu quero um mundo onde não estejamos sós. Essa diversidade de povos, e até a pangeia, só atestam que houve uma criação. E as muitas línguas façam os seres das trevas retrocederem.

Que mundo maravilhoso este que produziu Beethoven, surdo, que dizia ouvir a música que Deus queria escutar. Produziu Shakespeare, que confirma existir mais entre o céu e a terra, do que supõe nossa vã filosofia - e que valia a pena morrer por amor. Desafiou Mozart a zombar de Deus enquanto, como o profeta Balaão, emitia apenas sons. Imagine o encanto purificador de Haendell gritando "Aleluia" de forma arrebatadora. Que mundo maravilhoso produziu Bach fazendo-nos ver a paz da família eterna. Quero o mundo das majestosas catedrais, daqueles pregadores que tocados pelo Espírito Santo, foram para as ruas, em direção ao povo, nas praças e esquinas, convocando homens ao arrependimento, pregando o Evangelho, para que se levantassem contra o mal. E ainda quero mais da riqueza sonora e profunda dos cantos gregorianos. 

Honestamente, quero um mundo que nos faça, na pior de suas experiências, conseguirmos ver o Salvador andando sobre o mar, anunciando uma possibilidade final. Mundo este que, olhando para o guerreiro e batalhador, cansado diante da incerteza, se ajoelha diante do Eterno, e ao se levantar com brilho nos olhos, está certo que lhe foi entregue uma missão e que isto é mais que um motivo para levantar sua espada e partir contra o inimigo - porque se há uma razão para correr sangue humano, é por significar a vida e não temer a morte. 

Um mundo de poetas e romancistas, gerando vida através de suas histórias insanas, onde sempre há algo a contar.
Quero um mundo onde a fé de uma menina, ao entrar numa das melhores faculdades, ainda sonha que tudo o que sabe ajudará um necessitado, num desses cantos abandonados, e quem sabe, possam sorrir de esperança. Quero a loucura dos missionários que abandonam tudo, aqui e agora, porque creem poder levar milhares a viver na eternidade.
(leia a continuação)

Ateus (pte.2) - II Ts 1.6-10

Quem precisa ou quer o socialismo dos ateus?
Quero o socialismo dos cristãos, que gritam: "Avancemos, Deus está conosco!". Quero o amor de Atos 2:41-47, onde partilhavam tudo de acordo com sua necessidade. Da ciência, nem as equações eu quero, mas quero sim o grito de "eureka" - onde cálculo e revelação se misturam. Da  música, quero a certeza de que podemos cantar e haverá quem nos ouve, assim ouviremos a grande e última trombeta, reunindo a criação para a redenção. 

Não quero o capitalismo consumista dos ateus, prefiro as pessoas acreditando que o trabalho é um culto ao criador, e o resultado deste trabalho, é gerar o bem. A vida nunca se resumiu no aqui e agora, mas estes querem transformar todos nós em desesperados, para pensarmos que não dará para todos e assim, forçam a acumulação desnecessária - seguindo na exata proporção contrária à Palavra de Deus: Amai o próximo como a ti mesmo (Mt 22.39). 

Quero o mundo onde os fracos tenham direito ao Reino, onde os mansos herdarão a terra, onde os que choram serão consolados, onde os que tem fome e sede de justiça se fartarão, onde os que creem na justiça estejam prontos a morrer por ela e onde os mortos ressuscitarão. 

Há quem queira um mundo explicado, onde a lei da virtude ou falha seja aplicada. Prefiro um mundo onde a fé e o amor curem, mudem histórias e construam caminhos.
Quero um mundo onde o sol nasça, e ao se por, as estrelas polvilhem o céu, e as pessoas não se envergonhem de dizer que Deus fez aquilo.
Quero o Deus que se apaixona pelos cristãos, que abandona Sua glória e se faz gente, traz a divindade para a humanidade, e ressuscitado, volta a levar a humanidade para a divindade. Não é lindo?
Quero o Deus chorão, que apesar de termos brigado com Ele, jamais conseguiu brigar conosco. 

Como disse o pai da filosofia moderna: Quem se descobre ser, ao pensar, precisa de um mundo para aterrissar, precisa que haja alguém que faça pensar que vale a pena. Mas, se pensar que não existe, então nada existe, porque o que pensa, não se pensa a partir de si mesmo - este é o ateu. 

Quero um mundo onde as pessoas sorriem de sua finitude, desdenha de suas limitações, resiste ao sofrimento, olha para o infinito sabendo que nossa existência não é determinada pela morte, nem por nossas impossibilidades - afinal, não somos frutos de um 'acidente'. 

Quero um mundo que se sustenta na fé, que como o sol do meio-dia, ressuscitaremos e brilharemos, e que vale a pena lutar pelo bem. Nossa existência vale a pena.


Fiquemos na Graça do Senhor!

sábado, 20 de outubro de 2018

Chorar diminui a dor (pte.1) - Sl 30.5b

Aconselhei uma pessoa que perdeu o pai e apesar de não querer, desabou a chorar no funeral. Em certo momento, foi interpelada pela mãe: "Engole o choro. Somos servas do Senhor, temos que dar exemplo". 

Passados alguns anos, viu-se sozinha num sentimento de culpa: "Engole o choro". Primeiro, não sabemos lidar com a morte, e depois, fomos ensinados a não chorar. Mas qual o problema em chorar?
Só tem problema em chorar: Talvez vejamos como fraqueza.
Ouço muito: "Prometi que não iria chorar!" - mas qual o problema, porque não chorar? Fomos criados ouvindo "homem não chora" ou "quem chora é fraco", porém, Deus nos mostra outro caminho: Quem chora é feliz, porque será consolado. Amém.  

Essa pessoa que aconselhei sente, na verdade, culpa por ter chorado. 

Porque você sorri ao tirar uma foto/selfie? Ao sorrir, ficamos mais bonitos - talvez venha daqui o sentimento de preservar a imagem, pois ao chorar ficamos feios. E justamente por não chorar, ficamos feios mesmo, mas por dentro - e estar feio por dentro não permite sermos bonitos por fora. Não é o que Deus nos diz: "O coração alegre aformosei o rosto" (Pv 15.13), contradiz isso.
Shakespeare contradiz isso ao dizer: "Chorar diminui a profundidade da dor". E Carlos Drummond de Andrade disse: "Um dia desses, colocarei em dia todos os choros que não tive tempo para chorar". 
De um lado, o choro alivia nossa dor, do outro, não temos tempo para chorar - portanto, sentiremos dor contínua. E Nando Reis completa: "Triste é não chorar". Porque é preciso colocar para fora todo esse choro. 

Ao aconselhar essa pessoa, eu disse: "Pare de se culpar, você chorou e pôs para fora uma dor que poderia se materializar numa doença".

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Chorar diminui a dor (pte.2) - Sl 30.5b

Sabia que Deus nos criou com dois buraquinhos na parte de dentro dos olhos? Porque o choro tem o seu valor, pois Deus ao nos criar disse que era "muito bom". Nossas emoções abaladas devem sair de nosso corpo, em forma de lágrimas, pois farão mal se permanecerem dentro de nós. No Salmo 30.5 chorar é uma possibilidade na vida de qualquer um, e dizer "engole o choro" é como plantar uma semente maldita no coração, sendo o choro, uma benção.  

Engana-se quem diz ser o choro a revelação da nossa fraqueza, que devemos ser fortes na dor - quem disse isso? Onde ouviu isso? O 'forte' não chora? Choro tem a ver com fraqueza? Ora, Jesus, ao lado do amigo Lázaro, chorou (Jo 11.35), e chorou pelo amigo que ressuscitaria daqui há 20 minutos, e ainda assim, chorou. E nós não podemos chorar? Há pessoas que veem o choro, as lágrimas, de forma equivocada.
Só quem já passou a noite inteira em claro sabe que quando o texto diz "pode durar uma noite", é equivalente a eternidade. 

A dor pode tirar de nós a tristeza, através das lágrimas, e ao chorarmos, nos sentiremos melhor, pois as lágrimas, assim como a chuva que rega o solo (nosso coração), o deixará pronto para renovar nossa esperança para uma nova colheita. 

A Bíblia diz que há tempo de sorrir e tempo de chorar, então porque se culpar por chorar? Quantos passam por verdadeiras angústias, choram sozinhos no banheiro ou no carro, onde as lágrimas são o único refúgio? 

Vejo homens e mulheres querendo ser "super", endurecem o coração achando que ser forte é a saída, acumulam angústias, tensão afetivas e espirituais, como que isso fosse nos blindar - e assim, temos nossa relação equivocada com o choro, porque sonegamos nossa humanidade dessa forma, ao dizer "eu não sinto nada" - o que comparo à hanseníase: uma doença que faz com que nada nos faça sentir dor...

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Chorar diminui a dor (pte.3) - Sl 30.5b

Quem se recusa a chorar sonega a própria humanidade: "Eu não vou chorar! Serei forte!". Então, quem não chora se acha forte, que por si mesmo se basta, resolve, consegue, ou pode alguma coisa, e pode passar a vida orando, mas jamais dependendo ou entregando sua vida a Deus. E quando pensamos ser fortes é aqui que somos fracos - porque minha força está mim mesmo. Se luta para não chorar é porque não está bem.
Quem chora, está com suas emoções no lugar certo, chora por sentir a dor, a fome e a necessidade do outro. O choro nunca será sinal de fraqueza, não está escrito em lugar algum (livros de medicina, filosofia, Bíblia). Triste é não chorar. 

O choro é uma realidade na vida das pessoas, não amaldiçoe o dia que nasceu, como Jó. Maldito não é o dia do choro, é a sua postura diante do choro e da tristeza, provavelmente, porque 'comprou' a ideia de uma vida mais que abundante, de prosperidade, que não existe. Hoje você chora, mas pense: não houve dias que sorriu, festejou, dançou, se alegrou? Certamente, na maioria dos dias você não chorou.
Um dia vamos morrer. Mas todos os outros dias, vamos viver. 


Cito J.Renart: "Negar o choro é irracional. Não é possível chorar e pensar ao mesmo tempo. Pois cada pensamento absorve uma lágrima". Algo como se você pensar, não vai chorar. Se conter as lágrimas, Deus não trabalhará em sua vida, pois Ele disse: "Enxugarei toda lágrima" (Ap 21.4).  

Portanto, ao chorarmos, nossa humanidade estará saudável, em dia, sentindo dor, sim, mas é dessa forma que Deus virá e nos abençoará - pois quando somos fracos, a nossa confiança e força, está no Senhor, logo, é aqui que me faço forte - não negamos nossa humanidade. Honre seus canais lacrimais, pois tudo o que Deus criou, no homem, foi 'muito bom'.
Não sinta culpa ao chorar.

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Chorar diminui a dor (pte.4) - Sl 30.5b

Somos exibicionistas, trocamos a ética pela estética, queremos sempre exibir e ostentar nosso melhor lado, a melhor parte - ou aquilo que não somos - e abafamos nosso choro porque este choro nos diminui. Já observou o que pensamos quando vimos alguém chorando? "Ah, coitado, deve estar sofrendo...". É isso, o choro nos deixa feios, fracos. Só que, querendo ser bonitos a todo momento, negamos nossa humanidade e impedimos os milagres de Deus em nossa vida. Essa soberba de mostrar sempre o melhor de nós (como se tivéssemos algo de bom), só vitória, vitória, vitória, nos abate, mas orgulhosos, caímos em pé - os soberbos não se humilham - está caído, mesmo que em pé. Espero ter sido claro. 

Talvez muitos entendam agora que, as lágrimas vem para nos mostrar quem somos. Estou ficando mais velho e mais sensível, não nego lágrimas a ninguém - quem me conhece, sabe. Ao longo do tempo, Deus tem me mostrado que, aqueles que se negam a chorar, são quebrantados na sua intimidade, na sua essência, na família, na fé, na sua arrogância, no seu ser - pois já passaram algumas pessoas por nossa vida (minha e de minha esposa) que tentaram repreender nossas lágrimas, pois as pessoas que aconselhávamos, não poderiam nos ver chorando... Nunca entendi e nunca aceitei isso. Até que vi Deus quebrantando essas pessoas e as vi chorando, diante de situações bem embaraçosas. Até porque, sempre acreditei que no texto bíblico de "alegrai com os que se alegram, chorai com os que choram" (Rm 12.15), devemos suportar quem sofre. Se alguém está chorando, é porque está doendo - e isso pouco é visto.
Chegou o tempo de chorar? Chore...

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Chorar diminui a dor (pte.5) - Sl 30.5b

Nos relacionamentos atuais, as pessoas não vivem o luto da perda. É comum darem-se a um novo relacionamento - sim, que te salvou da tristeza, talvez da dor, momentaneamente, e até o impediu de chorar. Porém, o que ninguém percebe é que, ao passar por cima dessa dor devido à nova relação, perceberá que a cura foi um band-aid colocado num corte profundo. Não cure a dor de um relacionamento acabado com outro relacionamento - mas curta (literalmente) o luto do fim. Esse 'curtir' o luto tem a ver com maturidade, crescimento, se preparar para o melhor de Deus que vem por aí. Mas quando não espera o luto passar, é como se este novo relacionamento fosse mesmo para tampar buracos deixados, e assim, diminui o outro não lhe dando o devido valor.

Se não chorar pelo relacionamento que acabou, você não desintoxicou, e portanto, não está pronto e livre ainda, uma vez que não se permitiu ao choro, não se libertou, não colocou para fora seus sentimentos. 

Há um choro certo, o choro da esperança. É o choro que pode durar uma noite, consciente do que me aconteceu, na mesma consciência que espero vencer o prazo de validade do que estou passando, pois sei - porque creio - que algo melhor virá.

Se o casamento acabou, o que acabou foi o casamento, não sua vida.
Se perdeu o emprego, o que acabou, temporariamente, foi sua vida profissional, não a sua vida.
Se está doente, o que acabou foi a sua saúde, não a sua vida.
Chorar não é se achar menor do que você realmente é. A vida continua, o choro é só um período que rouba a alegria que tanto perseguimos - um dia vai acabar!  

Chorar com esperança é ser bem-aventurado (ou feliz) porque ao chorar seremos consolados. Mas muitas vezes, mesmo sabendo que Jesus estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos, que o Espírito Santo nos consolaria, nos desesperamos.
Deus sabe que somos limitados, e nós, só começamos a descobrir quando choramos - e quem não chora?

Ouvir "engole o choro", é ouvir a voz do diabo. E quando ouvir isso, declare: "Pode bater, o quanto quiser, não vai me derrubar, porque a minha vitória vem pela manhã, e eu voou sorrir, porque o meu redentor vive!". Acredite que virá um chor de gratidão pela Graça derramada sobre você. As lágrimas serão enxugadas do seu rosto.

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Chorar diminui a dor (pte.6) - Sl 30.5b

O sono de Jesus no barco com os discípulos era a ausência de preocupação com eles. Fé, para os discípulos, era acalmar os ventos e a tempestade. Para Jesus, fé é para que nenhuma tempestade nos tire do eixo - as portas do inferno não irão prevalecer contra a Igreja do Senhor. A fé estava no sono de Jesus, não no trabalho dos discípulos, que precisariam se entregar àquele que diz à tempestade "Aquieta-te!". Ao sonegar o choro, dizemos que conseguimos sem a ajuda de Jesus. Não há nada que você seja "super", em qualquer área, lembre-se que somos limitados. Jesus Cristo é o centro de tudo.
Ter a certeza que o choro vai passar e logo, a alegria vem, é saber que Jesus tudo pode. Ao contrário, se eu crer que eu me basto, serei soberbo. 

Pouco importa quem seja você, se a dor te alcançou, e agora, tem razão para chorar, pare de se achar mais que os outros - só porque tem mais que os outros. O "ter" não supera o "ser". Quem é jamais deixará de ser, mas quem tem, pode perder, e jamais será. Porque na hora que o choro vier, posses e bens, nada são.

Acredite, Deus enxugará suas lágrimas, e no lugar da vergonha, lhe dará dupla honra. Viver em crise gera culpa - é da humanidade sentir-se triste e chorar - lembre-se que seremos consolados.
Ao olhar para o lado e ver todos felizes, não sofra. Muitos destes, não reconhecem o Senhor como único e suficiente salvador. Penso eu nessas situações: Se eu estiver errado em crer, perdi minha vida. Mas se eles estiverem errados, perderão a eternidade.
Parece que só você não tem dinheiro, que só seu casamento está mal, só você não viajará no feriado, só você é ameaçado de cortar a água ou luz, que só seus filhos não vão à Igreja, só suas filhas engravidam, que só seus filhos usam drogas ou mentem... Isso é uma mentira do diabo!
Agradeça pela sua vida, pois se vivesse a vida de quem vê sorrindo, talvez você não aguentasse.
Felicidade se vive... não se mostra.



Estejamos todos na Graça e na paz do Senhor Jesus.

domingo, 30 de setembro de 2018

Quem faz a vontade do Pai? - Mt 21.28-31



Havia um homem que tinha 2 (dois) filhos. Ao chamar seus filhos para trabalharem na vinha. Um deles disse: "Eu vou" - mas não foi. O outro disse: "Eu não vou!", mas foi.
Qual dos filhos fez a vontade do Pai?
Preste atenção pois a analogia destes filhos se encaixa em nossos dias. Muitos de nós dizem "sim" ao chamado do Pai, quase como Isaías e Maria, respondendo "Eis me aqui". Mas ao contrário destes, foram chamados, mas não foram.
Assim como muitos que conhecemos não querem saber do Evangelho, dizem que não vão (e não foram mesmo), mas ao serem tocados pelo Espírito Santo, largam tudo, e seguem o chamado de Jesus. 

Aos publicanos, ladrões e prostitutas, Jesus disse que entrariam antes no reino de Deus, simplesmente porque há mais verdade nestes que nos religiosos e fariseus. Haverá mais rigor em quem conheceu o Evangelho (e não pratica) do que naqueles que não o conhecem. 

Cada um examine-se a si mesmo.
Não é fácil ouvir as palavras de Jesus. Os profetas de nossa época são ensinados por Deus a compreender e entender Sua vontade.
O exemplo de Davi é claro: Nem seu pai nem o profeta Samuel o reconheceram, pois seu pai mostrou os filhos mais bonitos, mais fortes, ou o mais bacana, sendo que Deus não olha a aparência, vê o que o homem não pode ver - o coração.
Deus escolheu as coisas fracas para encobrir as coisas fortes. As coisas loucas para confundir as sábias. As coisas que não são para confundir as que são. Escolheu os pobres, a quem se destina o Evangelho, para humilhar os ricos. Aos nossos olhos algo ou alguém pode não ter glória alguma, mas aos olhos de Deus... 
E é por tudo isso que chegará o dia em que Deus dirá:
- "O que fazem aqui? Quem são vocês?"
- "Mas em Teu nome fizemos isso, e aquilo, e aquilo outro..."
- "Apartem-se de mim - Eu não vos conheço!"

Sejamos nEle, que é o centro da Igreja, do universo e de nós mesmos.

sábado, 29 de setembro de 2018

Onde há mais verdade? (pte.1) - Rm 2.17-29



Fui ensinado nesta matéria (Romanos), no STNB, pelo excelente pr.Luciano - caráter cristão e mestre - o qual guardo em meu coração e oro por ele e sua família.
Gostaria de expor um paralelo interessante: Em Romanos 2, Paulo exorta os cristãos, pois fala dos religiosos e fariseus. Ao transportar para os dias atuais, enquanto Igreja do Senhor, podemos enxergar como estamos? Colocarei em negrito/vermelho para que você, caro leitor, perceba, sem alterar o sentido: 

v.17-23: "Ora, você leva o nome de judeu (CRENTE), apóia-se na lei (BÍBLIAe orgulha-se (ACHA QUE É FILHO DE DEUSem Deus; se você conhece a vontade de Deus e aprova o que é superior, porque é instruído pela lei (BÍBLIA), se está convencido de que é guia de cegos, luz para os que estão em trevas, instrutor de insensatos, mestre de crianças, porque tem na lei (BÍBLIA) a expressão do conhecimento e da verdade; Então, você (CRENTEque ensina os outros, não ensina a si mesmo? Você que prega contra o furto, furtas? Você que diz que não se deve adulterar, adultera? Você que detesta ídolos, rouba-lhes os templos? Você que se orgulha na lei (BÍBLIA), desonra a Deus, desobedecendo à lei (O QUE A BÍBLIA DIZ)?" 

Ser batizado nas águas, fazer parte de uma comunidade/Igreja, só tem valor, se está em obediência ao Evangelho de Cristo. Seguindo: 

v.24-27: "Como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vocês. A circuncisão (BATISMO, FAZ PARTE DA IGREJA) tem valor se você obedece à lei (BÍBLIA); mas se desobedece à lei, sua circuncisão já se tornou incircuncisão (COMO SE NÃO FORA BATIZADO). Se aqueles que não são circuncidados (NEM CRENTES,NEM BATIZADOS)obedecem aos preceitos da lei (BÍBLIA), não serão eles considerados circuncidados (COMO SE PARTICIPASSEM DO EVANGELHO, BATIZADOS)? Aquele que não é circuncidado (BATIZADO) fisicamente, mas obedece à lei (BÍBLIA), condenará você (CRENTE/CRISTÃO), que tendo a lei escrita (CONHECE A BÍBLIA) e a circuncisão (BATIZADO NAS ÁGUAS), é transgressor da lei (NÃO OBEDECE A PALAVRA DE DEUS)". 

Necessariamente, o fato de ser "crente/cristão", "batizado" ou "frequentador de Igreja" não garante ser Filho de Deus. 

(leia a continuação)